Prevalência do transtorno do desejo sexual hipoativo durante a menacme e fatores relacionados

Resumo

Introdução: O desejo sexual é descrito como uma combinação de sentimentos que despertam o interesse em uma atividade sexual. A redução do desejo sexual é a principal queixa nas clínicas de medicina sexual, principalmente pelo público feminino, podendo ser descrita como um fenômeno complexo, que pode estar relacionado com processos hormonais, emocionais, relacionais, físicos e biológicos. Objetivo: O trabalho possui como objetivo avaliar a prevalência da disfunção do desejo sexual em mulheres universitárias da Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC), que se encontrem na menacme, e seus possíveis fatores associados, de modo que seja viável verificar uma possível relação entre disfunção do desejo sexual e questões de saúde, medicamentosas, comportamentais e conjugais. Também, almeja-se contribuir para a redução do estigma relacionado ao tema e, assim, aumentar a conscientização pública sobre a importância de discutir a saúde sexual das mulheres de maneira empática. Métodos: As informações presentes no artigo foram obtidas através de uma revisão de literatura do tipo narrativa acerca da disfunção do desejo sexual na população feminina. Esta se deu por meio da seleção de artigos nas plataformas LILACS, MEDLINE e SciELO e, também, através de uma pesquisa de campo, do tipo transversal e observacional, em que as informações foram obtidas por meio de um questionário do Google Forms, respondido por mulheres universitárias da UNIPLAC que se encontravam na menacme, visando estabelecer a prevalência do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) e sua relação com os possíveis fatores associados. Resultados: A atual pesquisa identificou 67,2% mulheres na menacme com queixas referentes à diminuição do desejo sexual. Dentre essas, como principais possíveis fatores associados, 56,8% identificaram a presença de estresse e/ou fadiga, 49,21% a interferência da rotina diária e 27,51% o uso de método anticoncepcional hormonal. Além disso, apenas 20,6% dessas mulheres relataram ter procurado ajuda a respeito do tema, o que denota a presença de um grande estigma sobre o assunto, também confirmado na revisão de literatura. Conclusão: Conclui-se que há uma escassez de pesquisas sobre a disfunção do desejo sexual que englobam as mulheres na menacme, porém, pode-se inferir, pela atual pesquisa, que essa queixa é bastante prevalente no período reprodutivo e cursa com grande impacto na qualidade de vida da mulher, estando, muitas, vezes associada a diversos fatores intrínsecos e extrínsecos à saúde feminina. Além disso, ainda há um grande estigma a respeito do tema, tanto por parte da população, que pouco busca auxílio e orientação, quanto dos profissionais de saúde, que muitas vezes não se encontram capacitados para abordarem o assunto.