HTTPS://DOI.ORG/10.5327/JBG-0368-1416-20211311002
A determinação da acurácia da colposcopia como um teste secundário na triagem das pacientes portadoras de alterações citológicas de colo uterino
Lorena Elisa Marocki1, Rita Maira Zanine1
1Universidade Federal do Paraná
Introdução: O câncer de colo útero possui alta incidência e significativa mortalidade; logo, o rastreamento de anormalidades citológicas do colo uterino é uma estratégia fundamental para a promoção da saúde da mulher, uma vez que a detecção precoce de lesões pré-malignas pode significar eficácia no tratamento e grande chance de cura para a paciente. Nesse sentido, a colposcopia e a biópsia colpodirigida são ferramentas utilizadas na avaliação do trato genital inferior, que, no entanto, possuem limitações, visto que os dados da literatura sobre a precisão da colposcopia não são uniformes e a correlação entre a impressão colposcópica e a histologia permanece deficitária. O objetivo primário deste estudo consiste em determinar a acurácia da biópsia colpodirigida no diagnóstico das lesões intraepiteliais de colo uterino em pacientes portadoras de alterações citológicas e, como objetivo secundário, investigar a influência de fatores como o tamanho da lesão e o número de fragmentos adquiridos na amostra para um diagnóstico acertado. Métodos: Foram selecionados 322 prontuários de pacientes que tiveram o resultado do exame histológico de biópsia colpodirigida comparado com o exame histopatológico definitivo obtido de peça cirúrgica de conização (cone) ou cirurgia de alta frequência. Resultados: Houve acerto entre os resultados da biópsia colpodirigida e o desfecho histológico em 72,36% dos casos, com significância estatística entre os grupos de lesão de alto grau (HSIL) e baixo grau (LSIL), uma vez que a taxa de correspondência para LSIL foi de 16,74% e para HSIL foi de 81,55%. Não houve relevância estatística na análise de fatores como tamanho da lesão e número de fragmentos obtidos na biópsia em relação ao acerto entre os exames histológicos. Conclusão: Com relação à acurácia da biópsia colpodirigida no diagnóstico das lesões intraepiteliais de colo uterino, cuja taxa foi de 72,3%, notamos que ainda existe margem para um equívoco expressivo de diagnóstico. Fatores como tamanho de lesão e número de fragmentos na amostra colposcópica, apesar dos indícios na literatura, não se mostraram significativos para influenciar o diagnóstico final.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311003
A importância da implantação de medidas de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis em mulheres idosas
Yasmin Sendrete de Carvalho Oliveira Leite1, Maria Letícia Carvalho da Cruz Ramos2, Georgia Maciel da Silva Brito3
1Universidade Federal de Alfenas
2Universidade Tiradentes
3Universidade Federal do Espírito Santo
Introdução: Com a mudança da pirâmide etária brasileira e o aumento da expectativa de vida, assuntos referentes à saúde da pessoa idosa ganham maior destaque e necessidade de serem abordados por seu impacto na Saúde Pública. Estudos epidemiológicos demonstram aumento nas taxas de infecções sexualmente transmissíveis (IST) em pessoas acima dos 50 anos na América do Norte. No Brasil não existem dados com amplitude nacional sobre o assunto, porém observa-se aumento significativo dessas taxas em estudos locais, particularmente das taxas de prevalência do vírus da imunodeficiência humana (HIV) em mulheres acima dos 60 anos de idade. Objetivo: Analisar a importância da implantação de medidas de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis em mulheres idosas. Métodos: Artigo de revisão bibliográfica realizada por meio de um levantamento na literatura utilizando as plataformas: PubMed, Nature, Science, Word Health Organization, The New England Journal of Medicine, Nature medicine. As palavras-chave utilizadas foram: infecções sexualmente transmissíveis, pessoa idosa e mulheres. Foram incluídos artigos nacionais e internacionais publicados no período de 2017 a 2021, cujo título e conteúdo se adequaram à temática estudada. Foram excluídos os artigos que não correspondiam à temática abordada, teses, monografias, dissertações, livros ou artigos que não tratavam da temática de forma satisfatória. Resultados: Os dados referentes às IST em mulheres idosas no Brasil são escassos, mas achados locais de incidência aumentada de HIV em mulheres acima de 60 anos são extremamente relevantes para o estudo em questão. Foram encontrados diversos elementos relacionados ao aumento das taxas de IST em idosas, entre os quais merecem destaque a falta de conhecimento sobre as formas de transmissão e prevenção das IST e a dificuldade de reconhecimento das idosas como sexualmente ativas pela sociedade e pelos profissionais de saúde, bem como o próprio contexto sexual mais rígido que foi imposto a essas pacientes. Alguns estudos atribuíram a inexistência de medidas de prevenção específicas como determinantes no aumento das taxas de transmissão de IST em mulheres idosas. Conclusão: Este estudo teve como objetivo analisar a importância da implantação de medidas de prevenção de IST em mulheres idosas. Diante da condição epidemiológica de aumento das IST nesse grupo e de os elementos relacionados a esse aumento estarem intimamente ligados a vulnerabilidades dessas pacientes, medidas de prevenção específicas para esse grupo etário fazem-se necessárias para propiciar um envelhecimento saudável com sexualidade ativa e segura. Em virtude da escassez de dados amplos sobre a problemática, mais estudos são necessários para aprofundar os conhecimentos sobre o assunto e propiciar medidas de combate, diagnóstico e tratamento das IST em mulheres idosas.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311004
A relação entre métodos de rastreio do câncer de mama esua incidência no estado do Pará no período de 2010 a 2014
José Wilker Gomes de Castro Júnior1, Aimée Christine Ferreira de Melo Castelo Branco1, Cybelle Cristina Pereira1
1Centro Universitário do Estado do Pará
Introdução: O câncer de mama representa a neoplasia mais incidente em mulheres ao redor do globo, sendo responsável, no ano de 2020, por 684.996 óbitos. Tal contexto replica-se também no Brasil, onde a incidência estimada de novos casos dessa patologia, no ano de 2020, foi de 29,7%. Portanto, é de suma importância a realização de práticas preventivas e de lesões, sendo as principais o exame clínico de mamas e a mamografia. No atual panorama do rastreio de câncer de mama, a mamografia configura como primeira escolha de exame de imagem em mulheres assintomáticas, podendo levar a uma redução de até 30% da mortalidade dessa doença. Além disso, também é indicada para o acompanhamento de mulheres sintomáticas e/ou de alto risco, bem como para a avaliação diagnóstica. O exame clínico das mamas é uma importante ferramenta na prevenção secundária dessa neoplasia, visto que possibilita a detecção de lesões que se encontram em fase inicial, reduzindo assim a mortalidade da doença. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo realizar uma análise epidemiológica da relação entre a detecção de lesões diagnósticas do câncer de mama e a frequência de mamografia e exame clínico das mamas anteriores no estado do Pará, buscando compreender a relação entre o rastreamento dessa patologia e sua incidência. Métodos: Foi feito um estudo epidemiológico, longitudinal e descritivo, tendo como base de dados o Sistema de Informação de Câncer de Mama. Utilizaram-se informações sobre o quantitativo de exames de mama realizadosentre os anos de 2010 e 2014 no estado do Pará. Foram incluídas apenas mamografias que continham lesões com diagnóstico de câncer e, entre elas, foram evidenciados dados como a realização de exame clínico anterior, o tempo da mamografia anterior e o risco elevado para câncer de mama. Resultados: Observou-se que, ao longo do período de tempo avaliado, 75% das pacientes diagnosticadas com lesões cancerígenas haviam realizado exame clínico de mamas anterior ao diagnóstico, enquanto 7% nunca tinham feito o exame. Também foi constatado que 64,28% tinham realizado mamografia anterior, 14,28% nunca tinham feito o exame anteriormente e 21,42% não sabiam afirmar se já haviam feito ou não. Quanto ao risco para câncer de mama, 64,20% eram de baixo risco, 28,57% eram de alto risco e 7,14% não sabiam afirmar risco alto para a patologia. Conclusão: Com base na análise dos dados coletados, é possível perceber que a realização periódica de exames, tanto demamografia quanto o exame clínico das mamas, possui impacto positivo no que diz respeito ao rastreio e diagnóstico dessa doença em mulheres de baixo e alto risco no estado do Pará, resultando em um maior número de lesões cancerígenas diagnosticadas.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311005
A relevância do tratamento individualizado na endometriose
Ana Luisa Duque Santos1, Maria Catharina Piersanti Valiante1, Maria Paula Abrahão Aquino1, Maria Victoria Herkenhoff Ribas1, Giovanna Hissa Motta1, Juliana Duarte Porto1
1Universidade Estácio de Sá
Introdução: A Endometriose (EDM) é uma doença crônica, inflamatória, caracterizada pela presença de tecido endometrial localizado fora da cavidade uterina. O tratamento da EDM pode ser medicamentoso, cirúrgico, ou ainda a associação de ambos. Para definir a conduta ideal, levam-se em consideração: a gravidade dos sintomas, o desejo de gestar, a extensão e localização da doença, a idade, os efeitos medicamentosos adversos e as complicações cirúrgicas. Relato de caso: A.B.K., 21 anos, menarca aos 12 anos, fluxo menstrual intenso e prolongado, com cólicas frequentes. Em 2017, a paciente relata disúria, hematúria e lombalgia associada a dor em fossa ilíaca direita recorrentes, que a levaram a procurar assistência médica diversas vezes em um curto período de tempo, totalizando 11 cistites, com exame de elementos anormais do sedimento positivo, sem realização de urinocultura. Realizou tratamento com diversos antimicrobianos. No oitavo episódio, em 2018, evoluiu para uma pielonefrite, associada a infiltrado gorduroso na bexiga, resultando em uma internação hospitalar de cinco dias. Em investigaçãocom o urologista, realizou ultrassonografia dinâmica das vias urinárias, descartando doenças oriundas do trato urinário. Ainda em 2018, o urologista a encaminhou para um ginecologista. Foram realizadas ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética da pelve, que revelaram EDM em ambos os ligamentos uterossacros. Iniciou-se então o tratamento para a doença com dienogeste 2 mg, por 10 meses. A paciente relatou mudanças bruscas de humor como efeito colateral, o que a fez recorrer a um novo tratamento, em 2019, com uso de desogestrel 150 mcg + etinilestradiol 20 mcg durante seis meses. Ainda assim, apresentou dois episódios de menorreia, sendo o tratamento, portanto, ineficiente para o seu quadro. Em razão da ausência de amenorreia esperada, a medicação foi novamente alterada, dessa vez para desogestrel 150 mcg + etinilestradiol 30 mcg, e atingiu o objetivo de cessar o fluxo menstrual. Entretanto, esse terceiro medicamento, usado durante um ano, ocasionou do segundo mês em diante crises de enxaqueca com aura recorrentes, além da persistência de dor pélvica. Em 2020, a paciente recorreu ao seu último e atual tratamento da EDM, que consiste em quatro implantes hormonais subcutâneos de gestrinona. Atualmente, a EDM encontra-se estagnada, acometendo principalmente o ligamento uterossacro esquerdo, em direção ao nervo hipogástrico. A paciente apresenta diminuição da dor pélvica e da enxaqueca associada à amenorreia, atingindo o alvo terapêutico. Conclusão: A abordagem terapêutica da EDM varia de acordo com a queixa de dor pélvica ou infertilidade. No caso, em função da idade e do desejo de gestar no futuro, a cirurgia foi desconsiderada pela paciente, mesmo com a dificuldade da terapia hormonal. O manejo individual e a valorização das queixas, sinais e sintomas são fundamentais para um bom prognóstico. Dessa forma, a EDM persiste nos dias atuais como um desafio diagnóstico.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311006
Abscesso abdominal pós-parto vaginal sem episiotomia com evolução à sepse: um relato de caso
Mariana Caeran1, Larissa Muller Emmel1, Mairim Bordin Hoffmann1, Priscilla Muller Emmel2, Thais Borges Magnus1
1Universidade de Santa Cruz do Sul
2Clínica Schmidt
Introdução: O pós-parto é um período que pode acarretar inúmeras complicações, como infecção, abscesso e hematoma, cursando com morbimortalidade materna elevada, especialmente no parto cesárea. Abscessos abdominais são coleções purulentas secundárias a cirurgias, infecção, trauma, classificadas como intra e retroperitoneais ou viscerais. Hematoma pós-parto é uma condição conhecida, porém rara, que decorre principalmente de parto vaginal com episiotomia, sendo um fatorpredisponente para a formação de abscesso, que se não tratado pode evoluir à sepse. Relato de caso: Mulher, 15 anos, sem comorbidades, primigesta, 38 semanas e um dia, com restrição de crescimento intrauterino, induzida a parto vaginal por Misoprostol, sem necessidade de episiotomia. No 2º dia pós-parto, apresentou hematoma próximo ao introito vaginal à esquerda, sem sangramento, e recebeu alta nesse dia. Após 30 dias do parto, procura atendimento com febre, dor abdominal intensa, secreção vaginal purulenta e fétida que, segundo a paciente, ocorria havia três semanas. O exame físico evidenciou sinais de peritonite, duas massas palpáveis, flutuantes e dolorosas na região infraumbilical, que demandavam internação hospitalar. A ultrassonografia sugeriu abscesso na parede abdominal, exames laboratoriais com 27.900 leucócitos, 10% de bastões, hemoglobina de 7 e 690 mil plaquetas. Iniciou a antibioticoterapia e foram solicitadas avaliação cirúrgica e tomografia abdominal, que indicou quatro coleções líquidas sugestivas de abscesso com comunicação entre si, localizadas em fossa ilíaca direita (7 mL) e esquerda (38 mL), na linha média infraumbilical (57 mL) e na reflexão peritoneal mesorretal à direita (1,6 mL). Paciente foi submetida a laparotomia exploradora, constatando-se tanto intercomunicação dos abscessos quanto drenagem destes para a cavidade pélvica em direção ao útero, com saída da secreção pela vagina. Colocaram- se três drenos, um na vagina e dois no abdome. Após a laparotomia, a paciente foi levada à unidade de terapia intensiva (UTI) por um quadro de sepse, onde se administrou antibioticoterapia intravenosa e foi feita a rotina de UTI. Três dias após a admissão na UTI, ela foi para o quarto. Um dia após a alta da UTI, o dreno vaginal teve saída espontânea e os abdominais foram retirados sete dias após a cirurgia, já que não estavam mais drenando secreções. No 12º dia de pós-operatório, a paciente recebeu alta, apresentando sinais vitais estáveis, dor leve, exames laboratoriais normais. Conclusão: A ocorrência de abscesso abdominal no pós-parto é uma complicação infrequente, porém mais prevalente em cesárea do que em parto vaginal. O abscesso, se não manejado precocemente, pode evoluir com mau prognóstico, resultando em sepse, a qual é um dos principais fatores de mortalidade materna. Os sintomas mais comuns desse abscesso são febre, dor e desconforto abdominal, inapetência, peritonite. O diagnóstico por imagem mais eficaz é a tomografia, embora se possa usar a ultrassonografia. O tratamento é baseado na drenagem cirúrgica ou percutânea associada com antibioticoterapia pré e pós-intervenção.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311007
Agenesia de clitóris - a propósito de um caso
Juliana Affonso Mathiles1, Filomena Aste Silveira1, João Alfredo Seixas1, Mariane Teixeira Tauile1
1Instituto de Ginecologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: A agenesia de clitóris e pequenos lábios é uma anomalia congênita pouco frequente, que pode ser encontrada isoladamente ou associada a outras condições em diagnósticos sindrômicos. As alterações na genitália externa feminina podem levar a distúrbios da continência urinária, fertilidade, sexualidade e implicações psicológicas em razão da cada vez mais constante padronização estética da vulva. Além disso, as malformações de clitóris são relatadas por alguns autores como tabu na literatura médica, o que prejudica a identificação básica das alterações no exame físico da genitália externa. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 11 anos, sem comorbidades, foi ao ambulatório de ginecologia infanto-puberal acompanhada pela mãe, para avaliação de anomalia de genitália externa vista em consulta de pediatria. A história fisiológica evidencia telarca aos nove anos e pubarca aos 10 anos, porém ausência de menarca até a data da avaliação. A história patológica pregressa não foi digna de nota. A avaliação de idade óssea é compatível com a idade cronológica de acordo com a radiografia de mãos e punhos, e a ultrassonografia de abdome total apresenta-se sem alterações ao exame, com útero presente com mensuração normal. O exame físico evidenciou genitália externa feminina com agenesia de pequenos lábios e de clitóris, hímen pérvio não roto, vagina mensurada em torno de 7 cm, mamas em estágio M3 pela classificação de Tanner, e não foi possível realizar avaliação adequada do estágio de pilificação por causa da tricotomia. O restante do exame físico foi normal. Mãe e filha foram orientadas oportunamente e informadas de que a atitude seria expectante. Conclusão: A ausência do clitóris pode ser congênita ou adquirida. Entre as causas adquiridas, encontram-se o líquen escleroso levando à atrofia genital, o apagamento de pequenos lábios e de clitóris, mesmo em meninas jovens. Sobre as causas adquiridas, as mutilações genitais encontradas em tribos da África Subsaariana e o torniquete de cabelo são causas de amputação de clitóris. A agenesia ou hipoplasia isolada de clitóris é menos comum do que a associação com outras síndromes ou outras alterações de estruturas da genitália externa. Neste relato de caso, a genitália interna mantém-se inalterada, reforçando a hipótese de a origem desse tipo de alteração ocorrer no tubérculo genital. Excepcionalmente rara, a hipoplasia da genitália externa congênita já foi descrita anteriormente, principalmente como parte de síndromes complexas. Por serem raras, é possível que as agenesias de clitóris sejam subdiagnosticadas e acarretem implicações à saúde infanto-puberal, bem como futuramente na mulher adulta. Esse caso ratifica a importância de realizar exame genital de rotina emcrianças e adolescentes e da correta orientação aos responsáveis e à paciente, de acordo com seu nível de compreensão, evitando a busca por procedimentos cirúrgicos ou condutas desnecessárias e mantendo o acompanhamento em conduta expectante de rotina.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311008
Análise do perfil de sangramento e da permanência com os métodos anticoncepcionais de longa duração em pacientes adolescentes
Aline Mota Alves1, Roberta Pontes Braga1, Alexia Araújo Ribeiro1, Leticia Nacle Estefan Sobral1, Maria Tereza Pinto Medeiros Dias1
1Maternidade Escola Assis Chateaubriand
Introdução: O sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG) e o implante subdérmico com etonogestrel são opções contraceptivas de longa duração (LARC) que apresentam alta eficácia e excelente custo-benefício em pacientes adolescentes. Porém, principalmente nos primeiros meses de uso, são capazes de ocasionar sangramentos e alterações menstruais que podem estimular a interrupção do método por desconforto ou sensação de insegurança da paciente. Objetivo: Analisar o perfil de sangramento das usuárias do SIU-LNG e do implante subdérmico com etonogestrel e a continuidade do uso dos métodos pelas pacientes. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado por meio da revisão de prontuários de pacientes acompanhadas em um ambulatório de adolescentes que escolheram o SIU-LNG ou o implante subdérmico com etonogestrel como método anticoncepcional, com a inserção do método realizada entre janeiro de 2019 e setembro de 2020. Foram avaliadas a ocorrência de
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311009
Análise epidemiológica do câncer de mama no Brasil: 2015 a 2020
Samara Elisy Miranda Matos1, Maura Regina Guimarães Rabelo1, Marisa Costa e Peixoto1
1Centro Universitário de Patos de Minas
Introdução: O câncer de mama representa a neoplasia mais comum entre as mulheres no Brasile no mundo, excetuando-se apenas o câncer de pele não melanoma. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer, essa neoplasia é responsável por 28% dos novos casos anuais da doença. Estima-se ainda que, no Brasil, uma em cada 12 mulheres desenvolva essa patologia ao longo da vida. Entre os fatores de risco, destacam-se os biológicos, endócrinos, comportamentais/ambientais e a vida reprodutiva. Objetivo: Investigar o perfil clínico-epidemiológicodos pacientes diagnosticados com neoplasia maligna de mama entre 2015 e 2020. Material e método: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, descritivo e quantitativo, que teve como base os dados disponibilizados pelo Departamento de Informação e Informática do SUS, sobre os casos detectados de câncer de mama no período de 2015 a 2020. Resultados e conclusão: No período analisado, foram diagnosticados 199.862 novos casos de câncer de mama. Os indivíduos com idade entre 50 e 59 anos apresentaram maiores taxas de incidência dessa neoplasia, com o percentual médio de 27% dos casos. A segunda faixa etária com maior destaque foi a de indivíduos entre 60 e 69 anos, responsáveis por 23,1% de todos os casos. A maioria das neoplasias foi diagnosticada em indivíduos do sexo feminino (98,7%) e 1,3% em indivíduos do sexo masculino. Observou-se ainda que a maior parte dos diagnósticos ocorreu no estágio T2 da escala TNM (20,0%), seguido do estágio T3 (19,2%). Ao analisar o estadiamento de acordo com a faixa etária, observa-se uma relação inversamente proporcional entre essas variáveis. Percebeu-se que, entre os indivíduos com idade entre 0 e 19 anos, a maioria dos diagnósticos ocorreu na fase T4. Já na faixa etária de 20 a 49 anos houve a predominância de diagnósticos no estágio T3. Nos indivíduos com idade superior a 50 anos, a maioria dos diagnósticos deu-se no estágio T2. O presente estudo evidenciou uma elevada incidência de câncer de mama no período analisado. A comparação entre a faixa etária dos indivíduos e o estadiamento no momento do diagnóstico salientou a importância da mamografia como estratégia para a detecção precoce desse tipo de câncer, visto que o rastreamento por esse método se relacionou à detecção mais precoce dessa neoplasia. No entanto, a maioria dos diagnósticos foram detectados nas fases T2 e T3, o que mostra a necessidade de aprimoramento das técnicas de detecção precoce. Apesar de as técnicas de rastreio não serem capazes de reduzir a incidência, elas são capazes de aumentar a chance de cura e reduzir a mortalidade, pois permitem o diagnóstico em fases mais iniciais. Dessa forma, conhecer o perfil epidemiológico nacional é fundamental para que se possa traçar e aprimorar estratégias com o intuito de promover uma política de rastreamento e tratamento mais efetiva e a redução da mortalidade.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311010
Samantha Condé Rocha Rangel1, Luiz Gustavo Brito1, Cassia Raquel Teatin Juliato1, Giovanna Fornasari2
1Universidade Estadual de Campinas
2Clínica Condé
Introdução: O tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE) varia de medidas conservadoras a procedimentos cirúrgicos. Para preencher essa lacuna, a terapia com
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311011
Marcela Gaiotti Marques1, Dayana da Silva de Araujo1, Ana Carolina Lopes Ribeiro2, Gustavo Guitmann1, Rafael Henrique Szymanski Machado1, Roseane Guarçoni Piumbini1
1Hospital Federal da Lagoa
2Universidade Estácio de Sá
Introdução: Angiomixoma agressivo (AA) de vulva é um raro tumor de origem mesenquimal que surge predominantemente em região vulvovaginal, perineal e pélvica. Apesar de benigno, a agressividade justifica-se pelas características infiltrativas e a taxa de recorrência local. Acometendo principalmente mulheres em idade fértil, os sintomas inespecíficos são comumente associados a diagnósticos mais prevalentes, como lipoma, cisto de Bartholin ou hérnia. O diagnóstico é histológico: um tumor paucicelular, altamente vascularizado, com estroma mixoide contendo células estreladas/ fusiformes, com margens de ressecção cirúrgicas frequentemente comprometidas. Relato de caso: S.P.S.B., 35 anos, acompanhada há três no ambulatório de patologia vulvar e cervical. A queixa apresentada era de uma lesão em vulva com crescimento progressivo nos últimos oito meses, associado a desconforto local por abaulamento, e ausência relatada de sintomas semelhantes prévios. Tratava-se de uma paciente nuligesta, sexualmente ativa e com parceiro fixo, menarca aos 11 anos, ciclos menstruais regulares em uso de contraceptivo oral combinado, sem comorbidades conhecidas ou histórias de infecções de transmissão sexual. Ao exame, foi observada uma tumoração de 1,5 cm em lábio externo esquerdo, bem delimitada e de consistência fibroelástica, inicialmente atribuída a lipoma vulvar. A rotina ginecológica evidenciou uma colpocitologia oncótica cervical com células escamosas atípicas de significado indeterminado, resultado que não afasta lesão de alto grau, com achados maiores sugestivos de lesão cervical de alto grau à colposcopia. Foi deliberada exérese da lesão vulvar e conização, realizadas em agosto de 2018, com pós-operatório sem intercorrências. O laudo histopatológico da peça do colo uterino mostrou lesão intraepitelial escamosa cervical de alto grau e margens livres. Já o laudo histopatológico da vulva descreveu formação nodular de tecido pardo, acastanhado, encapsulado e elástico, medindo 3,0x1,8x1,3 cm, compatível com AA vulvar. O laudo foi mantido após revisão. Durante o estadiamento, não foram observadas alterações compatíveis com metástases a distância. A paciente segue em acompanhamento clínico regular há três anos, sem queixas ou alterações no exame clínico. Conclusão: Apesar da elevada morbidade descrita na doença, o bom prognóstico justifica-se pela assistência adequada e exérese da lesão precoce, mesmo oligossintomática. O presente trabalho levanta a importância de se considerar o AA como diagnóstico diferencial de tumorações vulvares. O exame médico ginecológico de rotina deve ser estimulado de forma a identificar essas patologias com impacto na qualidade de vida das mulheres.
Palavras-chave:
Angiossarcoma primário da mama: relato de caso
Victoria Relvas Fernandes Vianna1, Bianca Kurtz Fontoura1, Ana Helena Pereira Correia Carneiro1, Flávia Maria de Souza Clímaco1, Afrânio Coelho de Oliveira1
1Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: O angiossarcoma primário de mama é um tumor maligno com diferenciação endotelial vascular, extremamente raro. Apresenta comportamento agressivo e frequente recidiva. Os exames clínico e de imagem são inespecíficos. O diagnóstico é difícil e o tratamento controverso. Relato de caso: Mulher, 59 anos, foi atendida no ambulatório de mastologia com abaulamento e nódulo de 4x3 cm, amolecido, móvel, bem delimitado em união dos quadrantes mediais (UQM) de mama esquerda, sem linfonodomegalia axilar ou descarga papilar. Mamografia: nódulo lobulado na UQM, isodenso, com bordas distintas, de 27 mm (BI-RADS 4). Ultrassonografia: nódulo hipoecoico ovalado, circunscrito, paralelo à pele, com vascularização periférica, em quadrante superior medial, de 27,9x12,2x19,8 mm (BI-RADS 3). Ressonância magnética: nódulo heterogêneo oval, lobulado e parcialmente definido, com áreas centrais serpiginosas de permeio e captação progressiva de contraste (BI-RADS 4). Foi realizada
Palavras-chave:
Avaliação da densidade mineral óssea em mulheres transgênero do Suldo Brasil
Kadija Rahal Chrisostomo1, Najila de Marco Sandrin2, Henrique Rahal Chrisostomo3, Thelma Larocca Skare3, Renato Mitsunori Nisihara3
1Universidade Federal do Paraná
2Pontifícia Universidade Católica do Paraná
3Fundação Escola do Ministério Público do Estado do Paraná
Introdução: As pessoas trangênero submetidas a terapia hormonal e/ou tratamento cirúrgico podem sofrer alterações em seu metabolismo ósseo por causa da importância hormonal na fisiologia da modulação óssea. Objetivo: O presente estudo teve por objetivo avaliar a densidade mineral óssea e a composição corporal de mulheres transgênero brasileiras submetidas a terapia hormonal cruzada por três anos ou mais, comparando com grupos controle, de mulheres cisgênero e um de homens cisgênero. Métodos: Realizou-se um estudo observacional transversal por meio da coleta de dados sociodemográficos, epidemiológicos e clínicos. Foram feitos exames de densitometria mineral óssea e de densitometria óssea corporal total com o aparelho Lunar Prodigy Advance DXA System - Encore versão 14.10, Radiation Corporation, Madison, WI, sistema de dupla emissão de raios da GE Healthcare. O estudo foi realizado na cidade de Curitiba no período de agosto de 2018 a agosto de 2019. Após o recrutamento e a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 31 mulheres transgênero atendidas no Centro de Pesquisa e Atendimento a Travestis e Transexuais e no Centro Regional de Especialidades da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná aceitaram participar do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Selecionaram-se dois grupos controle pareados por idade, índice de massa corporal (IMC) e hábitos de vida, com 31 mulheres cisgênero e 31 homens cisgênero, totalizando 93 participantes. Os dados foram analisados com auxílio do programa GraphPad Prism 6, San Diego, CA. Resultados e conclusão: A densidade mineral óssea (DMO) das mulheres transgênero é menor do que nos grupos pareados; 12,9% dessas mulheres apresentaram baixa massa óssea (Z score ≤2). Essa porcentagem foi de 3,2% para mulheres cisgênero e de 3,3% para os homens cisgênero. As mulheres transgênero tiveram um Z score mais baixo, tanto de coluna (0,26±1,42 vs 0,50±1,19) quanto do fêmur (-0,41±0,95
Palavras-chave:
Avaliação da qualidade de vida e da função sexual de mulheres com endometriose segundo aspectos físicos epsíquicos
Daniela Angerame Yela1, Melissa de Barros Meneguetti1, Gabriele Natália Dias1, Fabia Pigatti Silva1, Cristina Laguna Benetti-Pinto1
1Universidade Estadual de Campinas
Introdução: A endometriose é uma doença crônica e inflamatória, estrógeno dependente, definida pela presença de tecido endometrial, glandular e/ou estromal, com desenvolvimento fora da cavidade uterina. Os sintomas são muito variados e envolvem dismenorreia, dor pélvica crônica, infertilidade, dispareunia, disfunções na evacuação e micção, apresentando grande impacto na qualidade de vida da mulher no âmbito físico, psicológico, social e sexual. Nesse contexto, a depressão e a ansiedade são doenças fortemente associadas às mulheres com endometriose, o que eleva a morbidade da patologia. Objetivo: Avaliar a qualidade e a função sexual de vida das mulheres com endometriose, correlacionando com os aspectos físicos e psicológicos. Métodos: Estudo multicêntrico de corte transversal, realizado com 102 mulheres com endometriose, acompanhadas em dois hospitais terciáriosno período de dezembro de 2017 até dezembro de 2020. As mulheres foram divididas em dois grupos de acordo com a presença de dor: grupo 1 (com dor - 62 mulheres) e grupo 2 (sem dor - 40 mulheres). Para avaliar a qualidade de vida, função sexual, níveis de ansiedade e depressão foram utilizados os questionários
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311015
Avaliação do uso de sistema intrauterino liberador de levonorgestrel em pacientes com adenomiose em umamaternidade pública de Minas Gerais
Isabella Ribeiro Coelho1
1Maternidade Odete Valadares
Introdução: Estima-se que a prevalência de adenomiose varie entre 20 e 30%, acometendo preferencialmente mulheres entre 40 e 50 anos, 90% multíparas. Quando sintomática, a doença caracteriza-se por sangramento uterino anormal, dismenorreia intensa e progressiva, dispareunia e dor pélvica crônica, com significativo prejuízo de qualidade de vida e importante causa de absenteísmo. Até recentemente, o tratamento preconizado para adenomiose era a histerectomia. Não é, todavia, opção para aquelas mulheres que desejam manter a fertilidade, apresentam risco cirúrgico elevado ou quando os sistemas de saúde se preparam para atender demandas sem precedentes de pessoas com COVID-19, e os serviços de cirurgias requerem adaptações, incluindo o adiamento das histerectomias. Nesse sentido, o endoceptivo que contém 52 mg de levonorgestrel (sistema intrauterino liberador de levonorgestrel - SIU-LNG) ascende como terapia alternativa, de primeira linha, à histerectomia (NICE), uma vez que é considerado mais eficaz que os tratamentos orais e injetáveis no controle do sangramento uterino anormal, mantendo a capacidade reprodutiva após a sua suspensão. Objetivo: Avaliar a eficácia e satisfação do SIU-LNG em reduzir os principais sintomas da adenomiose. Métodos: Os dados foram coletados por meio de entrevistas realizadas com pacientes que foram submetidas à inserção do SIU-LNG, em um serviço público na cidade de Belo Horizonte, como tratamento para sangramento uterino anormal. Resultados e conclusão: Entre as participantes do trabalho, 84 foram submetidas à inserção do SIU-LNG em virtude de adenomiose no período de 2019 a 2020. Delas, 33 pacientes foram excluídas, pois expulsaram o dispositivo ou não foi possível o contato para avaliação da satisfação. Entre as que estão em uso do método, 30 obtiveram redução importante de fluxo menstrual (ou amenorreia) após seis meses de tratamento. Vinte e nove manifestaram completa satisfação com o método em relação à melhora sintomática. Uma ficou insatisfeita com o método. Apenas duas permanecem com indicação de histerectomia em decorrência de insucesso no tratamento com o uso do SIU-LNG. Manejar os sintomas decorrentes da adenomiose de modo mais conservador é fundamental, mas nem sempre possível. O SIU-LNG mostrou-se capaz de reduzir a perda sanguínea menstrual em 74 a 97% dos casos após três meses de uso, conforme estudos prévios. Huskainem et al. mostraram melhora equivalente na qualidade de vida e bem-estar entre pacientes submetidos a histerectomia e usuárias de SIU-LNG. Desse modo, há de se repensar a maior disponibilidade do SIU-LNG no Sistema Único de Saúde, bem como na saúde suplementar, para finsde tratamento de sangramento uterino anormal, objetivando a redução de dor pélvica e sangramento uterino em pacientes portadoras de adenomiose, ao mesmo tempo que se reduzem os riscos atribuídos à histerectomia.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311016
Avaliação dos dados sociodemográficos de pacientes lésbicas e bissexuais
Henrique Rahal Chrisostomo1, Najila De Marco Sandrin2, Kadija Rahal Chrisostomo3, ThelmaLarocca Skare1, Gislaine Paviani Farris3, Renato Mitsunori Nisihara1
1Fundação Escola do Ministério Público do Estado do Paraná
2Pontifícia Universidade Católica do Paraná
3Universidade Federal do Paraná
Introdução: As dificuldades e diferenças no atendimento ginecológico são uma realidade encontrada pelas pacientes lésbicas e bissexuais quando comparadas às heterossexuais. Há uma necessidade de se entender o perfil dessas pacientes para um atendimento mais adequado. Objetivo: O objetivo do trabalho é avaliar o perfil sociodemográfico das mulheres lésbicas e bissexuais para que, com maior entendimento sobre essa população, o atendimento ginecológico passe a ser mais adequado. Material e método: Realizou-se um estudo transversal analítico. As participantes responderam de forma voluntária e anônima a um questionário adaptado em formato Google Forms, disponível
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311017
Giovanna da Cruz Pierri1, Maria Fernanda Ingles do Amaral Carvalho1, Juan Felix Costa2
1Faculdades Pequeno Príncipe
2Universidade Federal de São Paulo
Relato de caso: L.A.V.M. ♀, 22 anos, nuligesta, menarca aos 12 anos, nega etilismo e tabagismo, sem comorbidades, vem à consulta para avaliação de infertilidade primária. Apresenta ciclo regular (30 dias) com fluxo de intensidade média e duração de quatro dias. Exame ginecológico normal. Para a paciente foram solicitados exames laboratoriais que apresentaram resultados normais e também ultrassom transvaginal (USG) para a contagem de folículos antrais. M.C.M ♂, etilista (oito latas em três horas), não possui comorbidades prévias. Na avaliação masculina, além de exames laboratoriais (normais com exceção de baixos níveis de testosterona), foi solicitado o espermograma (sendo duas amostras com intervalo de sete dias, ambas em abstinência de três dias, ambas com o resultado de oligozoospermia grave). Com base na anamnese do casal e na avaliação do resultado dos exames físicos, constatou-se que as alterações presentes - e consequentemente a infertilidade - teriam como etiologia provável o uso excessivo de álcool em curto espaço de tempo (
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311018
Câncer de endométrio associado a radiação pélvica prévia paratratamento de câncer de colo uterino: relato de caso
Andrey Luis de Oliveira Gonçalves Dias1, Thaíz da Silva Gome1, Leila Cristina Soares Brollo1
1Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Introdução: Câncer de endométrio associado a radiação (do inglês
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311019
Câncer de vulva derivado de papilomavírus humano em paciente de 87 anos
Sabrina Carpanez Veiga1, Isabela Furtado Guiotti1, Thyene de Vilhena1, Sabrina Campos Rodrigues Spósito1, Izabel Brito Teixeira2, Maria de Fátima Dias de Sousa Brito1
1Maternidade Odete Valadares
2Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Introdução: O câncer de vulva (CV) corresponde a 3 a 5% dos tumores malignos da mulher. Deles, 90% são do tipo espinocelular e mais frequentes entre a 5ª e a 7ª décadas de vida. São associados principalmente ao líquen escleroso nessa faixa etária. A associação do CV com o papilomavírus humano (HPV) ocorre geralmente em mulheres jovens. Relato de caso: M.C.N., 87 anos, encaminhada do centro de saúde - ambulatório de patologia do trato genital inferior (PTGI) - por causa de prurido vulvar progressivo de início dois meses antes, associado a ardor e aparecimento de lesões vulvares. Nunca havia realizado exames citopatólogicos prévios. Ao exame: vulva com absorção de dois terços do pequeno lábio (PL) direito e um terço do PL esquerdo, edema do prepúcio do clitóris, onde se inicia a direita placa ceratinizante arredondada, estendendo-se ao PL residual. Fissura profunda em região de fúrcula e perineal recoberta com ceratina espessa. Presença de pápula esbranquiçada de 0,5 cm no sulco interlabial direito (terço médio). Presença de hipocromia bem delimitada em topografia do PL direito absorvido. Hipocromia difusa vulvar, rágade em face medial do grande lábio direito. A paciente foi submetida a biópsia de vulva incisional sob anestesia local. Foram retirados dois fragmentos, um em lesão periclitoridiana e outro em lesão em fúrcula, com diagnóstico único de carcinoma espinocelular incipiente associado à condiloma acuminado, bem diferenciado. Ausência de invasão angiolinfática e perineural. Presença de alterações citológicas indicativas de infecção pelo HPV. Após esse diagnóstico, a paciente foi encaminhada para a Oncologia. Conclusão: Existem duas vias propostas e independentes para o desenvolvimento do carcinoma de células escamosas vulvares. O primeiro está relacionado à infecção da mucosa pelo HPV e o segundo está relacionado a processos inflamatórios crônicos, originando dois subtipos, os quais geralmente ocorrem nos lábios ou vestíbulo: tipo clássico, condilomatoso, e tipo queratinizante, que ocorre em pacientes mais idosas. Na paciente em questão, apesar da idade e dos dados epidemiológicos descritos, a biópsia foi compatível com lesão originada pelo HPV. A avaliação criteriosa das lesões vulvares exige a realização de biópsia sempre que houver insegurança diagnóstica ou se houver suspeição de presença de lesões precursoras ou verdadeiramente malignas. O tratamento do CV é realizado de forma multidisciplinar após o diagnóstico e o estadiamento iniciais, devendo, sempre que possível, ser instituída a cirurgia, caso haja condições de ressecabilidade.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311020
Câncer de vulva em paciente com passado de neoplasia intraepitelial de alto grau de colo:um relato de caso
Sabrina Carpanez Veiga1, Felipe Clemente Colbert Câmara1, Isabella Ribeiro Coelho1, Jaísa Santana Teixeira1, Izabel Brito Teixeira2, Maria de Fátima Dias de Sousa Brito1
1Maternidade Odete Valadares
2Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Introdução: O câncer vulvar responde por 3 a 5% tumores malignos femininos, compreendendo dois subtipos: tipo queratinizante e tipo clássico, predominantemente associado aos papilomavírus humanos (HPV) 16, 18 e 33. Há evidências de que algumas neoplasias intraepiteliais vulvares e vaginais de alto grau são lesões monoclonais derivadas de lesões de colo do útero. A presença do colo do útero não parece ser necessária para que o HPV oncogênico infecte o trato genital. Relato de caso: M.P.D.V., 53 anos, admitida por lesão vulvar dois anos antes, com prurido e ardência locais. Menarca aos 14 anos; sexarca aos 21, com cinco parceiros. G1PC1. Passado de cirurgia de alta frequência em outro serviço, porém sem relatório de alta. Durante o seguimento apresentou exame citopatológico compatível com neoplasia intraepitelial de alto grau (HSIL). Realizou-se biópsia que confirmou o achado, e a paciente foi submetida a histerectomia total. Em anatomopatológico da peça, não se identificou malignidade. Não foram feitos controles posteriores. Ao exame: vulva edemaciada, com placas cruentas em fúrcula, face medial do grande lábio esquerdo e introito vaginal circundadas por máculas hipercrômicas. Apresentava nódulo de aproximadamente 2 cm em terço médio, deformando a anatomia do grande lábio esquerdo. Não foram identificadas alterações de superfície ou anatômicas sugestivas de líquen escleroso. Não foi feito exame especular por intolerância álgica. Ao toque, vagina com 4 cm, endurecida, de trajeto irregular e friável, sangrante. Em fossa ilíaca direita, constatou-se presença de massa anfractuosa, de cerca de 3 cm linfonodos aumentados e endurecidos à esquerda. Foi realizada biópsia vulvar com achado de carcinoma de células escamosas, ulcerado e invasor, pouco diferenciado, grau III. Conclusão: Trata-se de paciente com passado de HSIL cervical, sem seguimento citocolposcópico adequado. As lesões causadas pelo HPV podem ser multifocais, multicêntricas (acometendo mais de um órgão), sincrônicas (ao mesmo tempo) ou metacrônicas (em tempos distintos). No câncer de vulva as lesões são multifocais em 5% dos casos e uma segunda malignidade sincrônica (mais comumente a neoplasia cervical) é encontrada em 22% das pacientes. Acredita-se que o câncer de vulva desse caso se associe ao HPV e não a distrofias vulvares, seja pela apresentação clínica (sem sinais de liquenificação vulvar), seja pela epidemiologia (concomitância com HSIL do colo do útero). Portanto, pacientes portadoras de HSIL, independentemente do sítio, são de alto risco para o desenvolvimento de doença maligna nas outras estruturas do trato anogenital inferior, devendo ser monitoradas de forma rigorosa por pelo menos cinco anos.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311021
Caracterização do uso de métodos contraceptivos e daeducação sexual de estudantes de medicina de uma universidade pública do estado do Piauí
Lia Cruz Vaz da Costa Damásio1, Alice Mayra Carvalho e Silva1, Lucas Aguiar Alencar de Oliveira2, Rafaela Santos Martins2
1Universidade Federal do Piauí
2Universidade Federal de São Paulo
Introdução: A escolha do método contraceptivo é de extrema importância para a realização do planejamento familiar e para a vivência saudável da sexualidade. Para uma seleção assertiva, é imprescindível considerar fatores biológicos, culturais e econômicos de cada indivíduo. Por existir uma ampla variedade de métodos, é essencial compreender sua indicação, disponibilidade, efeitos colaterais e modo de utilização. Logo, ter pouco conhecimento sobre os contraceptivos ainda é um empecilho para a população. Apesar de estudantes da área da saúde serem um público com acesso a informações sobre saúde sexual e reprodutiva, é frequente entre eles comportamentos sexuais de risco por incoerências no uso de contraceptivos. Isso evidencia que, para uma atividade sexual segura, é necessário, além do conhecimento formal, motivação para a adoção do comportamento preventivo e competências práticas para a constância dessa conduta. Objetivo: Identificar os métodos contraceptivos mais utilizados por estudantes de medicina de uma universidade pública do Piauí. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo e transversal com uma amostra de 190 alunos de medicina de uma instituição pública do estado do Piauí. A coleta de dados foi feita por um questionário, via Formulário Google, que continha 27 perguntas. Utilizou-se, para análise de dados, planilha do Microsoft Excel e teste estatístico χ2 de Pearson. Os participantes tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes de preencher o questionário. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da referida universidade. Resultados e conclusão: A maioria dos participantes é do sexo masculino (59%), tem de 18 a 22 anos (62%) e está namorando (51%). A maior parte dos estudantes sabe da existência de diversos métodos contraceptivos, com destaque para preservativos, anticoncepcional oral e dispositivo intrauterino (DIU). Dos participantes da pesquisa, 86% já tiveram relação sexual e, deles, 89% fizeram uso de contracepção na primeira relação sexual, sendo a camisinha masculina o método mais escolhido. A respeito do uso de contraceptivos atualmente, 84% responderam que utilizam. Deles, 49% usam o preservativo masculino e os que não fazem uso de nenhum método contraceptivo alegam que não têm relações sexuais no momento. Sobre o uso de contracepção de emergência, 55% dos estudantes já utilizaram, e a maioria por mais de três vezes. No tocante à educação sexual e reprodutiva recebida, 48% julgam-na suficiente e 21% ótima. As fontes mais citadas foramescola (82%) e internet (79%). Logo, apesar de o estudo ter sido realizado com um público que tem acesso à informação sexual e reprodutiva, é essencial aperfeiçoar a educação sobre essa temática, que é oferecida ao estudante de medicina da instituição onde a pesquisa foi realizada com vistas a contribuir para uma formação discente holística e para a promoção do cuidado pessoal.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311022
Carcinoma de mama invasivo em paciente de 21 anos evoluindo para a morte: um relato de caso
Luciana Dalva Moutinho de Moura1, Talissa Lima Tavares1, Carolina Loyola Prest Ferrugini1, Janine Martins Machado1, Cleverson Gomes do Carmo Júnior1
1Universidade Federal do Espírito Santo, Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes
Introdução: As neoplasias da mama afetam principalmente as mulheres na perimenopausa. No entanto, aqueles que estão em plena atividade reprodutiva também podem ser afetados e, embora o carcinoma de mama seja incomum em mulheres jovens, eles geralmente têm um prognóstico pior. Este estudo descreve as características clínicas agressivas e o prognóstico sombrio de um carcinoma de mama invasivo em uma paciente de 21 anos. Relato de caso: T.S., 21 anos, G2P2, primeiro filho aos 16 anos, menarca aos 12 anos, lactante há um ano e oito meses, sem comorbidades e sem história familiar de câncer de mama. Admitida em serviço de urgência ginecológica com nódulo doloroso em mama direita associado a hiperemia local. Foi feita a hipótese diagnóstica de abscesso mamário e a paciente foi conduzida para drenagem cirúrgica de urgência. No intraoperatório, diagnosticou-se nódulo sólido sugestivo de neoplasia, que foi submetido a biópsia incisional com resultado histopatológico de carcinoma ductal tipo não especial grau 3. Estadiamento clínico IV: (cT4d cN1 cM1 - metástases óssea, pulmonar e para linfonodos cervicais). Imuno-histoquímica: RH negativos, HER2 3+, KI67 80%). A paciente foi submetida a quimioterapia neoadjuvante, sem resposta satisfatória, e encaminhada para cirurgia higiênica após a 9ª sessão. Realizou-se tratamento cirúrgico com mastectomia radical direita e, após três meses, mastectomia simples à esquerda em razão de nódulo neoformado cuja biópsia evidenciou carcinoma invasor com diferenciação apócrina. Posteriormente, a paciente evoluiu com metástases cerebrais sintomáticas e óbito que se deu três anos após o diagnóstico da lesão primária. Conclusão: Trata-se de caso de carcinoma mamário em idade extremamente jovem, visto que qualquer protocolo de rastreamento de paciente de alto risco recomenda o início do rastreamento mamário com 25 anos. Por isso, o câncer de mama deve ser sempre aventado como diagnóstico diferencial das mastites, mesmo as puerperais.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311023
Carcinoma epidermoide cervical localmente avançado em paciente jovem: um relato de caso
Rafaela Modenesi Venâncio1, Flaviane Pinheiro dos Santos Nassif2, Yasmin Dias Netto Alves Guedes2, Elisa Chain de Assis3, Carla Oliveira Rodrigues1, Tamillis Guidi Venturim2
1Universidade Federal de Juiz de Fora,
2Hospital Municipal de Governador Valadares
3Universidade Vale do Rio Doce
Introdução: O câncer cervical é um dos mais frequentes tumores do sexo feminino. É desfecho da infecção persistente do trato genital inferior por um dos 15 subtipos do papilomavírus humano (HPV) de alto risco, principalmente 16 e 18. São fatores de risco: sexarca precoce, múltiplos parceiros sexuais, tabagismo, raça negra, paridade elevada, baixa condição socioeconômica e imunossupressão crônica. Considera-se como evitável, pela prevenção primária, com vacinação para HPV e, pela prevenção secundária, com rastreamento e tratamento precoce das lesões precursoras. O objetivo do trabalho é relatar um caso clínico de carcinoma epidermoide cervical localmente avançado em paciente jovem. Relato de caso: M.S.P., 34 anos, casada, natural e residente de Governador Valadares, Minas Gerais. Apresentou, em novembro de 2017, aos 31 anos, hemorragia genital de origem cervical e anemia e buscou atendimento hospitalar. Foram realizadas cervicografia e hemotransfusão, com melhora clínica, e a paciente recebeu alta hospitalar com referenciamento para serviço especializado. Nesse atendimento, negou queixas. Exame especular: colo uterino aumentado, friável, com lesão de aspecto vegetante, de aproximadamente 4 cm, bordos irregulares e sangramento uterino intenso, sugerindo lesão invasora; toque uterino bimanual: útero imóvel e colo de aspecto pétreo em lábio anterior; toque retal: comprometimento de paramétrios. Realizou-se biópsia da lesão, que confirmou o diagnóstico de carcinoma epidermoide estágio IIB (14 de novembro de 2017). Conduziu-se tratamento com braquiterapia, radioterapia e quimioterapia, finalizado em abril de 2018. Atualmente, a paciente apresenta quatro exames de citologia oncótica negativos para malignidade (13 de maio de 2019, 25 de novembro de 2019, 15 de junho de 2020, 25 de janeiro de 2021), amenorreia, dispaurenia e incontinência urinária, tratada com Fenazic®, sem melhora dos sintomas. História ginecológica-obstétrica: gesta: 3/partos: 3/aborto: 0; salpingotripsia tubária há oito anos; menarca: 11 anos; sexarca: 14 anos; número de parceiros sexuais: dois; não realizava exame preventivo regularmente. História patológica pregressa: nega comorbidades. Hábitos de vida: ex-tabagista, cigarro branco, 13 anos-maço, cessou há três anos. História familiar: nega câncer ginecológico. Conclusão: A idade do diagnóstico é compatível com lesões iniciais da infecção pelo papilomavírus humano (HPV), sendo o pico de câncer cervical entre 45 e 49 anos. A rápida progressão pode estar associada à infecção por subtipo altamente carcinogênico. Apesar da não identificação do DNA viral, o 16 é mais relacionado ao carcinoma epidermoide, e este aos casos invasores e avançados. Fatores de risco presentes: etnia negra, condição socioeconômica baixa, terciparidade, sexarca precoce e tabagismo. O diagnóstico foi tardio, com doença avançada e sintomática, o que pode estar atrelado à baixa condição sociocultural da paciente, que dificulta o autocuidado e o acesso ao sistema de saúde. Apesar do sucesso da terapia, a dispaurenia e a incontinência urinária afetam a qualidade de vida da paciente.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311024
Cistoadenoma mucinoso gigante de ovário abordado no primeiro trimestre gestacional: relato de caso
Maria do Carmo Zanotto1, Maria Clara Artiaga1, Guilherme Negrão de Souza1, Tenilson Amaral Oliveira1, Márcia Maria Auxiliadora de Aquino1, Corintio Mariani Neto1
1Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros
Introdução: O cistoadenoma mucinoso é um tumor ovariano benigno de origem epitelial que tem como características ser multilocular e ter superfície lisa e pode alcançar grandes dimensões. Corresponde a 15% dos tumores ovarianos nas mulheres entre 30 e 50 anos. A presença de tumor ovariano durante a gestação é rara; a literatura mostra prevalência de 1:1.000, quando somente 3 a 6% são malignos. Esse achado tem aumentado nos últimos anos porque, no acompanhamento pré-natal, a ultrassonografia tem se tornado mais frequente na rotina. Relato de caso: Gestante, 32 anos, branca, secundigesta com cesariana anterior, idade gestacional de 13 semanas. Foi encaminhada da unidade primária de saúde ao pré-natal de alto risco por causa de achado ultrassonográfico morfológico normal com gestação de 12 semanas e três dias e imagem cística anecoide volumosa ocupando toda a região hipogástrica e estendendo-se para a fossa ilíaca direita, medindo 16,4x13,2x15,2 cm (volume 1.743 cm³). Apresentava aumento de volume abdominal, sem queixas álgicas, com massa palpável pouco móvel e endurecida no exame físico. Realizou-se a laparotomia exploradora com incisão Pfannenstiel na 14ª semana e indicou-se salpingo-ooforectomia esquerda com mínima manipulação cirúrgica por incisão capsular anterior com aspiração do conteúdo cístico com aspirador elétrico e proteção da cavidade abdominal com compressas úmidas e sutura local com fio inabsorvível e reparo local para auxiliar no procedimento cirúrgico. Exame anatomopatológico com diagnóstico de cistoadenoma mucinoso em ovário esquerdo, congestão em tuba uterina esquerda e ausência de sinais histológicos de malignidade. Seguimento no pré-natal sem intercorrências. Foi feito parto cesáreo com 39 semanas de gestação, indicado por desproporção céfalo-pélvica, e houve desfecho materno-fetal favorável em acompanhamento de até 60 dias pós-parto. Conclusão: É importante nessa situação considerar a sintomatologia, o tamanho tumoral, as características ao ultrassom e a idade gestacional e compartilhar a conduta com a paciente.
Existem raras situações de tumores mucinosos com luteinização do estroma e sinais de virilização materna e restrição de crescimento fetal. Nesse caso a abordagem cirúrgica oportuna culminou com desfecho favorável para o binômio materno-fetal.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311025
Citologia da cúpula vaginal com células escamosas atípicas de significado indeterminado: relato de caso
Maister Henrique Lobato de Morais1, Adriane Brod Manta1, Marcia Cristina Pereira Maduell1, Valdir Rosado Martins Junior1, Aline Fritzen Binsfeld1, Francielle Novinski Machado1
1Universidade Católica de Pelotas, Hospital Universitário São Francisco de Paula
Introdução: O Ministério da Saúde recomenda que a colpocitologia oncótica seja realizada em mulheres com vida sexual ativa desde os 25 anos, podendo ser interrompida aos 64 anos de idade após dois resultados normais. Também orienta que mulheres que realizaram histerectomia total por patologias benignas e que não apresentem história prévia de lesões cervicais de alto grau sejam excluídas da população alvo do rastreamento, desde que tenham exames anteriores sem alterações. Segundo o Sistema de Bethesda revisto em 2001, as atipias de células escamosas de significado indeterminado podem ser de dois tipos: possivelmente não neoplásicas e as que indicam que não se pode afastar lesão de alto grau. Relato de caso: R.J.D., 46 anos, G3P3, menarca aos 11 anos, sexarca aos 15 anos, submetida a histerectomia total há oito anos por sangramento uterino anormal associado a miomatose uterina. Refere episódios esporádicos de dor em baixo ventre, sem outras queixas. Realizou colpocitologia oncótica em novembro de 2020 em unidade básica de saúde, apresentando células escamosas atípicas de significado indeterminado, não se podendo afastar lesão de alto grau (ASC-H). À colposcopia (8 de janeiro de 2021) apresentou fundo de saco vaginal com área extensa de espessamento epitelial e acetoreação (Schiller iodo claro com bordas iodo negativas). Foi submetida à biópsia (8 de janeiro de 2021), com laudo apresentando mucosa escamosa com raros focos de atipias epiteliais para os quais não é possível afastar efeito citopático viral/ neoplasia intraepitelial vaginal (associado à fibrose do córion). Foi indicada a complementação com imuno-histoquímica (21 de janeiro de 2021), que afastou a possibilidade de lesão de alto grau (P16 negativo, Ki-67 positivo em raras células). Conclusão: No presente caso foi realizada a colpocitologia oncótica mesmo não sendo preconizada a sua aplicação em pacientes submetidas a histerectomia total por patologia benigna. Apesar de inicialmenteter sido afastada a possibilidade de lesão de alto grau nessa paciente, casos como este, embora incomuns, podem abrir caminho para uma mudança no protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde para o seguimento dessas pacientes.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311026
Condiloma vaginal: um relato de caso
Maria Fernanda Mejia Plaza1, Ana Ximena Zunino2, Bruna Obeica Vasconcellos2, Jacqueline Assumção Silveira Montuori2, Priscila de Almeida Torre1, Luisa Novis Leite Pinto2
1Hospital Maternidade Fernando Magalhães
2Fundação Técnico Educacional Souza Marques
Introdução: O vírus do papiloma humano (HPV) que acomete a região ano genital é considerado mundialmente a infecção sexualmente transmissível mais comum. É estimado que mais de 80% da população vai entrar em contato com o vírus pelo menos uma vez na vida. Essa infecção sexual caracteriza-se como a de maior transmissibilidade e tem risco geral estimado em 15 a 25% a cada nova parceria sexual. O diagnóstico é principalmente clínico. O tratamento inclui crioterapia com nitrogênio líquido, ácido tricloroacético, ácido salicílico, imiquimod, podofilotoxina. Em casos resistentes, podem ser realizadas eletroterapia, excisão a
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311027
Conhecimento sobre abortamento legal na formaçãomédica
Ronaldo Almeida Lidório Júnior1, Maria Giovana Queiroz de Lima1, Alessandra Encarnação de Morais1, Patricia Leite Brito1
1Universidade Federal do Amazonas
Introdução: Abortamento é definido como a interrupção da gestação até a 20ª ou 22ª semana ou com peso fetal inferior a 500 g. É um importante problema de saúde pública no Brasil. Aproximadamente uma em cada cinco mulheres, aos 40 anos, já realizou ao menos um aborto, muitos deles de maneira insegura, acarretando elevada morbimortalidade materna. Atualmente, o abortamento configura crime, mas há duas situações consideradas não puníveis conforme o Código Penal Brasileiro: risco de morte à gestante e gravidez resultante de estupro. Em 2012, foi descriminalizado também o aborto em casos de anencefalia fetal. O abortamento, portanto, é tema relevante do ponto de vista epidemiológico e social e é indispensável para a formação do médico atualmente, como enfatizado pelas diretrizes curriculares brasileiras do curso de Medicina. Objetivo:Identificar e comparar o conhecimento dos acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) acerca do abortamento legal e verificar entre os finalistas as ferramentas didáticas disponibilizadas pela universidade. Métodos: Trata-se um estudo transversal realizado mediante a aplicação de questionários virtuais encaminhados a estudantes do 1° ano (78) e 6° ano (60) do curso de Medicina da UFAM em 2020. Os questionários foram divididos em conhecimentos acerca do aborto legal (circunstâncias permitidas na legislação e pré-requisitos para iniciar o processo) e posicionamento pessoal dos acadêmicos. A análise dos dados foi feita utilizando o pacote estatístico
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311028
Correlação entre os aspectos anatamopatológicos com a dor pélvica de mulheres com endometriose profunda
Daniela Angerame Yela1, Mariana Sousa Sguerra Silva1, Cristina Laguna Benetti-Pinto1
1Universidade Estadual de Campinas
Introdução: O tratamento da endometriose pode ser clínico, cirúrgico ou combinado. Uma das principais indicações cirúrgicas no tratamento da endometriose profunda é a má resposta ao tratamento clínico. Acredita-se que as mulheres que têm focos com maior população glandular em relação à estromal e/ou fibrótica possam ter melhor resposta à hormonioterapia quanto à dor, bem como aquelas cujos focos de endometriose apresentem maior número de receptores de estrógeno/progesterona. Objetivo: correlacionar os aspectos morfológicos com a dor pélvica das mulheres com endometriose profunda. Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo com 45 mulheres com endometriose profunda que foram submetidas ao tratamento cirúrgico num hospital terciário de 2007 até 2017. Os dados analisados foram idade, paridade, índice de massa corpórea, local de acometimento da doença, tratamento hormonal antes da cirurgia, sintomatologia álgica e análise morfométrica. As lâminas histológicas das peças cirúrgicas foram revistas e, com o uso de um
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311029
Cuidados paliativos e câncer ginecológico: uma revisão integrativa
Rocio Fernandez Santos Viniegra1, Clara Fortes Machado Souza1, Marco Antonio Rodrigues de Morais1, Gabrielle Peres da Costa1, Pamella Dalabeneta Fernandes Santos1, Marina Christine Rio Branco da Silva1
1Universidade Federal Fluminense
Introdução: As neoplasias de mama e ginecológicas representam 43% do total de casos novos de tumores malignos em mulheres, de acordo com dados de 2020 do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. O diagnóstico tardio, somado à evolução tumoral a despeito do tratamento, leva à limitação da cura, o que justifica alterar as medidas terapêuticas oferecidas. Os cuidados paliativos buscam promover a melhora da qualidade de vida da paciente e de seus familiares por meio da prevenção e do alívio de sintomas e do sofrimento. Objetivo: Realizar um levantamento bibliográfico de artigos sobre cuidados paliativos em pacientes com câncer de mama e ginecológico no Brasil, buscando identificar os temas, as profissões e as práticas mais publicadas. Métodos: Revisão integrativa da literatura utilizando as bases de dados PubMed, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Google Acadêmico. Os descritores “cuidados paliativos”, “câncer ginecológico”, “câncer de mama”, “câncer de colo do útero”, “câncer de ovário” e “câncer de endométrio” foram utilizados na estratégia de busca. Incluíram-se artigos brasileiros publicados nacional e internacionalmente nos últimos 10 anos (2010 a 2020). Excluíram-se artigos de opinião, dissertações e teses. Resultados: Nove artigos cumpriram os critérios propostos de seleção. Sete tratavam de cuidados paliativos em pacientes com câncer de mama, um de câncer de ovário e um de câncer de colo de útero. Três eram direcionados para a área de Medicina, quatro para a de Enfermagem, um para a de Fisioterapia e um para a de Terapia Ocupacional. Quanto ao local de publicação, predominou a região Sudeste (seis artigos), seguida da região Nordeste (três artigos). Sobre o desenho das pesquisas, foram encontrados três estudos de revisão, dois estudos transversais retrospectivos, dois prospectivos, um estudo exploratório qualitativo e um relato de caso. Em relação à temática identificada em cada artigo, três abordaram os tratamentos específicos para o câncer em questão, enquanto os outros seis discorreram sobre aspectos multidirecionais dos cuidados paliativos, como eficácia, manejo e seu momento de implementação. Conclusão: Verificou-se um pequeno número de publicações que abordam cuidados paliativos e câncer de mama ou ginecológico nos últimos 10 anos no Brasil. A enfermagem é a profissão que mais publica, e a Medicina direciona o foco de suas publicações para o arsenal terapêutico. O câncer de mama é o de maior incidência entre os tipos de câncer na mulher e também o mais prevalente nos trabalhos encontrados. É necessário mais estímulo a pesquisas voltadas para os cuidados paliativos e a saúde da mulher no intuito de ampliar a atenção integral à saúde da população.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311030
Diagnóstico tardio de câncer de colo uterino: abordagem clínica e seus desdobramentos terapêuticos
Marina Hübner Freitas dos Santos Silva Machado1, Renata Souza Poubel de Paula1, Laís Gomes Ferreira1, Raphael Reis Ligeiro1, Túlio Tinoco dos Santos1
1Universidade Iguaçu
Introdução: O câncer de colo uterino, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos de papilomavírus humano (HPV), chamados tipos oncogênicos. A efetividade da detecção precoce do câncer de colo uterino por meio do exame Papanicolau associado ao tratamento da lesão intraepitelial pode reduzir em 90% a incidência da doença, diminuindo as taxas de morbimortalidade. O surgimento dessa doença é favorecido por alguns fatores, como: sexo desprotegido com múltiplos parceiros, histórico de doenças sexualmente transmissíveis, tabagismo, idade precoce da primeira relação sexual e multiparidade. Ela afeta, em sua maioria, mulheres entre 40 e 60 anos e o tratamento proposto dependerá do estadiamento da lesão. Relato de caso: Mulher, 40 anos, G2xP1xA1, nega tabagismo, com queixa de sinusorragia e leucorreia com odor fétido há dois meses, observou ao colpocitológico a presença de atipias em células escamosas, características de carcinoma epidermoide invasor. Foi realizado o exame anatomopatológico, que constatou a presença de carcinoma epidermoide moderadamente diferenciado e infiltrante. À ressonância magnética, foi encontrada uma formação expansiva sólida localizada no colo uterino, com obliteração dos fórnices vaginais e discreta invasão focal da parede vaginal póstero-lateral esquerda, configurando uma invasão parametrial mínima (cerca de 1 mm) e obliteração focal da gordura do espaço retovaginal por extensão direta do tumor. Houve ausência de líquido livre e de linfonodoadenomegalia. A impressão diagnóstica de neoplasia de colo uterino, com estadiamento TIIB N0 Mx, veio ratificando a biópsia. Foi realizada a cirurgia de Wertheim-Meigs, com identificação de metástase para um linfonodo de 10 examinados, com grau de diferenciação inferior ao tumor primário. Conclusão: Para alterações malignas, a colposcopia é imediatamente indicada e, apresentando lesão, recomenda-se a biópsia. Tais etapas foram seguidas e, após o estadiamento, foi realizada a histerectomia radical, com dissecção dos linfonodos pélvicos e amostragem dos para-aórticos. Em razão do acometimento único linfonodal, o seguimento deu-se com 28 sessões de radioterapia pélvica e três de braquiterapia intracavitária do colo uterino. Tumores com estadiamento IIB geralmente não têm indicação cirúrgica. Porém, diante da idade da paciente, do fato de ela já ter prole constituída e da ínfima invasão parametrial, a cirurgia foi considerada. A paciente segue com controles periódicos segundo o protocolo. A integralidade, como princípio proposto pelo Sistema Único de Saúde, reflete-se na escolha da terapia realizada. Isso porque permite pensá-la como prática efetiva para o cuidado, revelando o comprometimento dos profissionais em oferecer o melhor desempenho possível de suas atribuições, somado à expectativa da paciente de se curar efetivamente de tal condição, justificando a escolha cirúrgica no caso em questão.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311031
Dispositivos intrauterinos: influências socioculturais em sua escolha
Iara da Silva Ourofino1, Gustavo Falcão Gama1, Eder da Silva Ourofino2
1Fundação Educacional Serra dos Orgãos, Centro Universitário Serra dos Órgãos
2Universidade de Vassouras
Introdução: Os dispositivos intrauterinos (DIU) são colocados na cavidade uterina para impedir a fecundação. Três tipos principais estão disponíveis: cobre, prata e o levonorgestrel. O DIU é um dos contraceptivos reversíveis mais eficazes. Apesar de diversas vantagens, é utilizado por 15% das mulheres em idade reprodutiva. A escolha do contraceptivo é pautada pela preferência da paciente ea orientação profissional. É necessário ampliar a percepção quanto a possíveis barreiras no uso: ignorância, atitudes pessoais negativas, histórico médico, experiência contraceptiva e percepção do risco de gravidez. Objetivo: Primário: avaliar a amostra demográfica de usuárias do DIU. Secundário: compreender os fatores relacionadas à aceitação ou rejeição do DIU. Métodos: Foi feita uma pesquisa quantitativa com a ciência e a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa. Incluíram-se mulheres com mais de 18 anos que utilizaram algum contraceptivo. Os dados foram coletados virtualmente (Google Docs). Resultados: Foram obtidas mil respostas, sendo 422 (42%) de usuárias de DIU e 578 (57%) de outros. As primeiras tinham idades entre 18 e 57 anos. A faixa dos 20 aos 40 correspondeu ao maior grupo, com 371 respostas (87%). Essas mulheres relataram que conheceram o DIU (189, ou 44%) pela internet e pelo ginecologista (149, ou 35%). O mais utilizado foi o de cobre (210, ou 49%). Os efeitos colaterais mais citados foram aumento do fluxo, sangramentos irregulares e dismenorreia. Não tiveram alteração 89 (21%). Sobre a intensidade desses efeitos, 166 (33%) responderam que foram pouco incômodos. Sobre a satisfação, 165 (39%) estão muito satisfeitas. Para outros métodos, as idades estavam entre18 e 69 anos. A faixa dos 18 aos 38 teve 493 respostas (85%). Das participantes, 397 (68%) relataram estar em uso de algum método, 576 (99%) já ouviram falar do DIU e 404 (69%) disseram que já consideraram usá-lo. Afirmaram não utilizar o DIU por medo de dismenorreia 216 (37%) e por medo da dor para a inserção 200 (34%). Conclusão: Após a realização deste trabalho, ficou clara a importância dos fatores socioculturais. Nas usuárias de DIU, podemos notar a maior parte dos dispositivos com formulação de cobre, o que pode ser atribuído ao menor custo, disponibilidade no Sistema Único de Saúde e durabilidade. A maioria conheceu o método pela internet ou pelo ginecologista. A taxa de continuação foi alta. Quanto aos efeitos colaterais, o aumento de volume da menstruação, a irregularidade e a dismenorreia são os mais citados. Esses têm menor grau de incomodo, o que não impede o uso e garantem alto grau de satisfação. As que não utilizam o DIU têm como métodos mais usados o anticoncepcional oral e o preservativo. Os motivos que as fizeram não utilizar o DIU são medo dos efeitos colaterais, medo de engravidar e dor na colocação. Questões com conceitos errôneos, patologias, religião e custo foram determinantes. Diante desses dados, é possível concluir que fatores como escolaridade, poder aquisitivo e acesso à informação são determinantes na escolha.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311032
Efeitos da suplementação de vitamina D na prevenção do câncer de mama em mulheres na perimenopausa: uma revisão sistemática
Mariana Vanon Moreira1, Aline Batista Brighenti dos Santos1, Júlia Abrahão Lopes1, Cecília Barra de Oliveira Hespanhol2
1Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora
2Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: A qualidade da avaliação da mamografia está inversamente associada à densidade mamária, um dos biomarcadores para o câncer de mama. Em mamas densas, que possuem predomínio de tecido glandular e de suporte, o risco para o desenvolvimento desse tipo de doença é quatro vezes maior quando comparado às mamas de baixa densidade. Dados epidemiológicos e pré-clínicos levantaram possíveis impactos anticâncer da vitamina D por meio de seu receptor, considerado um fator de transcrição dependente de ligante que desempenha papel em processos celulares como apoptose e proliferação celular. Destarte, a teoria de que o aumento dos níveis de vitamina D poderia ter efeitos clinicamente benéficos contra tumores de mama em mulheres foi fortalecida. Objetivo: Analisar na literatura a eficácia da vitamina D na prevenção da alteração da densidade da mama e consequente prevenção do câncer de mama em mulheres na perimenopausa. Material e método: Em abril de 2021, foi realizada uma revisão sistemática na base de dados
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311033
Endometriose como causa de ascite hemorrágica
Enio Douglas Amorim Carvalho1, Victória Maria Luz Borges1, Kássio Costa Moreira1, Lia Cruz Vaz da Costa Damásio1, Patrícia Burlamaqui Carvalho2, Rafael de Deus Moura1
1Universidade Federal do Piauí
2Hospital Universitário do Piauí, Universidade Federal do Piauí
Introdução: A endometriose é uma doença crônica, inflamatória, estrogênio-dependente, que pode ter severas implicações na vida da mulher, como dor pélvica crônica e infertilidade. Acomete cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva e não possui patogênese clara. Tem como complicação a ascite, rara mas de importante reconhecimento por simular a apresentação clínica do câncer de ovário. Na literatura médica, há pouca descrição dessa associação, sendo, aqui, relatado mais um caso dessa apresentação incomum. Relato de caso: Paciente de 32 anos, nulípara, com história de dor pélvica crônica, dismenorreia e dispareunia. Realizava tratamento para doença do refluxo gastroesofágico após quadro de epigastralgia, quando teve ascite diagnosticada por ultrassonografia (USG) e evoluiu com distensão abdominal e perda ponderal (3 kg no 1º mês = 5% do peso basal) progressivas. Após episódio de dor pélvica intensa, foi admitida em enfermaria de clínica médica para prosseguir com investigação, quando já apresentava ascite volumosa perceptível ao exame físico. Realizou-se, portanto, paracentese de líquido ascítico de caráter hemorrágico. Exames laboratoriais evidenciaram leve anemia (Hb: 10,2 a 11,6 mg/dL) e elevação de CA-125 (272 U/mL). A paciente evoluiu com derrame pleural e atraso menstrual. Afastadas a hipertensão portal e as doenças do peritônio como possíveis causas da ascite, por meio de USG do sistema porta e de análises do líquido ascítico, procedeu-se a investigação com videolaparoscopia (VDL) associada a biópsia do peritônio parietal. A VDL evidenciou processo inflamatório difuso em cavidade abdominal além de firmes aderências e bloqueio da pelve, mas sem achados específicos (granulomas, infiltrados neoplásicos ou focos endometriais). Foi realizada USG transvaginal, que constatou a presença de cisto folicular de 2,5 cm em ovário direito, adjacente a uma massa intracavitária em região anexial direita, de caráter heterogêneo, multisseptado e com áreas císticas. Ainda em amenorreia e perda ponderal (10 kg em três meses), a paciente foi submetida a laparotomia exploradora, com diagnóstico de apendicite e realização de apendicectomia e biópsias de peritônios vesical e pélvico direito. A análise histopatológica constatou a presença de endometriose glandular e estromal no apêndice cecal, bem como nos peritônios pélvico e vesical. Optou-se pelo tratamento com dienogeste contínuo e alta hospitalar da paciente, que retornou após um mês referindo sangramento de escape de três dias e melhora importante da dismenorreia e da dor pélvica. Conclusão: A endometriose profunda pode estar associada à presença de ascite hemorrágica, uma apresentação rara, mimetizando tumores ovarianos. Por isso, é importante que o ginecologista e demais profissionais conheçam essa apresentação a fim de facilitar o seu diagnóstico.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311034
Endometriose profunda com acometimento intestinal e abordagem da infertilidade em Clínica da Família: relato de caso
Bruna Obeica Vasconcellos1, Anna Carolina Leal Bittencourt1, Larissa Abrahão Fernandes Cirto1, Jacqueline Assumção Silveira Montuori1
1Fundação Técnico-Educacional Souza Marques
Introdução: A endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero. Os sintomas são variáveis, mas quando presentes se limitam a dismenorreia, dispareunia, dor pélvica e infertilidade. Tem maior prevalência em mulheres de menarca precoce, largo tempo entre menarca e primeira gestação e gestação tardia. Possui etiologia desconhecida, baixa qualidade dos ovócitos, aderências e infiltrações endometriais que alteram a anatomia da pelve, dificultando transporte e implantação. É uma das principais causas de infertilidade em 50% das mulheres com problemas de fecundidade. O diagnóstico usual é tardio, confirmado por videolaparoscopia, e quanto mais tarde pior o prognóstico. O tratamento medicamentoso não atua na infertilidade, apenas na progressão da doença. Quanto à fertilidade, resultados obtidos após tratamento cirúrgico ou por reprodução assistida são compatíveis com os de mulheres sadias. Relato de caso: A.M.R., 41 anos, G0P0, natural de Sobral/CE e residente do Rio de Janeiro/RJ, casada há oito anos. Procura o atendimento ginecológico na Clínica da Família com o desejo de engravidar. Esposo com dois filhos prévios. Fazia uso de anticoncepcional oral e por três meses tentou engravidar de forma natural, sem sucesso. Iniciou intensa dor pélvica relacionada ao período menstrual, realizou ressonância magnética de pelve, que mostrou: útero em anteversoflexão de 7,8x4,2x5,3 cm e leiomioma subseroso de 1,2 cm. Ovários normais com folículos. Endometriomas localizados em ovário esquerdo de 0,8 cm, 1,5 cm e 1,9 cm e, em ovário direito, um de 0,4 cm. Presença de hidrossalpinge esquerda de 6 cm. Placas endometrióticas infiltrativas de parede anterior do retossigmoide de 6,3 cm, comprometendo 25% da circunferência. Diante disso, fez uso de dienogeste por dois meses, com melhora dos sintomas da dor, e foi encaminhada para serviço hospitalar de ginecologia cerca de cinco meses após o início dos sintomas. Conclusão: O tratamento deve ser individualizado e considerar sempre os sintomas da paciente, a apresentação da doença e o desejo ou não de gestar. É fundamental que uma equipe multidisciplinar esteja presente no tratamento, atuando no manejo do controle e da reincidência da doença. Em nível ambulatorial em Clínica da Família, a abordagem da infertilidade é limitada, sendo necessário o encaminhamento a instituições de maior especialização e/ou alto risco, como no caso relatado. Além de serem escassos os serviços que realizam tratamentos de fertilidade gratuitos, a maioria utiliza idades entre 35 e 40 anos como critério de seleção e conta com razoável tempo de espera. Assim, a paciente não só extrapola o período selecionado, como apresenta mais dificuldades em gestar, tendo como último recurso a fertilização
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311035
Ingrid Iana Fernandes Medeiros1, Ricardo Ney Oliveira Cobucci1, Itamir de Morais Barroca Filho1, Alef Emannuel Trigueiro Dias1, Mariane Albuquerque Reisd1, Juliana Dantas de Araújo Santos Camargo1
1Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Introdução: Endometriose é uma das condições benignas mais comuns na ginecologia. Os padrões atualmente utilizados na sua investigação frequentemente resultam em um atraso prolongado entre o início dos sintomas e o diagnóstico. A saúde conta, atualmente, com o crescimento de tecnologias e aplicativos móveis que colaboram para a construção de uma nova modalidade de assistência, sendo essas pesquisas ainda incipientes no manejo de pacientes com endometriose e contribuindo para o subtratamento, a dor crônica e o impacto prolongado na qualidade devida das pacientes. Objetivo: O presente estudo avaliou a usabilidade entre médicos de um aplicativo móvel denominado de
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311036
Estudo de caso de hímen septado e revisão da literatura
Guilherme Frota Carmona1, Daniele Azevedo Lira1, Isabelle Cristina Abreu Bílio1, Laís Araújo Souto1, Nayara Leal Ferreira Baldini1, Flávia Alves Neves Mascarenhas1
1Centro Universitário de Brasília
Introdução: O hímen localiza-se na abertura do introito vaginal, no limite entre os órgãos genitais femininos internos e externos. Possui importância simbólica em algumas culturas por marcar o inícioda vida sexual da mulher. Na embriologia, o seio urogenital origina os dois terços inferiores da vagina,a qual, em torno do 5º mês de vida embrionária, torna-se uma placa canalizada, porém ainda separada por uma delgada lâmina, que virá a ser o hímen. A porção central da membrana himenal desaparece antes do nascimento, resultando na abertura do hímen da vagina para o introito e sua borda pode apresentar-se fimbriada, circunferencial ou posterior. Variações himenais anormais, como hímen navicular, septado, cribriforme (tipo “peneira”), microperfurado e imperfurado resultam de diferentes graus de falha da abertura central no período perinatal. Quanto ao hímen septado, trata-sede uma condição incomum que pode cursar com infecções recorrentes e dispareunia, afetando a qualidade de vida da mulher. Relato de caso: Paciente de 27 anos, coitarca há seis meses, com dispareunia à penetração desde o início da vida sexual. Negava patologias. Ao exame, apresentava hímen septado com orientação vertical, sem outras alterações em órgãos genitais externos. Ecografia da pelve condizente com a normalidade para a faixa etária e gênero. Realizou-se exérese ambulatorial de septo himenal com bisturi elétrico, sob anestesia local, sem intercorrências. Na reavaliação, o orifício himenal era pérvio, sem sinais de suboclusões, sem aderências e com cicatrização completa. A paciente foi liberada para atividade sexual e evoluiu sem queixas. Conclusão: O processo embrionário de canalização do canal vaginal pode resultar em variações suboclusivas himenais, como o hímen septado, que possui um modo de herança ainda pouco conhecido, havendo o risco de outras mulheres da família apresentarem uma anormalidade semelhante. Contudo, não há associação com malformações anogenitais ou do trato urinário, tal como pode ocorrer em casos de oclusão total (hímen imperfurado). No hímen septado, há passagemdo fluxo menstrual sem formação de hematocolpo, mas, pela presença do tecido no local, pode haver retenção de parte desse fluxo, favorecendo a ocorrência de vulvovaginites. Ele pode ainda dificultar a inserção de tampões e cremes vaginais e causar dispareunia à penetração. Logo, a detecção da variante himenal deve ser ao nascimento e a correção cirúrgica é indicada na puberdade, antes da menarca, para evitar complicações associadas ao fluxo menstrual ou à atividade sexual. Pode ser feita em consultório, sob anestesia local, com o consentimento da paciente. Esse relato mostra a importância do exame físico da genitália externa na pré-púbere, evitando um diagnóstico tardio, que ainda é o mais comum e que afeta a qualidade de vida das pacientes. As anomalias suboclusivas do hímen devem ser diferenciadas de malformações graves e é necessário considerar a possibilidade de ocorrência familiar.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311037
Fatores associados à inatividade sexual em mulheres com incontinência urinária atendidas em unidade terciária do sistema único de saúde e seu impacto sobre a qualidade devida
Carlos Augusto Faria1, Gildo da Cruz Lopes1
1Universidade Federal Fluminense
Introdução: As disfunções do assoalho pélvico comprometem a qualidade de vida (QV) das mulheres que as apresentam e podem levar à disfunção e à inatividade sexuais. Objetivo: Identificar, em um grupo de mulheres com incontinência urinária (IU), fatores epidemiológicos e clínicos associados à inatividade sexual e o seu impacto sobre a QV. Métodos: Este estudo é parte do projeto de pesquisa sobre o impacto da incontinência urinária sobre a QV de pacientes atendidas no ambulatório de uroginecologia do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HUAP. Pacientes encaminhadas para avaliação especializada foram submetidas a investigação dos sintomas urinários e forneceram informações epidemiológicas e clínicas. Responderam, além disso, ao questionário King’s Health Questionnaire. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade, escolaridade, ter ou não parceiro, estado menstrual, diagnóstico cínico do tipo de IU (incontinência de esforço, bexiga hiperativa e incontinência mista), sintomas de incontinência anal (perda involuntária de gases e/ou fezes) e prolapso, história de hipertensão, diabetes, número de comorbidades, polifarmácia (uso de mais de cinco medicamentos), índice de massa corpórea, tipo e estadiamento do prolapso genital de acordo com o sistema
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311038
Gestantes e COVID-19: quando interromper a gestação?
Maria Eduarda Sardinha Estrella1, Cristiano Salles Rodrigues1, Ana Cláudia Queirós Henriques1, Júlia Maria Silva Corrêa1, Melanie Ferreira do Nascimento1
1Faculdade de Medicina de Campos
Introdução: O SARS-CoV-2 causa uma síndrome respiratória com evolução sistêmica que poden levarà morte e, embora inicialmente não estivesse associado com evolução de quadros graves em gestantes, elas são consideradas grupo de risco. Entre as infectadas, 84% foram submetidas à cesariana com admissão em terapia intensiva de 6 a 14% dos casos. Objetivo: Destacar a importância do acompanhamento clínico e obstétrico e os fatores que vão determinar a interrupção da gestação. Método: Trata-se de um estudo observacional do tipo relato de caso, desenvolvido com base em observação clínica e revisão de prontuário. Para a fundamentação teórica foram utilizados artigos publicados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed e Lilacs. Resultados: Gestante, 32 anos, gemelar, com índice de massa corpórea de 34.06 (obesidade grau II), em acompanhamento pré-natal. Em 7 de março buscou atendimento de emergência queixando-se de cefaleia, tosse e faringite, sendo submetida ao exame de transcriptase reversa seguida de reação em cadeia da polimerase (PCR-RT) para COVID-19, com resultado positivo. Foi orientada quanto a sinais e sintomas de risco e liberada para tratamento domiciliar. Em 14 de março foi internada na enfermaria com piora do quadro respiratório, sendo transferida em 15 de março ao centro de terapia intensiva (CTI) com dispneia severa, sendo administrado O2 de alto fluxo. No dia 16 teve agravamento do quadro, com aumento de D-dímero (> 10.000 ng/mL), e foi indicada a interrupção da gestação (31 semanas e dois dias) pós-intubação. No pós-operatório, evoluiu com tromboembolismo pulmonar e trombose venosa profunda, foi submetida à trombólise e, mesmo com a gravidade do quadro, hoje se apresenta com alimentação parcialmente por via oral, traqueostomia ocluída, respondendo às solicitações verbais, com recuperação de movimentos dos membros superiores e sem movimentos de membros inferiores. Os neonatos foram encaminhados para a unidade de terapia intensiva neonatal, submetidos à CPAP nasal neonatal para estabilizar a função respiratória, e estão no momento em ventilação ambiente, com acompanhamento para ganho de peso. Conclusão: Alguns estudos citam o aumento da taxa de prematuridade e perdas gestacionais e, embora a COVID-19 não seja fator indicativo para a interrupção da gravidez, a realização de partos prematuros é indicada apenas quando existe risco materno e/ou fetal. A gestante é continuamente monitorada clínica e laborialmente no CTI. No que diz respeito ao feto, é importante o monitoramento de parâmetros fetais como forma de observar alterações como bradicardia ou taquicardia persistentes, além da presença de desacelerações tardias, bem como alterações ultrassonográficas que indiquem sofrimento fetal. Mas como monitorar o feto continuamente? Com o avanço da telemedicina e das tecnologias médicas de monitoramento remoto, torna-se necessário o desenvolvimento de um modelo de utilidade que monitore continuamente o bem-estar fetal em casos de gestantes internadas em CTI e que apresentem fetos com idade gestacional viável à vida extrauterina.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311039
Ginandroblastoma: relato de caso
Letícia Barbosa de Moura1, Mariana de Castro Rolim2, Brenda Rios Ribeiro2, Tereza Maria Pereira Fontes2, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos2, Maria Luiza Rozo Bahia2
1Hospital Municipal da Piedade
2Hospital Municipal da Piedade, Universidade Estácio de Sá
Introdução: O ginandroblastoma é um tumor ovariano pouco frequente que pertence ao grupo dos tumores derivados dos cordões sexuais. Habitualmente apresenta um componente derivado das células da granulosa (tipo adulto ou juvenil) e outro derivado das células de Sertoli, associado ou não a células de Leydig. É mais comum em mulheres jovens, entretanto, quando se manifesta em mulheres durante a menopausa, pode se comportar com sintomas estrogênicos, como sangramento pós-menopausa e hiperplasia endometrial, ou com sintomas androgênicos, como hirsutismo ou virilismo. Descrição do caso: Uma paciente de 70 anos com menopausa aos 50, hipertensa e diabética, foi atendida no nosso serviço com quadro de sangramento transvaginal por hiperplasia endometrial sem atipia, investigado por raspado endometrial por meio de curetagem semiótica. No exame ginecológico, o útero era de difícil delimitação em função do sobrepeso da paciente, e o exame ultrassonográfico descrevia útero heterogêneo com imagem intramural fúndica medindo 53x41 mm, cavidade endometrial sem alterações e ovários não visualizados. Como conduta terapêutica, foi indicada histerectomia total abdominal com salpingo-ooforectomia bilateral pelo quadro hemorrágico não controlado associado aos fatores de risco para hiperplasia de endométrio, como hipertensão, diabetes e sobrepeso. No ato cirúrgico, ao inventário da cavidade pélvica, fomos surpreendidos por uma massa anexial direita com conteúdo hemático, medindo aproximadamente 7 cm, cujo diagnóstico definitivo revelou se tratar de um tumor misto de células da granulosa associado a tumor de células de Sertole-Leydig, constituindo um ginandroblastoma de ovário. Conclusão: No caso apresentado, embora não tenham sido solicitadas as dosagens hormonais, acreditamos que a hiperplasia de endométrio e o sangramento pós-menopausa possam ter sido motivados pela produção estrogênica do tumor, tendo em vista o tempo decorrido da última menstruação.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311040
Hematocolpos como diagnóstico diferencial de dorabdominal na adolescência
Maria Catharina Piersanti Valiante1, Letícia da Fonseca Gomes2, Rafael Bellotti Azevedo1, Stephanie Si Min Lilienwald Oei1, Melissa Alarcon Guilherme Cristofaro1, Katia Farias e Silva1
1Hospital Municipal Miguel Couto
2Universidade Estácio de Sá
Introdução: O hematocolpos consiste na obstrução do fluxo menstrual por uma anomalia do trato genital, sendo a mais frequente o hímen imperfurado (prevalência de 1:1.000-1:16.000). Deve ser feito o diagnóstico precoce pelo pediatra para evitar complicações na puberdade. O quadro clínico típico é caracterizado por dor pélvica mediana, que pode ser confundida com abdômen agudo, às vezes acompanhada de dor ciática lombar. A síndrome de massa pélvica pode causar complicações urológicas e/ou digestivas. Relato de caso: Adolescente feminina, parda, 12 anos, natural do Rio de Janeiro, internada com dor abdominal intensa em queimação há sete dias na região hipogástrica e fossa ilíaca esquerda, sem irradiação, sem febre. Quando procurou outro serviço, foi feito o diagnóstico de infecção do trato urinário e prescreveu-se Sulfametoxazol/Trimetoprim, sem melhora. A paciente tinha história de hiperplasia congênita de suprarrenal e havia feito correção de genitália ambígua na infância. Menarca há três meses e ciclos irregulares. Relatou episódio de hematúria macroscópica, polaciúria, disúria e corrimento vaginal, Giordano negativo. Afastadas as hipóteses de apendicite e pielonefrite em tomografica computadorizada do abdômen, leucograma e exame de elementos anormais do sedimento normais. No segundo dia de internação, a paciente apresentou piora da dor abdominal e febre (39°C), permaneceu em posição antálgica e fácies de dor. Realizou ultrassonografia abdominal, que evidenciou distensão de cavidade endometrial por material ecogênico, compatível com hematocolpos, compressão da bexiga e leve ectasia do sistema pielocalicial renal esquerdo. Foi encaminhada para cirurgia de himenectomia de emergência, que evidenciou útero retrovertido, sinéquia de pequenos e grandes lábios e atresia vaginal. Em decorrência da alta complexidade anatômica, foi encaminhada para o serviço de cirurgia pediátrica especializada em outro hospital para a realização da drenagem do hematocolpos e a correção da malformação. Conclusão: Hematocolpos é a retenção de sangue menstrual na puberdade. Consiste em amenorreia dolorosa e mais raramente em síndrome da massa pélvica, comprimindo bexiga e uretra e causando retenção urinária severa. O diagnóstico é principalmente clínico. Ultrassonografia e ressonância magnética nuclear são exames auxiliares no pré-operatório para detectar malformações geniturinárias associadas. É importante estar alerta para a possibilidade de hematocolpos no diagnóstico diferencial de dor abdominal intensa em andar inferior do abdômen nas adolescentes com retenção urinária e realizar o exame vaginal para evitar o diagnóstico tardio e suas complicações.
Palavras-chave:
Impactos dos métodos contraceptivos na gravidez não planejada da mulher brasileira: uma revisão literária
Lyvia do Prado Pacheco1, Luiza de Oliveira Fortunato1, Natalia Dier Guimarães1, Natalia Marin Regiani1, Paula Macedo Reis1, Marcela Souza Lima Paulo1
1Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
Introdução: As gravidezes não planejadas são uma grande preocupação de saúde pública em todo o mundo . No Brasil, 55% das gestações ainda não são intencionadas, e muitas poderiam ser evitadas com a realização do planejamento familiar somado ao uso adequado e ao conhecimento sobre os métodos contraceptivos. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cobertura gratuita a 74% da população, disponibilizando diversos métodos contraceptivos, além do planejamento familiar, que é um direito garantido pela Constituição. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura acerca do impacto dos métodos contraceptivos na gravidez não planejada da mulher brasileira. Métodos: Pesquisa bibliográfica realizada em outubro de 2020 no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no PubMed/ Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A combinação dos descritores nos portais da CAPES e PubMed foi “contraception” AND “pregnancy, unplanned” AND “Brazil” e, na BVS, “contraception” AND “pregnancy, unplanned” AND “Brazil” AND “women’s health” OR “sexuality”. As palavras-chave foram definidas nos Descritores em Ciências da Saúde. Inicialmente, foram encontrados 92 artigos com os termos escolhidos. Como critérios de inclusão, utilizaram-se artigos com texto completo disponível na íntegra, publicados entre 2015 e 2020, nos idiomas português, inglês e espanhol, e excluíram-se artigos de revisão, restando 35 textos. Após a eliminação por títulos não correspondentes ao tema, foram escolhidos 14 artigos e, após a exclusão por resumos, foram oito os selecionados para leitura na íntegra e adoção neste estudo. Resultados e conclusão: Com base nos estudos selecionados, foi observado um consenso sobre a importância dos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARC). Todavia, apenas 10% das brasileiras que fazem contracepção utilizam métodos de eficácia mais elevada, optando pelos LARC menos de 2% das vezes, em razão, principalmente, da oferta restrita deles pelo SUS. Também foi muito abordada a relevância do planejamento familiar na escolha e no uso dos métodos, no entanto, foi observada uma baixa adesão a esse planejamento nas unidades de saúde da família (USF), visto que 30,4% das mulheres não sabiam que esse atendimento era ofertado na USF e 45,9% nunca o haviam utilizado nesse serviço. Foram citados, ainda, os contraceptivos de emergência, com frequência de uso vitalício, em 42,0 a 50,4%. Observou-se irregularidade no uso de contraceptivos por 30% das mulheres e abandono ou troca por contracepções menos efetivas por cerca de 20%. Dessa forma, conclui-se que os métodos contraceptivos são importantes para prevenir a gravidez não planejada. É necessário abordar tal questão, já que a falta de conhecimento sobre as contracepções leva ao aumento do número de gravidezes não intencionadas. Em contrapartida, seu uso adequado e regular possibilita o planejamento familiar.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311043
Incontinência urinária durante atividade sexual e qualidade de vida de pacientes atendidas em unidadeterciária do Sistema Único de Saúde
Carlos Augusto Faria1, Gildo da Cruz Lopes1
1Universidade Federal Fluminense
Introdução: A incontinência urinária ao coito (IUC) é um dos vários sintomas que caracterizam a incontinência urinária (IU) feminina, de acordo com a padronização de nomenclatura das sociedades internacionais, e contribui para o impacto negativo dessa condição sobre a qualidade de vida (QV). Objetivo: Identificar, em um grupo de mulheres incontinentes, fatores epidemiológicos e clínicos associados à perda urinária durante a relação sexual e o seu impacto sobre a QV. Métodos: Este estudo é parte do projeto de pesquisa sobre o impacto da IU sobre a QV de pacientes atendidas no ambulatório de uroginecologia do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HUAP. Pacientes encaminhadas para avaliação especializada foram submetidas a investigação dos sintomas urinários, entre eles a IUC, e forneceram informações epidemiológicas e clínicas. Responderam, além disso, ao questionário King’s Health Questionnaire, cujo domínio relações pessoais investiga o impacto da IU sobre a vida sexual e o relacionamento familiar. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade, escolaridade, ter ou não parceiro, estado menstrual, diagnóstico cínico do tipo de IU (incontinência de esforço, bexiga hiperativa e incontinência mista), sintomas de incontinência anal (perda involuntária de gases e/ou fezes) e prolapso, história de hipertensão, diabetes, número de comorbidades, polifarmácia (uso de mais de cinco medicamentos), índice de massa corpórea, tipo e estadiamento do prolapso genital de acordo com o sistema
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311044
Inversão uterina não puerperal de causa desconhecida em paciente de 13 anos: relato de caso
Laura Gonçalves Rodrigues Aguiar1, Jacob Henrique da Silva Klippel1, Lavinya Araujo Callegari1, Julienne Dadalto dos Santos1, Neide Aparecida Tosato Boldrini1, Carolina Loyola Prest Ferrugini2
1Universidade Federal do Espírito Santo
2Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes
Introdução: A inversão uterina (IU) é considerada uma emergência médica rara e caracteriza-se como a dobra do fundo do órgão para a cavidade uterina por meio do colo do útero, sendo uma complicação pós-parto séria que pode levar à hemorragia maciça. Entretanto, um sexto dos casos dessa alteração anatômica (17%) são espontâneos e não puerperais, assim chamados de IU crônicas ou ginecológicas, podendo ser idiopáticos ou relacionados a tumores uterinos benignos. Apresentamos um caso de IU crônica espontânea prolapsada (além da abertura vaginal) em uma paciente de 13 anos. Relato de caso: Paciente feminina, 13 anos, admitida em razão de sangramento uterino anormal e massa exteriorizada em canal vaginal medindo cerca de 20 cm de diâmetro. Havia oito meses apresentava sangramento moderado contínuo com dificuldade progressiva para urinar e percepção de material na vagina. No dia da admissão apresentou cólica intensa e saída de grande massa via vaginal ao urinar, apresentando-se ao serviço com intensa cólica abdominal e bexigoma por causa da retenção urinária. A massa apresentava-se friável, de aspecto irregular e necrótico, com presença de sangramento intenso, e foi necessária a transfusão de seis unidades de concentrado de hemácias e uma unidade de plasma fresco, seguida por embolização da artéria uterina esquerda responsável pela nutrição do tumor. A paciente evoluiu com necrose uterina e foi realizada histerectomia total. Ela nega sexarca. O resultado da biópsia descartou evidências de malignidade e reforçou a hipótese de IU. Conclusão: O relato apresenta uma IU com exteriorização do útero além da abertura vaginal. No geral, esses casos são encontrados em períodos de pós-parto, entretanto, como podemos observar, o caso clínico acima mostra uma inversão em paciente jovem não puerperal, que acontece de forma rara. A maior parte dos casos publicados relacionam a inversão não puerperal com leiomioma submucoso, rabdomiossarcoma, tumor mulleriano misto maligno uterino e pólipo endometrial, pois a formação de miomas leva à distensão e gera reação inflamatória com o propósito de expulsão do tumor, o que desencadeia a contração e a expulsão uterina, todavia as análises realizadas tornam esses achados não sugestivos. Uma vez descartados abortos prévios pelo fato de a paciente negar sexarca e pela não malignidade da massa, a sugestão etiológica mais condizente é a de distúrbio de colágeno, contudo maiores investigações são necessárias para a elucidação das causas. O diagnóstico de IU não puerperal é resultante de clínica típica, destacando-se sangramento uterino, cólicas abdominais, dificuldade de urinar resultante de compressão ureteral e bexigoma decorrente da compressão da bexiga pelo útero. A conduta médica em casos de malignidade descartada é de miomectomia vaginal, entretanto o resultado necrótico uterino nesta paciente foi justificativa para a histerectomia total.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311045
Thales Lage Bicalho Bretas1, Maria Claudia Almeida Issa1, Susana Cristina Aide Viviani Fialho1, Enoi Aparecida Guedes Villar1, Luis Guillermo Coca Velarde1
1Universidade Federal Fluminense
Introdução: Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGM) é um conjunto de sinais e sintomas geniturinários que afeta mais da metade das mulheres na senescência, cujo tratamento envolve uso contínuo de terapia hormonal e/ou lubrificantes e hidratantes vaginais. No entanto, esses tratamentos têm baixa adesão, seja pela necessidade de uso regular, seja pela contraindicação de hormônios. O uso do
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311046
Laserterapia de CO2 fracionado como tratamento de lesões condilomatosas vulvares em pacientes portadorasdo vírus da imunodeficiência humana: relato de caso
Roseane Guarçoni Piumbini1, Tamar Garfinkel1, Leonardo Fontoura Bastos1, Eliane Bragança Veloso1
1Hospital Federal da Lagoa
Introdução: A alta prevalência da concomitância entre lesões induzidas pelo papilomavírus humano (HPV), como condiloma acuminado e lesões precursoras do câncer de vulva, e pacientes portadoras do vírus da imunodeficiência humana (HIV) torna este um assunto de grande importância clínica em nosso meio. Uma vez que o tratamento habitual empregado diversas vezes é insuficiente para a resolução das lesões, a adoção de medidas não usuais pode ser uma solução inovadora com bons resultados, como observamos no caso a seguir. Relato de caso: Paciente A.C., 43 anos, HIV positivo, em uso de ritonavir, lamivudina e efavirenz (desde 2014), com carga viral indetectável. Apresentou diversas lesões intraepiteliais HPV induzidas em colo do útero - neoplasia intraepitelial de colo uterino tipo II, tendo sido submetida a conização e eletrocauterização em centro cirúrgico; neoplasia intraepitelial anal tipo III, também tratada em centro cirúrgico com eletrocauterização; e neoplasia intraepitelial vulvar tipo I, II, III, tratada cronologicamente com Imiquimod, Podofilina vaselinada, Ácido tricloroacético 90% e exérese das lesões em centro cirúrgico, sem resposta clínica adequada. Iniciou laserterapia em razão da refratariedade dos tratamentos prévios, apresentando melhora importante. Conclusão: Por meio da análise do caso supracitado, observou-se o benefício do uso do
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311047
Leiomioma parido recidivante: relato de caso
Jefferson Torres Nunes1, Edla Camila da Conceição1, Larissa Alves dos Santos Silva1
1Universidade Federal do Piauí
Introdução: Os leiomiomas ou miomas são tumorações benignas da musculatura lisa uterina, que se destacam pela sua alta incidência nas mulheres em idade reprodutiva. Afetam cerca de três a nove vezes mais mulheres negras. São incomuns na puberdade e em mulheres na menopausa. Na maioria das vezes não produzem sintomas, sendo ocasionalmente encontrados durante exames de imagem. Porém, a maioria dos sintomas relacionados a essa patologia associa-se ao número, ao tamanho e à localização dessas neoplasias. Relato de caso: Mulher de 30 anos, casada, nulípara, histórico de mioma parido há três anos com resolução cirúrgica, relatando dor em baixo ventre e sangramento transvaginal. Ao exame especular, detectou-se colo uterino de difícil visualização, com presença de imagem globosa exteriorizando-se pela cérvice, sugestiva de mioma parido. A conduta adotada foi uma miomectomia por via transvaginal. Conclusão: Os leiomiomas uterinos são classificados, de acordo com a sua localização nas camadas do corpo do útero, em subserosos, intramurais e submucosos, no colo uterino. Os pediculados podem se originar das camadas submucosa ou subserosa. Os submucosos com crescimento exagerado do pedículo podem ser expelidos pelo canal cervical, sendo então chamados de miomas paridos. Estes ainda não possuem uma epidemiologia clínica definida, nem são muito bem caracterizados conforme seu padrão de recidiva.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311048
Leiomioma uterino com metástase pulmonar: relato de caso
Gabriela Magalhães Portilho Carrara1, Brenda Maria Loureiro de Melo1, Cecília Nessimian Tostes1, Leonardo Hoehl Carneiro1, Flávia Clímaco1, Afrânio Coelho de Oliveira1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: O leiomioma uterino é o tumor benigno ginecológico mais comum nas mulheres em idade reprodutiva, porém sua forma metastática é rara. O sítio mais frequente é o pulmonar, sem manifestação clínica na maior parte dos casos, e o diagnóstico geralmente é incidental. Relato de caso: Paciente de 46 anos procurou atendimento ginecológico referindo aumento do volume abdominal, dispneia aos esforços e tosse seca. O toque bimanual detectou útero palpável, 4 cm acima da sínfise púbica, com contornos irregulares e anexos não palpáveis. A ultrassonografia transvaginal demonstrou útero de 323 cm³, de contorno irregular, com múltiplos nódulos miomatosos com componente intramural e subseroso. A tomografia de tórax evidenciou numerosas opacidades nodulares, mal definidas, confluentes, de diâmetros variados bilateralmente. Realizou-se biópsia transbrônquica, cujo laudo histopatológico evidenciou a proliferação de células fusiformes, sem atipias nucleares grosseiras, em atividade mitótica, sugestiva de proliferação de células musculares lisas. A imuno-histoquímica foi positiva para vimentina, actina de músculo liso, desmina, receptor de estrogênio e progesterona, com Ki67 inferior a 5%, confirmando o diagnóstico de leiomioma metastático benigno. Iniciou-se tratamento com análogo de GnRH, com melhora do quadro respiratório, seguido de histerectomia total abdominal com ooforectomia bilateral. A paciente, atualmente, encontra-se assintomática e em uso de tamoxifeno. Conclusão: A leiomiomatose metastática benigna acomete mulheres com idade média de 48 anos. Sua fisiopatogenia permanece incerta. Alguns acreditam ser decorrente da disseminação por via hematogênica e manifesta-se, em média, 15 anos após a abordagem cirúrgica do leiomioma. O sítio mais comum é o pulmonar, mas ela pode também acometer pele, pelve, abdome, músculo e ossos. O quadro pulmonar geralmente é assintomático, sendo o diagnóstico normalmente incidental, por meio de exames de imagem. Sintomas respiratórios podem ser observados em alguns casos. A apresentação radiológica mais comum é a de nódulos múltiplos bilaterais, circunscritos, que variam de tamanho e, normalmente, não são calcificados. O diagnóstico definitivo é dado pelo estudo histopatológico da lesão, sendo o padrão similar ao do leiomioma uterino e confirmado por estudo imuno-histoquímico. Tumores pulmonares indolentes, com baixa taxa de progressão, podem ser monitorados por meio de exame de imagem e podem regredir após a menopausa. As pacientes sintomáticas são tratadas com ressecção cirúrgica ou manipulação hormonal com inibidores da aromatase, moduladores seletivos dos receptores de estrógeno ou análogos de GnRH, nos casos em que a ressecção do tumor foi incompleta ou a paciente não tem condições clínicas. A terapia com tamoxifeno foi indicada, neste caso, mesmo com a aparente estabilidade dos nódulos pulmonares, havendo desaparecimento completo dos sintomas respiratórios.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311049
Leiomiomatose peritoneal disseminada: relato de caso
Suelem Pereira da Cruz1, Izabel Cristina dos Santos Teixeira1, Carlos Augusto Faria1, Adriene de Lima Vicente Ferreira1, Carmen Lúcia de Abre Athayde1
1Hospital Universitário Antônio Pedro
Introdução: A leiomiomatose peritoneal disseminada (LPD) é uma condição rara, majoritariamente benigna, caracterizada por implante de múltiplos nódulos de músculo liso, de variados tamanhos, de origem uterina, na superfície peritoneal e pélvica-abdominal. Relato de caso: Paciente com 46 anos, nuligesta, procurou o hospital terciário em 2019, com queixa de sangramento uterino anormal, em uso de desogestrel e história de miomectomia em 2005. Ao exame físico exibia abdômen globoso, com massa ocupando toda a pelve até o epigástrio, pouco móvel, lobulada à esquerda. Ao toque vaginal: útero aumentado de volume até o epigástrio, globoso, pouco móvel, abaulando fundo de saco anterior. A ultrassongrafia transvaginal em 2019 mostrou útero em anteversoflexão com 145x110x87 mm e imagens sugestivas de miomas. Ovários normais. O diagnóstico foi de miomatose uterina e foi indicada a realização de histerectomia total abdominal. O inventário da cavidade abdominal revelou, além do útero miomatoso, a presença de nódulos em peritônio com dimensões variando de 4 a 8 mm, sendo estabelecido o diagnóstico de LPD. Diante do grande número de lesões e de suas pequenas dimensões, com paciente assintomática, optou-se pelo tratamento conservador, com acompanhamento no ambulatório de ginecologia. A paciente apresentou boa evolução pós-operatória. Conclusão: A LPD acomete, na maioria das vezes, mulheres em idade reprodutiva e com alguns fatores de risco, tais como uso de terapia hormonal (estrogênio e progesterona) e história prévia de procedimentos cirúrgicos abdominais como miomectomia ou histerectomia total abdominal. Entretanto, seu mecanismo etiológico ainda não está totalmente esclarecido. É caracterizada pela proliferação benigna de células do músculo liso na cavidade peritoneal e epíploon, cujas dimensões podem variar de milímetros a centímetros. O diagnóstico é confirmado por biópsia que mostra a presença de células do músculo liso sem atipia ou necrose, fibroblastos e miofibroblastos. A doença habitualmente é assintomática e é descoberta, acidentalmente, em exames de imagem ou em cirurgias abdomino-pélvicas. A transformação maligna é incomum e, quando ocorre, apresenta uma evolução lenta, de meses a anos. A LPD pode revelar-se como uma doença única ou estar associada a outras patologias, tanto benignas como malignas. O tratamento conservador é o mais recomendado, sendo possível com a suspensão da terapia hormonal contraceptiva, a administração de análogos do GnRH, moduladores dos receptores de estrogênios ou inibidores da aromatase. Uma abordagem mais agressiva é recomendada para a LPD com alto risco de degeneração maligna, sendo indicada, nesses casos, a histerectomia total com salpingo- ooforectomia bilateral e excisão de nódulos ou ressecção dos órgãos afetados. Conclusão: A LPD é uma doença rara que não possui um método diagnóstico e terapêutico bem estabelecido na literatura. Por isso, torna-se relevante a descrição de casos clínicos e seu acompanhamento para a contribuição na literatura médica.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311050
Lesão intraepitelial de alto grau: fatores prognósticos para recorrência e recidiva após tratamento
Isabella Nascentes Tanizaki Coelho1, Geovanna Calazans Corrêa2, Isabella Paolilo Calazans3
1Universidade de Vassouras
2Instituição de Ensino Superior de Brasília, Centro Universitário de Brasília
3Hospital Materno Infantil de Brasília
Introdução: O câncer de colo uterino, apesar de apresentar um prognóstico satisfatório quando diagnosticado e tratado precocemente, ainda demonstra altas taxas de mortalidade no mundo. Os procedimentos excisionais são as principais condutas realizadas diante de lesões intraepiteliais de alto grau (LIEAG). Não obstante, a recorrência e recidiva da neoplasia ocorrem em 5 a 35% das mulheres submetidas a esse tratamento. Diante disso, é fulcral avaliar os fatores de risco determinantes da recorrência e recidiva. Objetivo: Analisar os fatores de risco relacionados à persistência de LIEAG após tratamento excisional. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura, com busca no PubMed. Utilizaram-se os descritores associados “HPV”, “HSIL”, “risk factors” AND “persistent” e foram encontrados 77 artigos dos anos de 2009 a 2019. Como critérios de inclusão, adotaram-se publicações na íntegra e nos idiomas inglês e português. Por fim, foram selecionados os estudos que descreviam os fatores para a recorrência da LIEAG e foram utilizados 12 artigos para a revisão. Resultados e conclusão: As lesões cervicais representam uma das manifestações subclínicas da infecção pelo papilomavírus humano (HPV) que apresenta características proliferativas com maturação anormal e achados atípicos de graus variáveis. A terminologia atual de classificação citológica cervical é baseada no sistema de Bethesda, que classifica as neoplasias intraepiteliais cervicais de grau I (NIC I) em lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LIEBG) e as neoplasias de graus II (NIC II) e III (NIC III) em LIEAG. A LIEAG é caracterizada por núcleos irregulares e hipercromáticos, aumento da relação núcleo-citoplasma e presença de cromatina grosseira. Em relação aos achados colposcópicos anormais, a NIC II é restrita aos dois terços inferiores do epitélio, enquanto a NIC III se encontra em toda a espessura do epitélio. Uma revisão sistemática realizada entre 2000 e 2019 avaliou o valor do teste de HPV alto risco (HPVAR) para
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311051
Massa anexial e hímen imperfurado - relato de caso
Filomena Aste Silveira1, João Alfredo Seixas1, Helena Torres Passos1, Luciana Amaral Lemos1, Maria Eduarda Amaral Faria1, Caroline Guida Babinski1
1Centro Universitário de Valença
Introdução: O hímen imperfurado (HI) é uma anomalia congênita incomum do trato genital feminino. É a alteração obstrutiva do aparelho genital feminino mais frequente, com a obstrução completa do introito vaginal pela membrana himenal, e a causa mais comum de hematocolpo, levando à distensão da região vaginal, uterina e de trompas. É frequentemente diagnosticada em meninas adolescentes após a menarca, apresentando-se principalmente com amenorreia e dor abdominal inferior ou retenção urinária, com uma incidência aproximada de 0,05-0,1%. O hímen é uma membrana que se desenvolve embriologicamente por meio da junção do seio urogenital e os bulbos sinovaginais. Nos estágios embrionários, a porção central dessa membrana sofre degeneração de suas células epiteliais, permitindo a conexão entre o vestíbulo e o canal vaginal. Se essa fase falhar, os indivíduos nascem com HI. Raramente faz parte da doença hereditária sistêmica, embora alguns autores tenham enfatizado a necessidade de descartar malformações mullerianas associadas. Relato do caso: Paciente de 13 anos, encaminhada para consulta pré-operatória mediante diagnóstico ultrassonográfico de massa anexial. Apresentava queixa de desconforto pélvico e disúria. Relata ausência de menacme. Ao exame ginecológico, constatou-se a presença de HI. Realizou-se himenectomia, com saída de sangue em jato de coloração escura totalizando um litro e meio. Conclusão: Chamamos a atenção para a importância do exame físico, já que a pseudoimagem de cisto ovariano nada mais era do que hematocolpo e hematometra. O diagnóstico impõe-se mediante a ausência de menarca e a inspeção da genitália externa. A história menstrual e as características sexuais secundárias devem ser investigadas nessas adolescentes. O diagnóstico idealmente deveria ser quando recém-natas, pois ao ser descoberto tardiamente pode trazer complicações para as pacientes portadoras da obstrução. Portanto, os médicos, especialmente urologistas, ginecologistas ou pediatras, devem examinar cuidadosamente todas as pacientes do sexo feminino ao nascer.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311052
Mastite crônica granulomatosa: um relato de caso
André Maroccolo de Sousa1, Ana Luíza Fleury Luciano1, Sayra Rayane Tioto Labre2, Anita Celia Naves da Silva2, Miguel Pereira de Queiroz Júnior2, Juarez Antônio de Sousa3
1Pontifícia Universidade Católica de Goiás
2Maternidade Aristina Cândida de Senador Canedo
3Universidade Federal de Goiá
Introdução: A mastite granulomatosa (MG) é uma doença inflamatória benigna e crônica da mama, sendo mais prevalente em mulheres na menacme. A etiologia da MG é desconhecida e ela é caracterizada por uma reação granulomatosa crônica composta de células epitelioides, células gigantes multinucleadas dos tipos corpo estranho e de Langhans. A doença manifesta-se clinicamente com fístulas, úlceras e mastalgia. Na mamografia, pode-se encontrar distorção arquitetural, assimetria focal e nódulos irregulares, e a ultrassonografia de mamas evidencia abcesso. O tratamento primário da MG - a biópsia excisional e, em casos de lesões extensas, a cirurgia - faz-se necessário, buscando sempre bons resultados estéticos. Relato do caso: Paciente F.L.R.C., 55 anos, apresentou tumor em mama esquerda, e foi realizada ressecção segmentar no ano 2019. O exame histopatológico revelou tratar-se de mastite granulomatosa. A paciente realizou tratamento adjuvante com antibióticos e prednisolona 40 mg/dia, porém retornou no ano de 2021 com quadro de tumor com consistência amolecida, ocupando a região de quadrante superior medial (QSM) da mama esquerda. Foi feita a ressecção cirúrgica completa da lesão, englobando toda a pele do QSM mama esquerda. Realizou-se retalho local para reconstrução mamaria, enxerto de aréola e mamilo esquerdo, associado a corticoide (prednisolona 40 mg/dia) com dosagens regressivas semanais. Conclusão: A mastite granulomatosa é uma doença rara da mama, crônica, sendo o diagnóstico histopatológico indispensável, visto que a clínica e os exames de imagem podem simular neoplasia maligna e abcesso, e as punções por agulha são inconclusivas. No caso da paciente em questão, a literatura sugere ressecção ampla das lesões, com margens livres. A terapia antimicrobiana é recomendada nesses casos em razão da alta probabilidade de infecção. Até o momento, não há protocolos de condutas específicas para uso de corticoides, contudo o tratamento preferencial é feito com prednisolona 40 mg/dia.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311053
Mastite puerperal aguda e infecção respiratória por SARS-CoV-2 : relato de sobreposição diagnóstica em uma maternidade de alto risco
André Luiz Clemente Beralto1, Lara de Siqueira Rodrigues1, Isabella soares da Costa dos Santos1, Sérgio Lins1
1Hospital da Mulher Heloneida Studart
Introdução: Traumas mamilares por dificuldade de amamentação podem gerar processos inflamatórios e conduzir à mastite. A proliferação bacteriana torna-se possível nesse meio, levando à mastite infecciosa, condição que afeta de 2-10% da puérperas nos primeiros meses pós-parto. O diagnóstico é clínico e a sintomatologia varia desde comemorativos locais e formação de abscessos até sintomas sistêmicos como febre, queda do estado geral e septicemia. A infecção por SARS-CoV-2 é uma infecção respiratória que pode cursar com instabilidade hemodinâmica, queda do estado geral e necessidade de suporte intensivo. Objetivo: Incentivar as boas práticas de aleitamento materno e orientar a pega adequada, identificar sinais de gravidade, evitar a ocorrência de mastite puerperal, tratar precocemente e reduzir morbidade e mortalidade maternas. Materiais e métodos: Relato de caso baseado na coleta de dados do prontuário de paciente acompanhada no serviço de alto risco de maternidade da baixada fluminense. Resultados: R.J.F.,20 anos, G2PC2, puépera tardia, chega ao serviço de pronto atendimento em 14 de abril referindo mastalgia e hiperemia à direita, palpitações, odinofagia, anosmia e cefaleia há 9 dias. Ao exame físico: nível de consciência preservado, hipotensa, taquicárdica, levemente dispnéica, afebril, mama direita com área de hiperemia, dolorosa à manipulação, endurecida e com presença de pequena área de flutação. São coletados
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311054
Mastite química por silicone industrial: relato de caso
Phillip Petraglia1, Bruno Menezes Lo Bianco1, Felipe Costa Angelo1, Tereza Maria Pereira Fontes1, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos1, Katia Alvim Mendonça1
1Hospital Municipal da Piedade, Universidade Estácio de Sá Campus Città América
Introdução: No Brasil, cirurgias estéticas não reparadoras não fazem parte dos procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde. Sabendo que os valores delas não condizem com a capacidade econômica da grande maioria dos brasileiros, muitos indivíduos utilizam-se de meios, artifícios e substâncias contraindicadas para obter o resultado esperado. Porém, na grande maioria das vezes, essas alternativas não são seguras e quase sempre vêm acompanhadas de complicações. Uma das substâncias utilizadas nesses processos é o silicone líquido industrial. Tais práticas tiveram início nos anos 1970, quando leigos em todo o mundo utilizaram injeções de silicone industrial para aumentar mamas e melhorar o contorno corporal. Muitos pacientes que receberam essas injeções evoluíram com sérias complicações, desde a migração do produto, causando siliconomas, até doenças autoinflamatórias. Relato de caso: M.M.A., 64 anos, doméstica, tabagista, G:IV, P:III e A:I, ativa sexualmente, submeteu-se há 35 anos à aplicação de silicone industrial líquido, informalmente, em uma casa no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, onde se praticavam procedimentos ditos estéticos. Relata que ao longo dos anos foi assintomática até que, há sete meses, apresentou dor e aparecimento de fístula mamária na união dos quadrantes superiores da mama direita, com drenagem de secreção purulenta, não associada a febre, que ora melhorava com o uso de antibiótico e ora apresentava recorrência do quadro. Ao longo dos meses, evoluiu com o aparecimento de tumoração avermelhada e aumento do orifício fistuloso. Ao exame clínico, apresentava mamas de grande volume, assimétricas, sendo a direita maior que a esquerda, com presença de tumoração avermelhada medindo 10 cm na união dos quadrantes superiores da mama direita com a área de necrose central. A mamografia realizada um mês após o início dos sintomas revelava múltiplas imagens radiopacas (“aspecto de material injetado”) e presença de linfonodos nos prolongamentos axilares. No exame ultrassonográfico, foram visualizadas inúmeras formações de aspecto cístico, bilateralmente, associado a importantes artefatos que degradavam a avaliação do parênquima, suspeitando-se de silicone líquido. Após a consulta, foi encaminhada para um serviço de cirurgia plástica reparadora. Conclusão: A injeção de silicone industrial nas mamas pode acarretar alterações no seu parênquima, que vão desde um processo inflamatório prolongado até a associação com um tumor de mama. Trabalhos mostram que as reações tardias ocorrem entre três e 20 anos depois, podendo se estender até 45 anos. A paciente retratada neste caso apresentou um quadro sintomatológico 35 anos após a injeção do produto, com comprometimento estético devastador.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311055
Metástase óssea em câncer de colo uterino: um relato de caso
Victória Maria Luz Borges1, Marília Francisca da Silva Pereira1, Isadora Maria de Carvalho Marques1, Flávio Luis dos Santos Sousa1, Lia Cruz Vaz da Costa Damásio1, Marcelo Barbosa Ribeiro1
1Universidade Federal do Piauí
Introdução: O câncer de colo de útero é o terceiro câncer mais comum e a quarta causa de morte relacionada a câncer no mundo. Ocorre, na maior parte dos casos, entre a terceira e a quinta décadas de vida e o principal fator de risco relacionado é a presença do papilomavírus humano, com seus subtipos oncogênicos. Metástase óssea raramente ocorre em câncer de colo de útero, com a incidência de 0,8 a 2,3%, e alguns fatores de risco estão associados ao seu desenvolvimento, entre os quais: idade avançada, maiores estágios T e N, tipos histológicos não adenocarcinoma e não escamoso, tumores pouco diferenciados e presença de outras metástases (pulmões, fígado e cérebro). Relato de caso: Paciente de 54 anos, menarca aos 18 e sexarca aos 20. Procurou o atendimento no ambulatório de ginecologia em 2017, relatando queixa de dor em baixo ventre. Ao exame especular, visualizou-se moderada ectopia e colo sangrante. O exame colpocitológico revelou lesão intraepitelial de alto grau. A paciente foi encaminhada à colposcopia, que mostrou NIC III, e foi submetida a tratamento cirúrgico e radioterapia posterior. O exame histopatológico evidenciou carcinoma escamoso GIII, com invasão de 100% da margem comprometida. A paciente evolui com dor em região lombar e em membros inferiores após três anos de seguimento clínico, com presença de lesão lítica em L4 e lesão com aspecto de hemangiomastose no corpo vertebral de L3 à radiografia. A ressonância magnética e a cintilografia óssea exibiram lesão lítica comprometendo o corpo cervical de L4 à direita, o que não foi observado em exames anteriores. Realizou-se biópsia e foi confirmada a neoplasia metastática. Conclusão: A neoplasia de colo uterino surge entre a terceira e a quinta décadas de vida, sendo o tipo histológico carcinoma escamoso o mais comum e condizente com o caso descrito. Apesar de rara, a metástase óssea ocorre em média dois anos após o diagnóstico, sendo o principal sítio a coluna vertebral (36,36%) e destacando-se a topografia lombar (51,9%). Em contrapartida, uma metanálise publicada em 2019 evidenciou que, entre os casos de câncer de colo uterino em estágio avançado, a metástase óssea ocorreu em 23%, perdendo apenas para a metástase pulmonar (59%). Embora não sejam elucidados os mecanismos de metástase, sugere-se relação com o comportamento do tumor primário, o suprimento vascular, o sistema imune e o ambiente ósseo. São necessários maiores estudos para elucidar a oncogênese da metástase óssea. O prognóstico de pacientes com metástases ósseas é bem restrito entre seis e 12 meses, sendo proposto um tratamento paliativo com abordagem multiprofissional, visando aliviar o quadro álgico de elevada intensidade, evitar fraturas patológicas e prevenir incapacidades. O principal objetivo é ter melhor qualidade de vida. O grande avanço preconizado pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia e Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia é o rastreamento universal e o diagnóstico precoce de lesões precursoras do câncer de colo uterino, sobretudo por tratar-se de um método de baixo custo e de fácil reprodução.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311056
Mariana Quintela Rodrigues Pereira1, Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo1, João Alfredo Seixas2, Michelle Gomes Soares Toledo1, Amanda Damian Marques1, Gutemberg Leão de Almeida Filho1
1Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
2Faculdade de Medicina de Valença, Centro Universitário de Valença
Introdução: O condiloma acuminado é uma lesão benigna causada pelo papilomavírus humano (HPV) que, na gestação, pode crescer e se multiplicar com maior facilidade, sendo o maior fator de risco para o desenvolvimento da papilomatose respiratória recorrente (PRR) no recém-nascido (RN). Entre os tratamentos seguros em gestantes estão o
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311057
Mola hidatiforme invasora (neoplasia trofoblástica gestacional de baixorisco) com metástase pulmonar
João Cláudio Damasceno de Sá1, Cristhian Herald Amaral Meireles Damasceno1, Déborah Lessa da Silva, Layra da Silva Alves1, Daniel Samary Silva Lobato1, Bruno Otávio Crespo Fonseca1
1Faculdade de Medicina de Campos
Introdução: Mola hidatiforme é classificada como doença trofoblástica gestacional. O diagnóstico e o tratamento precoce impedem o avanço da doença e diminuem as repercussões clínicas. Com o avanço dos exames de imagem, permitiu-se, além do diagnóstico rápido, a definição do tratamento mais adequado. Relato de caso: Paciente feminina, branca, 12 anos, menarca aos 11 anos e sem história gestacional anterior, procurou serviço médico em razão de sangramento vaginal abundante, realizou ultrassonografia pélvica com diagnóstico de gravidez molar sem feto, submetendo-se a curetagem e repetindo esse procedimento sete dias depois. A ressonância magnética de pelve apresentou útero de dimensões aumentadas, área nodular heterogênea na parede dorsal da região fúndica uterina à direita, compatível com neoplasia trofoblástica gestacional (NTG), podendo corresponder a mola invasiva. Cavidade endometrial heterogênea com margens irregulares. Ovários tópicos de volume aumentados pela presença de múltiplos cistos (tecaluteínicos). O exame microscópico evidenciou a proliferação de trofoblastos atípicos, com quadro histológico compatível com mola hidatiforme completa. O material da segunda curetagem apresentou endométrio decidualizado, com proliferação de trofoblastos atípicos, restritos à superfície da amostra, caracterizando mola invasiva. A tomografia computadorizada (TC) de tórax demonstrou múltiplos implantes pulmonares, sendo compatível com NTG de baixo risco com metástase pulmonar. Esses dados, correlacionados a níveis séricos elevados de beta-hCG, são essenciais para o início de terapia oncológica. A paciente foi encaminhada para tratamento, iniciando quimioterapia monoterápica com três ciclos após a normalização de beta-hCG. A TC de controle, realizada após oito meses de diagnóstico, quando comparada ao exame de estadiamento, indicou o desaparecimento completo dos nódulos pulmonares. Conclusão: O tratamento mais comum da mola hidatiforme cujos valores de beta-hCG não regridem da forma esperada e dos casos de NTG de baixo risco é a quimioterapia em forma de monoterapia, que deve ser realizada ao se conjecturar o diagnóstico de mola invasora, não sendo necessário o resultado histopatológico para iniciar essa terapia. Deve-se considerar sempre a clínica apresentada, a dosagem de beta-hCG e os dados de exames de imagem. No presente relato é importante ressaltar que, ainda que houvesse implantes pulmonares indicativos de doença avançada, a classificação pelo sistema de escore da Organização Mundial da Saúde, modificada pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia - FIGO (2002) como NTG de baixo risco, permitiu uma abordagem mais conservadora, tendo em vista a faixa etária da paciente e uma ótima resposta ao tratamento quimioterápico. A possibilidade de tratamento quimioterápico com altas taxas de cura permite preservar a fertilidade, fator este de suma importância, principalmente em pacientes jovens e sem prole constituída.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311058
Neoplasia epitelial vulvar III: relato de caso
Mila Baía Moreira1, Mellina Amaral Oliveira de Barros1, Raphaella dos Santos Maia Crud1, Tereza Maria Pereira Tereza Fontes1, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos1, Manoel Marques Torres1
1Hospital Municipal da Piedade, Universidade Estácio de Sá
Introdução: A neoplasia intraepitelial vulvar (NIV) é caracterizada por alterações morfológicas nas células escamosas do epitélio vulvar, sendo classificada em três graus de acordo com sua extensão em profundidade: NIV 1, quando atinge até um terço da extensão epitelial; NIV 2, quando afeta entre um e dois terços; e NIV 3, chamado de carcinoma
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311059
Neoplasia intraepitelial de alto grau vulvovaginal comfoco de invasão em fúrcula
Isabela Furtado Guiotti1, Maria Eduarda Cançado Schuttenberg1, Lucas Pedrosa Lange1, Maria de Fátima Dias de Sousa Brito1, Enzo Brito Teixeira2, Ana Tercia Beltrame Carvalho2
1Maternidade Odete Valadares
2Faculdade da Saúde e Ecologia Humana
Introdução: Cerca de 1 em 100 mil mulheres é diagnosticada com câncer vaginal invasivo ou
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311061
Nível de escolaridade expresso em mamografias de rastreamento no estado do Amazonas no período de 2010 a 2014
José Wilker Gomes de Castro Júnior1, Beatriz Siems Tholius1, Cybelle Cristina Pereira1
1Centro Universitário do Estado do Pará
Introdução: A mamografia de rastreamento reduz a mortalidade por câncer de mama em mulheres assintomáticas e inclui ainda outros benefícios por meio da detecção precoce, como o aumento das opções terapêuticas e a probabilidade de sucesso do tratamento. A não adesão ao exame pode ocorrer em razão do alto custo e da baixa disponibilidade dos locais no sistema de saúde. Além disso, a educação é uma influência importante para a utilização do serviço de saúde. Objetivo: O objetivo do presente estudo é comparar o nível de escolaridade das pacientes que realizaram mamografia de rastreamento no estado do Amazonas entre 2010 e 2014. Material e método: Trata-se de um estudo exploratório, quantitativo, cuja base de dados é o Sistema de Informação do Câncer de Mama (SISMAMA) entre os anos de 2010 e 2014, no Amazonas, Brasil. Apenas as mulheres, de qualquer idade, foram subdivididas de acordo com o nível de escolaridade. Posteriormente, os grupos foram comparados com base no número de mulheres que realizaram mamografias de rastreamento. Resultados: Das 117.012 mulheres que fizeram mamografia e relataram escolaridade no período de 2010 a 2014 no Amazonas, 2,95% eram analfabetas, 30,42% tinham o ensino fundamental incompleto e 16,24% o ensino fundamental completo, 44,97% tinham o ensino médio completo e 5,39% o ensino superior completo. Conclusão: O rastreamento por mamografia é o principal meio de detecção precoce para o diagnóstico das neoplasias malignas da mama, uma das principais causas de morte no Brasil. Sabe-se que o nível de escolaridade da população interfere de forma significativa na busca por atendimento médico e de saúde. O nível de escolaridade também está relacionado à participação social e, consequentemente, ao acesso individual aos serviços de saúde. Os dados obtidos no SISMAMA confirmam essa situação no estado do Amazonas, com os números mostrando que um número maior de mulheres com maior escolaridade realizam mamografia em comparação com as que têm ensino fundamental incompleto.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311062
O conceito de vaginismo atrelado a suas causas e terapêutica
Thais Borges Magnus1, Caroline Lenz Ziani1, Dauana Ioara Prass1, Lia Gonçalves Possuelo1
1Universidade de Santa Cruz do Sul
Introdução: O vaginismo é uma patologia desencadeada pela contração muscular involuntária do assoalho pélvico, que dificulta ou impede a penetração na relação sexual. Essa disfunção genital feminina apresenta diversas motivações e recursos terapêuticos, porém há poucos estudos sobre o tema. Objetivo: O objetivo deste estudo foi identificar os fatores predisponentes ao vaginismo e seus possíveis tratamentos. Métodos: Para tanto, foram pesquisados os descritores “vaginismo”, “causalidade” e “terapêutica” nas plataformas UpToDate, PubMed e
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311063
O enfrentamento e a privação do direito à saúde ginecológica dos homens trans e de pessoas trans masculinas
Jorge Vinícius Leocádio Monteiro1, Gabriel Cheles Nascimento Matos1, Anna Karolina Martins Macêdo Tabosa2, Alcione de Oliveira dos Santos1, Maria da Conceição Ribeiro Simões1
1Faculdades Integradas Aparício Carvalho, Centro Universitário Aparício Carvalho
2Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A saúde ginecológica de homens trans (pessoas que não se identificam com o gênero de nascimento e reivindicam o gênero masculino) e de pessoas transmasculinas (pessoas que não se encaixam no gênero do nascimento nem na binaridade dos gêneros - masculino ou feminino) sofre bastante violência, tanto simbólica quanto física. Entretanto, a falta de consultas periódicas, a invisibilização das necessidades do paciente e a deslegitimação dos corpos reforçam esse assunto, tornando-o um grande problema de saúde pública. Objetivo: Nessa perspectiva, o presente estudo busca promover a saúde integral e expor a importância de uma abordagem médica ginecológica preparada para a pluralidade das pessoas, com o intuito de que não haja uma privação de direitos à saúde dos pacientes trans. Métodos: Para tal, foram utilizados os métodos de leitura crítica e de pesquisa bibliográfica. As buscas foram realizadas nas principais bases de dados de artigos científicos, como PubMed,
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311064
O impacto da obesidade infantil na fertilidade feminina
Aryane Ferraz Cardoso Pacheco1, Marina Ferraz Rosa2, Marina Hubner Freitas dos Santos Silva Machado1
1Universidade Iguaçu
2Centro Universitário Redentor
Introdução: A obesidade infantil é um distúrbio do estado nutricional relacionado ao aumento do tecido adiposo que se tem tornado uma epidemia mundial. Em uma revisão sistemática com metanálise recente, identificou-se que a prevalência da obesidade foi de 14,1% entre crianças e adolescentes no Brasil. A má alimentação, aliada ao sedentarismo, contribui para a patogênese desse importante problema, resultando em sérias repercussões na saúde em longo prazo. O excesso de peso na infância aumenta o risco de obesidade na adolescência e na vida adulta, causando, no sexo feminino, desordens menstruais e diminuição da fertilidade, impactando o período reprodutivo. Objetivo: Analisar o impacto da obesidade infantil na fertilidade feminina, visando reunir as informações mais pertinentes que compõem essa temática e, assim, poder contribuir para a saúde da mulher no período reprodutivo. Métodos: Revisão literária integrativa sobre a relação da obesidade infantil com a infertilidade feminina, utilizando os principais bancos de dados
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311065
O impacto do climatério na sexualidade feminina
Giovanna de Castro Paradela1, Bruna Obeica Vasconcellos1, Jacqueline Assumção Silveira Montuori1, Thatiana Terzi Galvão Pavarino
1Fundação Técnico Educacional Souza Marques
Introdução: O climatério é a fase de transição entre o período reprodutivo e não reprodutivo no sexo feminino. Essa transição é marcada por alterações nos níveis de hormônios ovarianos no organismo e pode ser acompanhada de ciclos menstruais irregulares, instabilidade emocional, fogachos, distúrbios no sono e baixa lubrificação vaginal. A menopausa é definida como o último episódio menstrual na vida da mulher, sendo diagnosticada após 12 meses de amenorreia. Esse fenômeno ocorre em decorrência do envelhecimento ovariano, com consequente perda de sua função e produção hormonal. Em razão do hipoestrogenismo, do impacto na autoestima relacionado à chegada de uma nova fase na vida da mulher e das diversas modificações clínicas consequentes ao climatério, é esperado que esse período de transição influencie a sexualidade feminina. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar como e quanto o climatério influencia na sexualidade das mulheres. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura com base em oito artigos publicados no período de 2006 a 2020 e selecionados por meio das plataformas UpToDate e
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311066
O papel da ultrassonografia no prolapso genital feminino
Beatriz Kern Noel1, Fernando Maia Peixoto Filho1, Paulo Roberto Nassar de Carvalho1
1Instituto de Estudos em Tecnologia da Saúde
Introdução: O prolapso de órgão pélvico (POP) tem uma prevalência grande, de cerca de 30-50%, principalmente nas mulheres acima de 60 anos e com redução importante da sua qualidade de vida. Os POP podem ser diagnosticados por diversos métodos, como exame físico, ultrassonografia (USG), ressonância magnética e outros. A USG, por ser um exame de baixo custo e fácil acesso, vem sendo utilizada na investigação de POP cada vez com mais frequência. Objetivo: Determinar o papel da USG no diagnóstico dos POP e verificar a possiblidade de melhorar a decisão quanto à conduta a ser tomada. Método: Esta é uma revisão da literatura realizada com artigos buscados no
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311067
O rastreamento do câncer de colo de útero no Brasil
Bruna Silva de Melo1, Daniele Socorro de Brito Souza Paiva2, Victória Moreira Gomes2
1Universidade Federal do Pará
2Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará
Introdução: O câncer de colo de útero ainda é muito incidente no Brasil e ocupa o quarto lugar de mortalidade por câncer em mulheres, sem considerar tumores de pele não melanoma. Ressalta-se que realizar periodicamente o exame citopatológico continua sendo a estratégia mais adotada para o seu rastreamento. Objetivo: Diante disso, objetiva-se apresentar o rastreamento do câncer de colo de útero por meio da realização do exame citopatológico no Brasil. Materiais e método: Esta pesquisa baseou-se no método quantitativo, com o uso de análise documental mediante os dados disponibilizados pelo
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311068
Operação de Manchester: alternativa minimamente invasiva à histerectomia vaginal
Pamela Carolina Lima Lago1, Julia Motta de Morais1, Paula de Holanda Mendes1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: O advento da operação de Manchester (OM) ocorreu durante a Revolução Industrial, em razão da inserção feminina no mercado de trabalho para o desempenho de funções laborais pesadas e a manutenção do alto número de gestações, o que gerou aumento da frequência de prolapsos genitais. Ainda hoje, mesmo com a opção da realização da histerectomia vaginal (HV), essa cirurgia deve ser tida como opção e deve ser oferecida às pacientes. Relato de caso: 73 anos, G0P0, do lar, sexualmente ativa, menopausa aos 45 anos, sem uso de terapia de reposição hormonal. Nega comorbidades, etilismo ou tabagismo. Comparece ao ambulatório queixando-se de “bola na vagina há dois anos que piora ao longo do dia” associada a perda urinária aos esforços. Ao exame: índice de massa corporal 28;
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311069
Os achados da colposcopia em mulheres na perimenopausa para rastreio das lesões precursoras do carcinoma cervical uterino
Júlia Macedo de Britto1, Rita Maira Zanine1
1Universidade Federal do Paraná
Introdução: A detecção precoce do câncer de colo uterino é essencial para a diminuição da incidência e para o tratamento do câncer. Porém, a literatura tem indicado que existem diferenças no rastreio de mulheres em período reprodutivo e pós-menopausa. O presente estudo tem por objetivo principal determinar a acurácia dos achados colposcópicos no diagnóstico das lesões intraepiteliais de colo uterino nas mulheres no pós-menopausa. Como objetivos secundários: eeterminar a acurácia da citologia oncótica no diagnóstico das lesões intraepiteliais de colo uterino; determinar a sensibilidade (S), a especificidade (E), o valor preditivo positivo (VPP) e o valor preditivo negativo (VPN) da colposcopia em relação ao exame histopatológico; determinar S, E, VPP e VPN da citologia em relação ao exame histopatológico. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, retrospectivo, transversal e observacional, baseado na análise de prontuários de pacientes que foram encaminhadas da rede básica de saúde ao ambulatório de patologia do trato genital inferior e colposcopia de um centro terciário em razão de alteração no exame citopatológico convencional, no período de fevereiro de 2011 a agosto de 2018, e que se encontram no pós-menopausa. As citopatologias foram classificadas pelo Sistema Bethesda, 2001. Foram coletados os resultados da citologia oncótica, da colposcopia e da histopatologia (cone/cirurgia de alta frequência - CAF). Resultados: Analisaram-se 55 mulheres com mais de 50 anos de idade. A acurácia da citologia foi de 76,3%; S=87,5%; E=43,7%; VPP=79,5% e VPN=58,3%. Os mesmos valores para a colposcopia foram, respectivamente, acurácia 60%; S=60%; E=60%, VPP=80% e VPN=36%. Conclusão: Deve-se ter cautela na realização e interpretação dos resultados dos testes de rastreio convencionais em mulheres no período pós-menopausa. Em consequência de alterações fisiológicas típicas do climatério, como a não visualização da junção escamo-colunar e a atrofia do epitélio cervicovaginal, sua efetividade é menor que em mulheres em idade reprodutiva.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311070
Os achados da colposcopia no rastreio das lesões precursoras do carcinoma cervical uterino: experiência em um hospital universitário
Júlia Macedo de Britto1, Rita Maira Zanine1
1Universidade Federal do Paraná
Introdução: O presente estudo tem por objetivo principal determinar a acurácia dos achados colposcópicos no diagnóstico das lesões intraepiteliais de colo uterino. Como objetivos secundários: determinar a acurácia da citologia oncótica no diagnóstico das lesões intraepiteliais de colo uterino; determinar a sensibilidade (S), a especificidade (E), o valor preditivo positivo (VPP) e o valor preditivo negativo (VPN) da citologia e da colposcopia em relação ao exame histopatológico. Métodos: Trata-se de um estudo analítico, retrospectivo, transversal e observacional, baseado na análise de prontuários de pacientes que foram encaminhadas da rede básica de saúde ao ambulatório de patologia do trato genital inferior e colposcopia de centro terciário por alteração no exame citopatológico convencional, no período de fevereiro de 2011 a agosto de 2018. As citopatologias foram classificadas pelo Sistema Bethesda, 2001. Com base nos resultados de citologia, colposcopia e histopatologia cirúrgica (cone/ cirurgia de alta frequência - CAF), foram calculados S, E, VPP e VPN, utilizando a histopatologia cirúrgica como padrão ouro. Resultados: Os valores obtidos para a citologia foram S=70,8%; E=47,8%; VPP=84,1%; e VPN=29,4%. Os resultados da colposcopia demonstraram S=79,3%; E=46,7%; VPP=85,4%; e VPN=36,4%. A acurácia, portanto, foi 66,1% da citologia e 72,7% da colposcopia. Conclusão: Apesar da pouca diferença entre as acurácias, demonstrou-se a importância da realização de ambos os exames na triagem para evitar o excesso ou a falta de diagnóstico e tratamento. Observou-se que tanto a citologia quanto a colposcopia são mais eficazes na identificação de lesões de alto grau em relação às de baixo grau, gerando um número importante de falsos negativos, que foram detectados por causa da complementação entre os exames de citologia e colposcopia.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311071
Perfil de mortalidade por câncer de colo do útero no estado do Pará durante o período de 2016 a 2020
José Wilker Gomes de Castro Júnior1, Beatriz Siems Tholius1, Claudia Marques Santa Rosa Malcher1
1Centro Universitário do Estado do Pará
Introdução: O câncer cervical constitui o terceiro tipo de câncer que mais acomete a população feminina. Tal neoplasia está intimamente relacionada a fatores associados ao ambiente e aos hábitos de vida. O papiloma vírus humano (HPV) é um fator causal para o aparecimento do câncer de colo de útero, portanto o rastreamento por meio do exame preventivo papanicolau possui grande influência no diagnóstico precoce dessa patologia. Tal agravo apresenta-se como um importante problema de saúde pública que afeta progressivamente o estado de Pará. Objetivo: Descrever o perfil da mortalidade por câncer do colo do útero nas mulheres residentes no estado do Pará, no período de 2016 a 2020. Metodologia: Realizou-se um estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo com base nos dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As informações coletadas foram armazenadas e tabuladas no programa Microsoft Office Excel™. Resultados: Entre os 2.463 casos encontrados após análise do período avaliado, destacam-se os anos de 2019, 2020 e 2017 como mais incidentes, com 579, 530 e 489 casos, respectivamente. Identificou-se que ser parda (86,31%) e ter idade compreendida entre 40 e 49 anos (30,20%) são as variáveis epidemiológicas mais acometidas, o que se justifica, na maioria dos casos, pelo tempo de desenvolvimento da neoplasia e pela prevalência expressiva de pardos na miscigenada população paraense. Ademais, os municípios com maior quantidade de casos de tuberculose reportados foram, em primeiro lugar, Belém, com 69,22% dos casos e, em segundo lugar, Santarém, com 16,24%. Conclusão: Diante disso, estes dados deverão subsidiar as capacitações técnicas, buscando o fortalecimento das ações de promoção à saúde e o direcionamento das medidas de prevenção e diagnóstico do câncer de colo do útero.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311072
Pólipo himenal em uma recém-nascida: relato de caso
Filomena Aste Silveira1, João Alfredo Seixas1, Paloma Mandina Rodrigues1, Mariana Alves Durante1, Mariana Lyrio1, Maria Eduarda Richa Fonseca1
1Instituto de Ginecologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: Condições patológicas do hímen são raras na prática médica cotidiana e geralmente encontradas nas pacientes pediátricas, a maioria assintomática. O hímen é uma membrana de tecido conjuntivo fino na extremidade distal da vagina, que fecha parcialmente o introito. Formado no fim do processo de canalização da placa vaginal, por volta do quinto mês de desenvolvimento intrauterino, ele separa a vagina, agora canalizada, do seio urogenital. A sua função exata ainda é desconhecida, de modo que ele tem significado principalmente quando da realização de perícia médica, pois em caso de lesões pode representar uma evidência clara de abuso sexual. Os pólipos himenais são projeções alongadas da borda do tecido himenal. Não são incomuns após o nascimento, provavelmente em decorrência do estímulo estrogênico no período fetal, e são benignos. Relato de caso: Paciente com três meses de vida, trazida pela mãe que informou presença de lesão em vagina desde o nascimento, com uma pequena diminuição desde então. Vacinação em dia, em amamentação irregular. Ao exame físico, foi constatada uma projeção pediculada de aproximadamente 3 cm externando-se pelo canal vaginal, compatível com diagnóstico de pólipo himenal. Foi realizada a exérese da lesão polipoide com tesoura após anestesia local, com particular atenção para a preservação do anel himenal. Conclusão: Os pólipos himenais ocorrem quase exclusivamente na primeira infância e consistem em restos embrionários do septo urogenital. Geralmente regridem, sendo dificilmente vistos após os três anos de idade. Raramente persistem e se tornam maiores. No nosso caso, exteriorizava-se e mensurava 3 cm, o que preocupou sobremaneira os pais e levou a mãe a recorrer ao hospital para o atendimento de sua filha. O exame físico de cada recém-nascido ou bebê não é completo sem uma inspeção cuidadosa da genitália externa. Os pediatras devem estar familiarizados com os pólipos himenais para diagnosticá-los com precisão e, assim, aconselhar e tranquilizar os pais sobre sua natureza e curso benigno.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311073
Prevalência e progressão histológica para neoplasia do líquenescleroso em um ambulatório de patologia vulvar
Amanda Damian Marques1, Yara Lucia Furtado2, Mariana Quintela Rodrigues Pereira1, Michelle Gomes Soares1, Beatriz Escudeiro Nascimento1, Gutember Almeida2
1Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
2Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: O líquen escleroso vulvar (LE) é uma dermatose inflamatória crônica, não infecciosa, cuja etiologia ainda é incerta. A queixa mais frequente é prurido intenso, com exacerbação noturna. Sintomas como sensação de queimação, disúria e sangramento genital também podem ser relatados. A prevalência exata do líquen escleroso ainda é desconhecida em virtude da grande quantidade de mulheres oligo ou assintomáticas, que correspondem, aproximadamente, a um terço dos casos. A prevalência estimada no sexo feminino é entre 1:300 a 1:1.000. O LE é considerado o principal fator de risco para a neoplasia intraepitelial vulvar (NIV) diferenciada e o carcinoma escamocelular diferenciado. Objetivo: Avaliar a prevalência de LE nas mulheres atendidas em um ambulatório de patologia vulvar e a frequência de progressão clínica para carcinoma epidermoide. Métodos: Estudo analítico, de corte transversal, no qual foram revisados prontuários arquivados para a avaliação da prevalência e da evolução clínica das mulheres com diagnóstico de LE atendidas no ambulatório de patologia vulvar no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2019. O cálculo da prevalência foi feito pela fórmula de razão de prevalência. Resultados e conclusão: A média de idade das mulheres no momento do diagnóstico de LE foi de 59 anos (variando de sete a 84 anos). Foram identificadas 180 mulheres com diagnóstico de LE no período de cinco anos, com valor de prevalência de 17,8% (180/1.007) no ambulatório de patologia vulvar. Desses casos, 1,6% (3/180) para NIV diferenciada e 2,22% (4/180) evoluíram para carcinoma epidermoide. A prevalência de LE no ambulatório de patologia vulvar não foi alta e a frequência de progressão histológica foi semelhante à encontrada na literatura.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311074
Psoríase vulvar: a experiência do ambulatório de patologia vulvar do serviço de ginecologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Brenda Maria Loureiro de Melo1, Cecília Nessimian Tostes1, Gabriela Magalhães Portilho Carrara1, Vera Lúcia Mota da Fonseca1, Afrânio Coelho de Oliveira1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: A psoríase é uma doença autoimune, crônica e inflamatória que atinge a epiderme, podendo acometer todo o corpo, até mesmo a vulva. Das pacientes, 60% irão apresentar lesões vulvares. A doença possui diagnóstico clínico e é caracterizada por placas eritematosas, finas e delimitadas, que se manifestam com prurido intenso, queimação e fissuras principalmente nos grandes lábios. A descamação não costuma estar tão presente no acometimento genital. O diagnóstico é dificultado pelo estigma da doença, uma vez que a paciente não costuma se queixar dalesão ao dermatologista. Objetivo: Descrever a experiência de acompanhamento das pacientes com psoríase vulvar no setor de patologia vulvar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ). Materiais e métodos: Apresentação dos casos acompanhados no setor de patologia vulvar do HUCFF/ UFRJ, com foco no diagnóstico e terapêutica em correlação com a literatura. Resultados: Foram acompanhadas oitopacientes com diagnóstico de psoríase vulvar no serviço de ginecologia do HUCFF. A média de idade foi de 55,1 anos, e todas apresentavam comorbidades, porém apenas uma era portadora de outras patologias autoimunes. Duas pacientes apresentavam incontinência urinária. O sintoma mais prevalente entre elas foi o prurido vulvar, porém também foi verificada a sensação de queimação local em uma delas. Ao exame físico, cinco apresentaram placas hiperemiadas e descamativas, enquanto três apresentaram, predominantemente, placas mais hipocrômicas. Em relação ao tratamento, sete pacientes iniciaram corticoide de alta potência por curto período, e uma utilizou um de baixa potência. Todas as pacientes apresentaram importante melhora do quadro. Conclusão: Dos casos, 62,5% retrataram quadro de psoríase exclusivamente vulvar, que é uma forma rara de apresentação correspondente a 2-5%, segundo a literatura, de todos os casos de psoríase. A clínica de todas as pacientes corresponde à clássica manifestação, com presença de lesões simétricas, mais comuns em grandes lábios, com placa hiperemiada e lesão liquenificada associadas a prurido, fissuras e queimação local. Um fator importante encontrado em duas delas é a incontinência urinária, já que o contato com algumas substâncias, como urina e fezes, além do coito e uso de roupas justas pode causar o fenômeno de Koebner, agravando as lesões. A biópsia deve ser realizada nos quadros de incerteza ou quando o diagnóstico diferencial se faz necessário. O tratamento pode ser iniciado com corticoides tópicos, sendo mais indicados os de moderada a alta potência por curto período, podendo-se posteriormente seguir com composições de menor potência para minimizar os efeitos adversos, como atrofia genital. O tratamento sistêmico está indicado apenas na falha terapêutica. É imprescindível reforçar que o médico assistente busque ativamente a manifestação vulvar da psoríase, pois muitas vezes a paciente não relata essa queixa. Quanto ao ginecologista, ao examinar a vulva, ele deve pensar nessa hipótese diagnóstica, que, apesar de rara, acontece.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311075
Recidiva de carcinoma mamário invasivo 12 anos após diagnóstico primário: um relato de caso
Luciana Dalva Moutinho de Moura1, Talissa Lima Tavares1, Janine Martins Machado2, Cleverson do Carmo Junior2, Laís dos Santos Gueiros1
1Universidade Federal do Espírito Santo, Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes
2Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes
Introdução: O câncer de mama é atualmente a neoplasia com maior mortalidade no mundo em mulheres, seja em países desenvolvidos, seja naqueles em desenvolvimento. Estudos apontam que podehaver recorrência da neoplasia mamária de até 30% nos casos com linfonodos negativos e de aproximadamente 70% nos casos com linfonodos positivos. Um estudo americano mostrou taxa de recidiva de câncer de mama em 10 anos de 36,8%, dos quais a maior parte ocorreu nos primeiros cinco anos após o diagnóstico (81,9%). Outros diferentes trabalhos afirmam que o período de maior risco para a recorrência do câncer de mama são os primeiros três anos após o tratamento primário. Relato de caso: Paciente de 51 anos, com histórico de quadrantectomia e esvaziamento de mama esquerda em razão de carcinoma ductal invasivo em 2009 (imuno-histoquímica: KI67 40%/HER2 negativo/receptor de estrogênio >75%/receptor de progesterona 0; TNM: T2 N0 M0; linfonodos positivos), quimioterapia neoadjuvante e radioterapia adjuvante, com posterior implante de prótese de silicone na mama esquerda em 2012. A paciente prosseguiu em acompanhamento ambulatorial e, em agosto de 2020, foi detectado nódulo suspeito em região supraclavicular esquerda, optando-se por não fazer punção em razão da presença de importante vascularização local. Prosseguiu-se à investigação com ressonância magnética da mama, a qual revelou uma massa sólida mal definida na região infraclavicular infiltrando os músculos peitorais maior e menor e estendendo-se posteriormente até os vasos axilares, medindo 7,7x5,3 cm, com presença de linfonodos aumentados no mediastino anterior, nódulo BI-RADS 5 em proximidade da prótese. Decidiu-se então realizar nova abordagem cirúrgica em novembro de 2020 por causa da recidiva local, com retirada da prótese e biópsia da lesão, cujo laudo evidenciou carcinoma mamário tipo não especial G3. A paciente evoluiu sem intercorrências, recebendo alta no 1º dia de pós-operatório, com recomendação de retorno ambulatorial para acompanhamento. Conclusão: A neoplasia mamária é uma doença que abrange fatores psicológicos, sexuais e da autoimagem feminina e, infelizmente, a recidiva é uma realidade no carcinoma mamário. Assim, conforme a incidência do câncer de mama está aumentando com o passar dos anos, os métodos de diagnóstico precoce, a terapêutica correta e o acompanhamento contínuo para a identificação de casos de recidiva devem ser constantemente valorizados e aplicados pelo governo e serviços de saúde, para que possa haver melhorias nos desfechos das pacientes acometidas pelo câncer de mama, com o aumento da sua sobrevida e da sua qualidade de vida.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311076
Relato de caso: carcinoma ductal de mama com metástase de endométrio
Daniela Angerame Yela1, Natália Giovanelli Gaspar1
1Universidade Estadual de Campinas
Introdução: O câncer de mama é atualmente o mais prevalente câncer entre as mulheres. Os locaismais comuns de metástases hematogênicas de câncer de mama são pulmão, ossos, fígado e cérebro. O útero é um local atípico, porém em até 8% dos casos pode ocorrer metástase para esse órgão. Entre os carcinomas mamários, o carcinoma lobular é o que mais frequentemente leva à metástase no útero, mais comumente no miométrio, sendo o endométrio um sítio raro. Há atualmente na literatura poucos casos descritos nos quais o carcinoma ductal da mama leva à metástase endometrial. Relato de caso: Mulher de 62 anos com câncer de mama à direita diagnosticado em 2009, cuja biópsia mostrou ser carcinoma ductal invasivo com receptor positivo para estrógeno e progesterona e negativo para HER2. Foi submetida a quadrantectomia e biópsia de linfonodo sentinela, com esvaziamento axilar em função de linfonodos comprometidos. Após a cirurgia, a paciente realizou quimioterapia e radioterapia adjuvante e hormonioterapia com tamoxifeno. Ficou em seguimento no serviço até 2014. Em 2020, apresentou fraqueza e perda de peso e foi identificada recidiva do tumor. No estadiamento, foram detectadas lesões em pulmão, fígado, ossos, fígado, linfonodos. Realizou-se biópsia hepática, que confirmou a recidiva do carcinoma ductal invasivo. A paciente apresentava queixa de dor pélvica e o ultrassom transvaginal evidenciou espessamento endometrial. Foi submetida a histeroscopia com exérese de um pólipo endometrial, cuja imuno-histoquímica foi positiva para mamoglobina e GATA3, confirmando a presença de metástase nesse órgão. A paciente está atualmente em tratamento quimioterápico. Conclusão: A metástase de endométrio advinda do câncer de mama constitui um desafio diagnóstico por sua baixa incidência. O espessamento endometrial em mulheres com antecedente prévio de câncer de mama deve ser investigado para excluir a metástase em endométrio.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311077
Relato de caso: Síndrome de Herlyn-Werner-Wunderlich. Uma variante?
Abdalla Dib Chacur1, Antônio Mateus Henriques Nunes1
1Faculdade de Medicina de Campos
Introdução: A síndrome de Herlyn-Werner-Wunderlich (HWW), descrita em 1971, é uma doença congênita rara dos dutos mullerianos em que há a tríade útero didelfo, hemivagina obstruída e agenesia renal unilateral. A apresentação clínica mais comum manifesta-se precocemente, com massa abdominal secundária a hematocolpos, dor e dismenorreia. Entretanto, em alguns casos a apresentação clínica pode ser diferente, com ciclos menstruais normais, determinando diagnósticos mais tardios. Descrevemos a apresentação clínica, os principais aspectos dos exames complementares realizados e a abordagem terapêutica instituída em paciente com possível diagnóstico da síndrome em questão na sua forma não clássica. Relato de caso: K.B.D.M., 30 anos, G0, procurou assistência ginecológica queixando-se de infertilidade conjugal e discreta dispareunia. A ressonância magnética da pelve ofereceu a hipótese diagnóstica de útero septado completo e imagem compatível com leiomioma em parede lateral esquerda, com 1,1 cm. Foi realizada histeroscopia, que evidenciou útero didelfo, bicolis, com septo vaginal completo. A ressonância magnética do abdome superior evidenciou rins tópicos e funcionantes, com morfologia, volume e sinal normais. Ureteres pérvios e com trajetos preservados. Baço acessório localizado anteriormente ao orgão principal. Ao exame ginecológico, verificou-se a presença de septo fibroso vaginal que se estendia desde o introito até o fundo vaginal, com um colo em cada hemivagina. Havia obstrução parcial da hemivagina esquerda e maior distensão à direita, por onde provavelmente se realizavam os coitos. A paciente foi submetida a cirurgia para ressecção de todo o septo vaginal, com pós-operatório sem intercorrências. Após a correção cirúrgica, a vagina tornou-se ampla, com os dois colos pérvios no fundo, tendo a paciente logrado êxito em seu desejo de gestar em poucos meses. Conclusão: Neste caso havia útero didelfo com septo vaginal total que causava obstrução apenas parcial da hemivagina esquerda. O fato de não haver obstrução vaginal significante determinou que a sintomatologia não fosse precoce em decorrência de formação de hematocolpos, como usualmente se verifica na síndrome de HWW, tendo sido o diagnóstico feito em função da existência de dispareunia e da queixa de infertilidade. A despeito não haver agenesia renal unilateral, este caso pode representar uma variante da síndrome de HWW, na qual a obstrução vaginal se mostra parcial, com sintomatologia discreta e tardia, associada à presença de baço acessório. Espera-se com este relato de caso colaborar para a elaboração de outros diagnósticos com manifestações clínicas similares, perante a possibilidade de apresentação da síndrome HWW em sua forma não clássica.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311078
Relevância da investigação de linfonodos axilares no rastreio do câncer de mama em paciente BI-RADS 4: relato de caso
Thais Borges Magnus1, Stephani Jahn Barros1, Gabriel Soares Colbek1, Lydia Vargas Halmann1, Fabiana Frey Juruena1
1Universidade de Santa Cruz do Sul
Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde, o câncer de mama é um dos problemas de saúde pública mais incidentes no mundo, sendo considerado o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Nos últimos anos, houve aumento no número de casos. No entanto, a taxa de mortalidade anual vem diminuindo em razão do diagnóstico precoce por exame de imagem. Outra área que deve ser investigada são as axilas, visto que as vias de drenagem linfática da mama são as áreas mais propensas a estarem envolvidas com o câncer de mama metastático e que os linfonodos axilares recebem 85% da drenagem linfática das mamas. Relato de caso: A.M.B.M., 57 anos, menopausa há seis, realizou acompanhamento médico semestral por causa de nódulos mamários BI-RADS3 e microcalcificação benigna mostrados em exames anteriores. O paciente estava há 16 meses sem fazer nenhum exame. Durante a ultrassonografia complementar das mamas, em fevereiro de 2021, evidenciou-se um nódulo ovoide e circunscrito na junção dos quadrantes superiores direitos e de tamanho aumentado em relação à ultrassonografia anterior, medindo 1,6 cm. Além disso, foram encontrados vários pequenos cistos de até 0,6 cm de tamanho e, na cavidade axilar direita, linfonodo atípico medindo 0,7x0,5 cm, compatível com a classificação BI-RADS 4B. Para a análise do linfonodo, foi realizada biópsia percutânea do fragmento com controle ultrassonográfico. A biópsia mostrou três fragmentos filiformes de tecido amarelo acastanhado e elástico, o maior medindo 1,8x0,2 cm. A patologia exibia hiperplasia linfoide com granuloma epitelioide - aumento do número de células em resposta a um estímulo com formação de resposta imune. Bacilos álcool-ácido resistentes e fungos foram investigados nos cortes semisseriais analisados pelos corantes especiais de Ziehl-Neelsen e Grocott e a pesquisa teve resultados negativos. Diante dos achados histológicos benignos, o paciente recebeu alta com ultrassonografia e acompanhamento radiológico anual. Conclusão: A investigação de linfonodos atípicos por meio de biópsia é um dos fatores prognósticos mais importantes na investigação do câncer de mama em estágio inicial, já que a presença de metástases linfonodais intramamárias parece vir acompanhada de pior prognóstico. Em pacientes com mamografia e/ou ultrassonografia compatível com BI-RADS 4 e 5, além de exames de imagem, a biópsia incisional também está indicada para melhor investigação. A escolha do método de biópsia deve levar em consideração aspectos como: material biopsiado, sensibilidade e especificidade, grau de invasão e menor duração do procedimento, menor risco de complicações, melhor apresentação estética e ausência ou dano mínimo para futuras avaliações das mamas. Após os exames de triagem, em caso de compatibilidade com as classificações do BI-RADS e resultado benigno, o acompanhamento deve ser feito a cada seis meses por um a dois anos.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311079
Retirada de dispositivo intrauterino de cobre em nível ambulatorial após perfuração uterina com corda visível: relato de caso
Brenda Rios Ribeiro1, Mariana de Castro Rolim1, Suellen Casotti Scoqui1, Tereza Maria Pereira Fontes1,2, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos1,2, Ivan Penaloza Toledano1
1Hospital Municipal da Piedade
2Fundação Técnico-Educacional Souza Marques
Introdução: O dispositivo intrauterino (DIU) é um contraceptivo eficaz e de longa duração que tem se difundido como método de escolha para mulheres de diversas classes sociais, possui baixo custo e é oferecido no Brasil pelo Sistema Único de Saúde. Complicações ao uso são raras e, entre elas, a perfuração uterina pode acontecer em 0,01% dos casos. Relato de caso: Paciente de 22 anos, lactante, procurou a unidade básica de referência com desejo de inserção do DIU após 30 dias do parto normal. Durante a inserção foi detectada histerometria de 13 cm e o procedimento foi realizado sem intercorrências. A paciente evoluiu com dor em baixo ventre de moderada intensidade um mês após a inserção. Ao exame especular foi visualizada leucorreia purulenta e corda do DIU visível. A ultrassonografia transvaginal pélvica mostrou perfuração uterina com 2/3 do DIU em cavidade abdominal e 1/3 dentro do corpo uterino. A paciente foi encaminhada para serviço de ginecologia especializado e foi feita a retirada do DIU por via vaginal, com tração controlada do fio visível, sem intercorrências. Evoluiu com melhora clínica completa e nova ultrassonografia após um mês do procedimento, sem evidência de complicações. Conclusão: Apesar de todos os benefícios, as complicações podem ocorrer durante a inserção do DIU ou tempos depois. Estudos maiores e mais recentes apresentam aumento em até seis vezes de perfuração uterina entre as pacientes que estão amamentando. Entretanto, o risco geral de essa complicação acontecer é menor do que 1%, não devendo o método ser desencorajado em pacientes optem por ele.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311080
Retirada de dispositivo intrauterino de cobre após perfuração uterina: relato de caso
Suellen Casotti Scoqui1, Mariana de Castro1, Brenda Rios Ribeiro1, Tereza Maria Pereira Fontes2, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos2, Fernando Moreira Dornellas Rodrigues2
1Hospital Municipal da Piedade
2Hospital Municipal da Piedade e Fundação Técnico-Educacional Souza Marques
Introdução: A perfuração uterina, apesar de rara - ocorre em 0,01% dos casos - é uma das principais complicações relacionadas à inserção do dispositivo intrauterino (DIU), que, ao migrar para a cavidade abdominal, pode comprometer vários órgãos vizinhos, como bexiga, intestino delgado, reto sigmoide e apêndice vermiforme. Descrição do caso: Paciente M.R.C., 33 anos, sexo feminino, casada, GIPI (parto normal), sem comorbidades, foi atendida no serviço de ginecologia proveniente da atenção primária por diagnóstico de DIU de cobre extracavitário. A paciente relata que há um mês inseriu o DIU de cobre, apresentando cólicas, e ao retornar à consulta foi identificada ausência de fio do DIU visível. Solicitou-se ultrassonografia transvaginal, que foi realizada 22 dias após a inserção. Foi identificado DIU extracavitário adjacente à parede posterior lateral do corpo uterino à direita. Requisitaram-se exames pré-operatórios e indicou-se a laparotomia exploratória, que identificou presença de DIU na região retrouterina sob a serosa do útero, promovendo uma confluência aderencial entre sigmoide, parede posterior do útero e anexo direito. Identificou-se a ponta das extremidades superiores do DIU, que foi retirado por tração, e não houve lesão intestinal. Realizou-se lavagem da cavidade. Paciente evoluiu bem no pós-operatório e recebeu alta. Conclusão: A perfuração uterina pode acontecer no momento da inserção do DIU ou posteriormente. A sintomatologia pode ser diversificada, dependendo do local em que ele se instalar. O DIU se mantém como um método altamente eficaz e seguro, com baixa taxa de falha e complicações, e é muito bem tolerado pela maioriadas pacientes.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311081
Revisão de estudos epidemiológicos sobre a endometriose no Brasil
Victoria Dias de Souza Guedes1, Vinícius Ribeiro Araujo Santos2
1Universidade Estácio de Sá
2Rede D’Or
Introdução: A endometriose é uma doença de grande prevalência e impacto social, e estima-se que cerca de 10% da população feminina seja portadora da doença. Objetivo: Rever a literatura brasileira produzida sobre a epidemiologia da endometriose até março de 2021, buscando o perfil da mulher brasileira com endometriose. Métodos: Foram utilizados os buscadores
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311082
Sarcoma de mama: tumor filodes maligno de alto grau:relato de caso
André Maroccolo de Sousa1, Ana Luíza Fleury Luciano1, Samantha Santos Veloso2, Rafaianne Santos Veloso2, Thamiris de Souza Lopes2, Juarez Antônio de Sousa2
1Pontifícia Universidade Católica de Goiás
2Universidade Federal de Goiás
Introdução: O tumor filodes representa de 0,3 a 1% de todos os tumores de mama, e o tumor filodes maligno ocorre em 10 a 15% dos casos. Usualmente, dá-se em mulheres de meia-idade (entre 35 e 55 anos) e seu tamanho varia entre 4 e 7 cm. Os tumores filodes malignos são caracterizados por massas indolores, unilaterais, nodulares, com pleomorfismo estromal e rápido crescimento, tendo frequentes mitoses e margens infiltrantes. Além disso, podem ocorrer recorrência local e metástases. A cirurgia é a principal escolha de tratamento, mas também se realiza terapia adjuvante (radioterapia ou quimioterapia). Relato do caso: Paciente E.F.V.C., do sexo feminino, com 50 anos, que foi submetida a mastectomia esquerda por tumor filodes benigno de mama e realizou reconstrução com silicone há quatro anos. A paciente apresentou novo nódulo medindo 4 cm em região retroareolar de mama esquerda, o que revelou recidiva com rápido crescimento. Na
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311083
Sarcoma do estroma endometrial simulando mioma uterino em pacientejovem
Victoria Dias de Souza Guedes1, José Carlos de Jesus Conceição1, Maria Carolina dos Santos Pereira1, Mikaela Louise Sabará Gonçalves1, Vera Lúcia Mota da Fonseca2, Roberto Calmon Lemme2
1Universidade Estácio de Sá
2Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: Os sarcomas do estroma endometrial, ainda que pouco frequentes, podem acometer mulheres jovens e apresentarem-se com quadro clínico semelhante ao dos leiomiomas. O aumento rápido de volume é uma característica diferencial nesses tumores, classicamente valorizada em mulheres em faixa etária mais avançada, na peri ou pós-menopausa. Relato de caso: S.M.C.A., branca, 37 anos, G1P1, com queixa de aumento do volume abdominal no período de dois meses. A paciente foi-nos encaminhada um mês após ter sido submetida a uma miomectomia, com relato cirúrgico de volumoso tumor sólido, subseroso, na parede anterior do útero, aparentando tratar-se de um mioma, porém com aderências à bexiga e ao íleo terminal, sem plano de clivagem. O laudo anatomopatológico da peça cirúrgica descrevia “massa fragmentada medindo 28 x 14x13 cm, pesando 1.586 g, adenossarcoma mulleriano”. A conduta adotada foi complementar o tratamento com histerectomia total e anexectomia bilateral. No ato cirúrgico, encontrou-se cicatriz na parede anterior do útero com aderência firme à bexiga; ovário direito com vegetações na superfície; implantes no íleo terminal chegando aos limites do ceco; nódulo no mesentério do íleo proximal. Foi realizada histerectomia total com anexectomia bilateral, ileocolectomia direita, ressecção do implante de mesentério e omentectomia. O laudo histopatológico da peça cirúrgica revelou sarcoma do estroma endometrial indiferenciado residual no miométrio, no ovário esquerdo, no íleo e no nódulo do mesentério. Com esses dados, o estadiamento cirúrgico foi de estádio III (invasão de tecidos abdominais). A paciente foi submetida à quimioterapia adjuvante com Docetaxel/Gemcitabina em seis ciclos, seguida de hormonioterapia com acetato de megestrol, uma vez que o estudo imuno-histoquímico revelou presença de receptores de estrogênio e progesterona. A opção de radioterapia pélvica complementar foi descartada em função da existência de doença disseminada na cavidade abdominal. Um ano após a cirurgia, a paciente está assintomática, sem evidências clínicas ou radiológicas de doença em atividade. Conclusão: Os sarcomas do estroma endometrial são tumores raros e ocorrem em mulheres mais jovens com mais frequência que outros tumores malignos do útero. A idade média está entre 42 e 53 anos e mais de 50% dos casos ocorrem na pré-menopausa. Atualmente, consideram-se sarcomas do estroma endometrial apenas os tumores de baixo grau, designando-se os de alto grau de “sarcomas endometriais indiferenciados”. A impressão clínica usual é de um leiomioma uterino, mas eles podem apresentar-se com metástases intra-abdominais ou pulmonares. O tratamento padrão é a histerectomia total abdominal com anexectomia bilateral e ressecção de implantes extrauterinos. O prognóstico está em função do estadiamento cirúrgico. Do caso, depreende-se que o crescimento rápido de tumor uterino é característica relevante e, mesmo em paciente jovem, é preditivo de malignidade.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311084
Sarcoma epitelioide de vulva tipo proximal: relato de caso
José Eduardo Gauza1, Mateus de Miranda Gauza1, Amanda de Miranda Gauza1, Maria Eduarda Schramm Guisso1, Bruna Fernanda Dias2, Hortência Gomes da Silveira2
1Universidade da Região de Joinville
2Centro de Diagnósticos Anátomo Patológicos
O sarcoma epitelioide de vulva é um tumor muito raro, com altas taxas de recidiva e prognóstico desfavorável, principalmente se houver atraso no diagnóstico correto. É caracterizado por crescimento nodular na região da vulva, de aspecto benigno, com sintomas iniciais inespecíficos. O diagnóstico precoce e assertivo, aliado ao tratamento precoce, melhora o prognóstico e aumenta a chance de cura.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311085
Sexualidade e menopausa: repercussões na vida sexual após o climatério
Aryane Ferraz Cardoso Pacheco1, Marina Hubner Freitas dos Santos Silva Machado1, Marina Ferraz Rosa2
1Universidade Iguaçu
2Centro Universitário Redentor
Introdução: A menopausa representa um novo ciclo na vida da mulher, caracterizado pela finalização da fase reprodutiva e que vem acompanhado do aparecimento de diversos sintomas, entre eles as ondas de calor, sudorese, insônia, distúrbios urinários, irritabilidade, diminuição da libido e ressecamento e atrofia vaginais. Esses sintomas trazem desconforto para as relações sexuais, que, por vezes, tornam-se até dolorosas, fazendo com que a qualidade de vida dessa mulher piore muito e dificultando uma vida sexual plenamente satisfatória. O surgimento desses sintomas deve-se a alterações hormonais, principalmente à queda do estrogênio. Tentar minimizar esses sintomas é fundamental para aumentar a libido feminina e melhorar a sexualidade nesse período. Objetivo: Relatar as repercussões da menopausa no que tange à sexualidade e analisar os aspectos que podem interferir nesse cenário, contribuindo para a manutenção da saúde da mulherno processo de envelhecimento. Métodos: Pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa da literatura e uso dos principais bancos de dados
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311086
Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser: aspectospsicológicos
Aline Custódio Silva1, Anna Gabriela Girardello Gomes1, Mariana Madrona Ribeiro1, Amanda Borges Barbero1, Letícia Marques Neiverth1, Emilly Gabriela Castilho Garcia1
1Centro Universitário de Várzea Grande
Introdução: A síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH) consiste na agenesia ou disgenesia da porção mulleriana da vagina e do útero, em que a mulher tem cariótipo feminino normal e funções ovarianas condizentes com a normalidade. Essa patologia causa extremo sofrimento psicológico, sendo necessário ajuda e orientação psicológica a fim de buscar satisfação e aumento da qualidade de vida da paciente. Objetivo: O presente trabalho visa mostrar o impacto do aspecto psicológico na vida das pacientes com síndrome de MRKH. Métodos: Este trabalho foi elaborado com base em uma criteriosa revisão da literatura, feita por meio pesquisa de artigos nas bases de dados
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311087
Síndrome de Morris: revisão bibliográfica do tratamento nos tempos atuais
Priscila Albernaz Costa Arruda1, Fernanda Paola de Mello Dorr1, Gabriela Bedin Vedana1, Gabrielle Oliveira Silva1, Isabelle Proença Malaquias1, Nivia Caroline Porfírio Ferreira1
1Centro Universitário de Várzea Grande
Introdução: A síndrome de insensibilidade aos andrógenos completa (SIAC) é uma doença recessiva ligada ao cromossomo X, na qual a paciente possui cariótipo XY com fenótipo feminino. Isso ocorre em razão da insensibilidade aos andrógenos, incluindo testosterona e di-hidrotestosterona, pela anomalia ou ausência de receptores de androgênio. Portanto, tais alterações em um feto 46, XY causam masculinização incompleta, gerando um pseudo-hermafroditismo masculino. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre atualizações da conduta em casos de SIAC. Métodos: O levantamento bibliográfico foi realizado entre março e abril de 2021 com base em materiais como artigos científicos e publicações da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Revista Bioética, Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Karger Publishers, Publisher of Open Access Journals (MDPI) e Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp,
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311088
Tailgut cyst ou hamartoma pré-sacral no diagnóstico diferencial dos tumores pélvicos
Manoela Moreira de Oliveira1, José Carlos de Jesus Conceição1, Eneida Gonçalves de Oliveira2, Isabella Canello Crispi1, Hannah Bekierman1, Alice Ferreira Padilha1
1Universidade Estacio de Sá
2Instituto Fernandes Figueira
Introdução: O tailgut cyst ou hamartoma cístico retrorretal é um remanescente embriológico do intestino posterior, geralmente benigno, localizado no espaço retrorretal. Ainda que a malignidade seja pouco frequente, o cisto pode alcançar dimensões consideráveis, com compressão das vísceras pélvicas, e deve ser considerado no diagnóstico diferencial dos tumores pélvicos. Malformações dos sistemas genital e urinário podem estar presentes. Relato de caso: D.S.G., branca, 24 anos, nuligesta, apresenta queixa de dismenorrea secundária, com sensação de peso na pelve com duração de seis meses. O exame ginecológico revelou presença de massa com limites mal definidos abaulando a parede posterior da vagina, pouco móvel, de consistência firme mas não parecendo sólida, com cerca de 5 cm de diâmetro. A paciente realizou ultrassom transvaginal, que revelou massa heterogênea no fundo de saco de Douglas, adjacente à parede posterior do útero, com 63x32 mm de diâmetro, com áreas císticas, diversos debris e aglomerados de microcistos. O eco endometrial era espessado e duplicado no fundo da cavidade, provavelmente por septo na cavidade com 10,2 mm. Foi realizada ressonância nuclear magnética da pelve com gel vaginal, que confirmou lesão expansiva multicística com conteúdo proteico/hemático no espaço retrorretal direito, com 6,2x2,6x3,5 cm; útero com duas hemicavidades endometriais na região corporal e fundo uterino, separadas por septo parcial; discreto espessamento do ligamento uterossacro direito. A vídeo-histeroscopia confirmou a presença de septo muscular com 3 cm de espessura; pólipo glandular de 2 cm na hemicavidade direita. A paciente foi submetida à cirurgia por via transperineal, com ressecção da massa retrorretal. O estudo anatomopatológico da peça cirúrgica confirmou o diagnóstico de hamartoma retrorretal. Realizou-se a ressecção do septo uterino e do pólipo endometrial por vídeo-histeroscopia. Com três meses de seguimento pós-cirúrgico, a paciente não apresentou melhora significativa da dismenorreia. Conclusão: O hamartoma retrorretal origina-se de remanescentes embrionários do intestino posterior e localiza-se no espaço pré-sacral. O tumor pode alcançar volume considerável, como no caso relatado, e a ele são atribuídos sintomas como constipação, dor abdominal baixa e dor na nádega direita. Mas frequentemente ele é um achado incidental em exames ginecológicos de rotina. É relatada a concomitância com malformações dos tratos genitais e urinários. No nosso caso, havia septação parcial da cavidade uterina e não houve melhora importante da queixa de dismenorreia, o que leva a crer que o achado de hamartoma retrorretal foi incidental na pesquisa da dismenorreia. A malignidade é rara, porém a possibilidade de ela alcançar grandes volumes e a sua localização, com a qual o ginecologista está pouco familiarizado, podem trazer dificuldades inesperadas na ressecção cirúrgica se o diagnóstico não for suspeitado previamente.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311089
Técnica de inserção de dispositivo intrauterino com sedação consciente
Luiz Fernando Gonçalves Borges1, Edson Dias Filho1, Nícolas F. de Mattos1
1Empresa Endogyn
Equipamentos e acessórios: A técnica de sedação inalatória depende da utilização de equipamento específico para a sua realização. O equipamento compõe-se de fluxômetro, engates, máscara nasal, mangueiras, cilindros, manômetros e válvulas, balão reservatório, sistema de exaustão e oxímetro de pulso. O fluxômetro, também conhecido como misturador, é responsável pela mistura dos gases, bem como pela concentração de cada gás para a titulação. O oxímetro de pulso é encarregado da monitorização eletrônica da saturação do oxigênio no sangue durante a aplicação da técnica. As mangueiras são responsáveis por levar a mistura dos gases até a máscara. Os balões reservatórios armazenam a mistura dos gases assim que eles saem do fluxômetro. Os gases são conduzidos pelas mangueiras por meio da pressão negativa produzida pela inspiração do paciente. Os gases são armazenados nos cilindros, o O2 comprimido e o N2O liquefeito. Devem ser respeitadas as normas de segurança e as cores padrão, que são a azul para N2O e a verde para O2. A máscara deve possuir material leve, flexível e bem anatômico para a perfeita adaptação no perfil do paciente e, de preferência, com composição livre de látex. Possui conexão com as mangueiras e permite a passagem da mistura durante a inspiração e a expiração. Conclusão: A sedação com óxido nitroso é considerada o método mais seguro em uso. Não há relatos de óbito na literatura, em mais de 170 anos de uso médico, atribuídas à sedação quando somente se usa óxido nitroso + oxigênio. Ela não causa dependência química.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311090
Torção de ovário: um diagnóstico diferencial a ser lembrado na dorabdominal aguda em adolescentes
Maria Catharina Piersanti Valiante1, Isabela e Marco Leandro1, Nicoli Maria Rabello Campagnaro1, Rodrigo Bessa de Paiva1, Katia Farias e Silva1, Melissa Alarcon Guilherme Cristofaro1
1Hospital Municipal Miguel Couto
Introdução: Os tumores de ovário em crianças são raros, com incidência estimada em 2,6 por 100 mil meninas na puberdade. O risco de torção de anexos como complicação de um tumor ovariano é de 3 a 16% em crianças. Relato do caso: Paciente L.S.A.L, do sexo feminino, com 12 anos de idade, solteira, foi admitida na enfermaria do hospital, no Rio de Janeiro, no dia 16 de fevereiro de 2021. Apresentou-se com queixa de dor abdominal intensa grau 8/10, há quatro dias, em fossa ilíaca direita, com descompressão dolorosa, sem fator de melhora e não associada a febre, náuseas ou vômitos. Relatou que procurou serviço de pronto atendimento pela manhã do dia 16 de fevereiro de 2021, quando se suspeitou de constipação intestinal e se realizou lavagem intestinal. Foi liberada e medicada com fármacos para controle dos sintomas. Não houve melhora da dor e ela retornou à noite ao serviço, quando foram realizados exames que revelaram leucocitose com desvio à esquerda e foi levantada a hipótese de apendicite. Procurou emergência médica, na qual realizou uma tomografia de abdome sem contraste que evidenciou uma imagem cística, com conteúdo heterogêneo e pequena quantidade de líquido livre na cavidade em topografia anexial direita, sendo indicada a cirurgia. A paciente relatava menarca há cerca de um ano, com intervalos menstruais regulares. Na laparotomia exploradora, encontrou-se um teratoma maduro no ovário direito preenchido por material pastoso esbranquiçado com pelos, causando torção da tuba uterina direita e já com necrose da tumoração anexial. Dessa forma, foi realizada uma ooforectomia com salpingectomia à direita. A paciente evoluiu bem no pós-operatório. O resultado do exame anatomopatológico confirmou os achados encontrados durante a laparotomia. Conclusão: Devemos sempre atentar para a possibilidade de outros diagnósticos diferenciais, além de apendicite, em crianças com dor em fossa ilíaca direita. Nas meninas, não podemos esquecer as doenças ginecológicas. Embora raro, o teratoma maduro é um diagnóstico diferencial de dor abdominal aguda que pode evoluir com complicações como a torção de trompas, gerando isquemia.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311091
Tratamento de câncer de mama na gestação: relato decaso
Talissa Lima Tavares1, Luciana Dalva Moutinho de Moura1, Janine Martins Machado1, Cleverson do Carmo Junior1, Laís dos Santos Gueiros1
1Universidade Federal do Espírito Santo
Introdução: O câncer de mama associado à gravidez é uma situação desafiadora, de manejo delicado, em função do dilema entre a terapia ideal para a mãe e o bem-estar do feto. O diagnóstico frequentemente é tardio e dificultado pelas alterações fisiológicas próprias da gestação, de modo que tende a apresentar estágio mais avançado. O objetivo do tratamento, em geral, é o controle locorregional e sistêmico da doença a fim de reduzir a morbimortalidade fetal e materna. Relato de caso: M.C.A., 33 anos, G3P2CA1, sem comorbidade prévias, iniciou acompanhamento com mastologista e pré-natal de alto risco no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, com 19 semanas e três dias. A gestação e o carcinoma foram constatados simultaneamente, após consulta em razão de dor e aparecimento de nódulo em mama esquerda, confirmados na 11ª semana gestacional. A ultrassonografia mamária evidenciava nódulo sólido hipoecoico (BI-RADS 3) e o exame histopatológico mostrou carcinoma mamário invasivo do tipo ductal infiltrante, associado a carcinoma papilífero intracístico grau 3 do tumor de Nottingham. No serviço, apresentava queixa de dor intensa em mama esquerda e, ao exame físico, nódulo palpável de 10 cm em quadrante superior lateral da mama esquerda e nódulo de 1 cm fixo e endurecido em axila esquerda. A paciente foi submetida a quimioterapia (QT) neoadjuvante com antraciclina e taxanos e, após oito sessões, compareceu à maternidade com perda de líquido vaginal, sendo indicada a interrupção por cesárea com 33,5 semanas. Retornou ao consultório com um mês de puerpério apresentando crescimento tumoral e intensa dor. Propôs-se cirurgia antes do fim da QT neoadjuvante pela resposta insuficiente e pela piora clínica local. A paciente foi submetida a mastectomia radical esquerda com esvaziamento axilar, sem intercorrências. Constatou-se carcinoma ductal
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311092
Tromboprofilaxia gestacional para mulheres com predisposição ao tromboembolismo venoso: uma revisão sistemática
Mariana Vanon Moreira1, Aline Batista Brighenti dos Santos1, Júlia Abrahão Lopes1, Cecília Barra de Oliveira Hespanhol2
1Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora
2Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é uma das principais causas de morbimortalidade materno-fetal. Isso porque, durante a gestação, a predisposição a essa condição eleva-se em virtude do estado de hipercoagulabilidade do sangue da mãe, já que durante esse período a gestante apresenta fatores de risco para os três componentes da tríade de Virchow. Dessa forma, há: a) estase venosa, pela diminuição do tônus venoso e obstrução do fluxo venoso pelo aumento do útero; b) hipercoagulabilidade, com aumento da geração de fibrina, diminuição da atividade fibrinolítica e aumento dos fatores de coagulação II, VII, VIII e X, além de queda progressiva nos níveis de proteína S e resistência adquirida à proteína C ativada; e c) lesão endotelial decorrente da nidação e do remodelamento vascular das artérias uteroespiraladas com o parto e com a dequitação placentária. Apesar de tais fenômenos serem necessários para o controle hemorrágico da mulher durante e após o parto, pode ocorrer obstrução de vasos placentários, acarretando abortos de repetição, descolamento prematuro de placenta e hipertensão arterial materna. Objetivo: Analisar a tromboprofilaxia gestacional recomendada para mulheres com risco de TEV. Material e Método: Em março de 2021, foi realizada uma revisão sistemática na base de dados
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311093
Tumor do seio endodérmico em uma criança de seis anos: um relato de caso
André Maroccolo de Sousa1, Ana Luíza Fleury Luciano1, Henri Naves e Siqueira2, Sebastião Alves Pinto3, Juarez Antônio de Sousa4
1Pontifícia Universidade Católica de Goiás
2Maternidade Aristina Cândida de Senador Canedo
3Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia
4Universidade Federal de Goiás
Introdução: O tumor do seio endodérmico é a segunda neoplasia maligna de células germinativas mais frequente em crianças e mulheres jovens, seguindo-se ao disgerminoma. A idade média é de 19 anos. Os sintomas de apresentação são geralmente aumento do volume abdominal e dor de curta duração. São tumores unilaterais e grandes (média de 15 cm), com uma superfície externa lisa. São sólidos ao corte, carnudos acinzentados ou acastanhados e com extensas áreas hemorrágicas e císticas. Em caso de calcificações associadas, é preciso suspeitar de outro componente de tumor germinativo, tipicamente um teratoma cístico maduro, que está presente em 15% dos casos. Do ponto de vista microscópico, os padrões mais frequentes são o reticular, o pseudopapilar e o festonado (com os característicos corpos de Schiller-Duval). Os corpos de Schiller-Duval são patognomônicos, porém estão presentes apenas em 13 a 20% dos casos. Sob a ótica imuno-histoquímica, esses tumores são tipicamente imunorreativos para alfafetoproteína, alfa-1 antitripsina, citoqueratinas e CD34. Relato de caso: Paciente A.L.M.P.H., seis anos, sexo feminino, apresentou massa tumoral em ovariana palpável de crescimento rápido, com aspecto sólido-cístico. Foi submetida a ooforectomia à direita. Realizaram-se estudos anatomopatológico e imuno-histoquímico, os quais evidenciaram um tumor de células germinativas do tipo tumor do seio endodérmico. Conclusão: Os tumores de seio endodérmico ovariano correspondem a 20% das neoplasias malignas das células germinativas e afetam predominantemente as mulheres de baixa idade. O tratamento cirúrgico com quimioterapia adjuvante é a conduta padrão. A alfafetoproteína sérica é um marcador bastante útil no diagnóstico e no manejo. Entretanto, mais estudos sobre a temática são necessários para um aperfeiçoamento do tratamento.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311094
Tumor filoide de mama: um relato de caso
Daniela Pereira Monteiro1, Clara Avelar Mendes de Vasconcellos1, Juliana Moreira Guerra1, Maria Julia Gregorio Calas1, Rachel Ingrid Juliboni Cosendey Kezen Leite1
1Universidade Estácio de Sá
Introdução: O tumor filoide (TF) é uma lesão fibroepitelial rara, que se apresenta de forma benigna,
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311095
Tumor raro de ovário: tumor estromal esclerosante emmulher de 69 anos
André Maroccolo de Sousa1, Ana Luíza Fleury Luciano1, Gabriella Silva Garcia Tagawa2, Sebastião Alves Pinto3, Juarez Antônio de Sousa4
1Pontifícia Universidade Católica de Goiás
2Maternidade Aristina Cândida de Senador Canedo
3Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia
4Universidade Federal de Goiás
Introdução: Os tumores estromais esclerosantes (TEE) representam 2 a 6% dos tumores do estroma ovárico, e mais de 80% ocorrem em mulheres jovens, na segunda ou terceira décadas de vida. São tumores raros do tipo cordão sexual estromal. Podem manifestar-se como anomalias menstruais ou desconforto abdominal, sendo manifestações hormonais raras. São benignos e unilaterais em sua maioria. Macroscopicamente, os tumores são bem delimitados e oscilam entre 3 e 17 cm de diâmetro. A secção é sólida, branco-acinzentada, com ocasionais focos amarelados, e pode conter áreas císticas ou edematosas. Em sua histopatologia, o tumor apresenta áreas mal definidas pseudolobulares densamente celulares, separadas por um estroma fibroedematoso. A atividade mitótica é baixa. Vasos dilatados de parede fina são típicos. Do ponto de vista imuno-histoquímico, há expressão de vimentina, alfa-inibina, calretinina e CD34. Relato de caso: Paciente H.T.A.F., 69 anos, sexo feminino, com antecedente de adenocarcinoma de cólon sigmoide, foi submetida ao tratamento cirúrgico da lesão há sete meses. Recentemente apresentou massa tumoral sólida no ovário esquerdo e foi submetida a ooforectomia. A hipótese de metástase de adenocarcinoma de cólon sólida em ovário foi levantada. Realizaram-se estudos anatomopatológico e imuno-histoquímico, os quais evidenciaram TEE do ovário. Conclusão: TEE são tumores benignos, geralmente unilaterais, que afetam mulheres jovens em 80% dos casos. Entretanto, no presente relato, a paciente apresentada é uma idosa de 69 anos de idade, fato bastante incomum. Além disso, o antecedente de adenocarcinoma de cólon sigmoide sugere uma possível metástase.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311096
Úlcera vulvar aguda de Lipschütz: um relato de caso
Julianne Carvalho Dias Gaudio1, Susana Cristina Aidé Viviani Fialho1, Sarah de Souza Almeida1, Caroline Alves de Oliveira Martins1, Isabel Cristina Chulvis do Val1, Patrícia Mendonça Ventura1
1Hospital Universitário Antônio Pedro
Introdução: A úlcera de Lipschütz é caracterizada por úlceras vulvares dolorosas, com revestimento fibrinoso ou exsudato acinzentado. Tem predileção por pequenos lábios. O quadro é de início súbito, afetando mulheres jovens, que na maioria não iniciaram a vida sexual, e com resolução espontânea em semanas. Pode ser desencadeada por primoinfecções bacterianas e virais. O diagnóstico geralmente se dá por exclusão de outros diagnósticos mais comuns, como infecções sexualmente transmissíveis (IST), traumas e doenças autoimunes. Relato de caso: Paciente de 12 anos, encaminhada ao hospital universitário por lesão vulvar de início há uma semana, com evolução para ulceração de grandes lábios, dor e edema local, além de odor fétido, e interrogada sobre abuso sexual. Não apresentava história de febre, outros sinais e sintomas associados, uso recente de medicações ou sexarca e menarca. Mãe negava internações prévias, doenças crônicas, uso de medicações regulares ou alergias. Exame clínico da genitália feminina com edema e hiperemia em grandes lábios, úlceras associadas a tecido fibrinoso e necrótico. Hímen e região anal de aspectos preservados. Linfonodos palpáveis em cadeias inguinais bilaterais, 1-2 cm, móveis, fibroelásticos, indolores à palpação, sem sinais flogísticos. Investigação para agentes etiológicos como HIV, sífilis, hepatites B e C, herpes simples, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, tuberculose, toxoplasmose, SARS-CoV-2, cultura da lesão, investigações reumatológica e oftalmológica. Todos os rastreios mostraram-se negativos. Iniciou-se tratamento com corticosteroide oral (prednisona 40 mg), que levou à melhora progressiva das lesões, à redução da dor e à cicatrização das úlceras. Conclusão: Revisão sistemática a respeito da úlcera de Lipschütz que incluiu 158 casos demonstrou que a maior parte ocorria em idade inferior a 20 anos e era associada à inatividade sexual. As lesões eram de 1 a 3 cm, dolorosas, com 1 cm de largura ou mais, bem delimitadas, com centro fibrinoso e necrótico e distribuição simétrica. Havia desordem miccional e linfonodos inguinais aumentados em parte considerável dos casos. Ocorreu concomitantemente a outra doença infecciosa em 139 casos, sendo a mononucleose a mais frequentemente detectada, seguida por espécies de micoplasma. A doença foi resolvida em três semanas ou menos. A paciente em questão apresentou quadro clínico e evolução da doença compatíveis com a descrição da literatura. A úlcera de Lipschütz é um importante diagnóstico diferencial para a população pediátrica e adolescente, podendo gerar angústia e suscitando a avaliação para abuso sexual e IST. Destaca-se importância de equipe multiprofissional, além do tratamento clínico como cuidados de higiene local, analgesia, uso de anti-inflamatórios e/ou corticosteroides tópicos ou orais em caso de inflamação intensa, além do tratamento de agente infeccioso, quando identificado. O presente trabalho traz uma atualização sobre os seus principais aspectos epidemiológicos, clínicos e diagnósticos a fim de favorecer as boas práticas emsaúde.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311097
Uso de antioxidantes no tratamento da infertilidade masculina
Júlia Lima Ilydio dos Santos1, Maria Eduarda Baracuhy Cruz Chaves2, Rebeca Fernandes de Azevedo Dantas1, Alessandra Viviane Evangelista Demôro3
1Universidade Estácio de Sá
2Centro Universitário de João Pessoa
3Universidade Federal do Rio de Janeiro
Introdução: A infertilidade é definida como a incapacidade de conceber um filho ou de levar uma gravidez a termo após um ano de relação sexual regular e sem utilização de métodos contraceptivos. As causas de infertilidade são relacionadas ao homem em aproximadamente 40% dos casos. As evidências levam a crer que cerca de 30 a 80% dos casos de infertilidade de fator masculino devem-se a fatores fisiológicos, ambientais e genéticos, incluindo o estresse oxidativo. Estima-se que 25% dos homens inférteis tenham níveis mais elevados de substâncias reativas de oxigênio (ROS) no sêmen do que homens férteis, pois altos níveis de ROS no sêmen podem causar disfunção no esperma, em razão do dano ao DNA e da redução do potencial reprodutivo masculino. Nesse contexto, os antioxidantes atuam como catadores de radicais livres, reduzindo o estresse oxidativo. Naturalmente, no sêmen, são encontrados antioxidantes como vitamina E, vitamina C, zinco, selênio, carnitina, coenzima Q10 e carotenoides. Objetivo: Determinar os benefícios do uso de antioxidantes no tratamento da infertilidade masculina. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com artigos publicados entre 2015 e 2020 nas plataformas PubMed,
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311098
Útero didelfo com formação de hematométrio: um relato de caso
Priscilla Duarte Pessoa1, Juliana Jorge Romano1, Elisabeth Yukie Hirakauva2, Laura Andrade Bueno2, Bruno Rodrigues Toneto2, Cintia Ribeiro Silva2
1Hospital Israelita Albert Einstein
2Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch
Introdução: Útero didelfo é uma malformação mulleriana com duplicação do útero e do colo uterino. As malformações mullerianas apresentam prevalência de 7% na população geral. Quinze a 20% das mulheres portadoras apresentam, também, agenesia renal ipsilateral, sendo mais comuns as anomalias à direita (65% dos casos). Apesar de serem, muitas vezes, assintomáticas, as malformações mullerianas podem se manifestar com dor e infecção, em função, principalmente, do fator obstrutivo, causando hematométrio e hematocolpo. Descrição: Trata-se de relato de caso de uma adolescente do serviço de ginecologia do Hospital Municipal Moysés Deustch, que procurou o pronto atendimento de pediatria do hospital, em São Paulo, em maio de 2020, com queixa de dor abdominal e lombar intensa há dois dias. Após tratamento para nefrolitíase e diagnóstico de rim único, foi aventada a hipótese de malformação mulleriana com formação de hematométrio. A paciente foi, então, submetida a ultrassonografia de abdome e pelve, que demonstrou achados sugestivos de malformação mulleriana (útero didelfo ou bicorno), com corno direito mostrando hematométrio (corno direito de volume de 372 cc, com tuba uterina direita com paredes espessadas e conteúdo hipoecoico, em comunicação com corno uterino direito). Optou-se, então, pela realização de exame ginecológico sob narcose (paciente virgo) - sem alterações - e, depois, abordagem cirúrgica. Ao inventário da cavidade: útero didelfo, hemiútero direito desinserido da cavidade pélvica com presença de abaulamento em sua extremidade inferior, que, quando explorada, continha coleção de sangue e coágulos que, após lavagem, expunha colo uterino direito. Na impossibilidade de reparo para comunicação de colo uterino direito com a vagina, foi realizada histerectomia de hemiútero direito, com resolução do quadro. A paciente, em acompanhamento no serviço, apresentou ciclos menstruais regulares após o procedimento e segue assintomática. Conclusão: Entre as diversas manifestações das anomalias mullerianas, um conjunto delas pode impedir a exteriorização da menstruação, caracterizando a criptomenorreia. O sintoma mais característico é a dor cíclica em abdome inferior de intensidade progressiva. As principais complicações das anomalias mullerianas obstrutivas são endometriose, aderências e infertilidade. Mulheres com perda gestacional recorrente ou dor crônica são candidatas ao reparo cirúrgico, com chances de melhora dos sintomas, da infertilidade, possível remissão de endometriose e de complicações gestacionais, lembrando que, na presença de hemiútero não comunicante obstruído associado a sintomas, a remoção cirúrgica está indicada. Conclusão: É importante investigar anomalias mullerianas em pacientes com malformação renal e vice-versa, garantindo um diagnóstico precoce e correção cirúrgica em pacientes sintomáticas. Deve-se atentar, também, para a associação das anomalias obstrutivas com o desenvolvimento de dorpélvica crônica, endometriose e infertilidade.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311099
Valor preditivo do sangramento uterino anormal para a indicação de ressecção de pólipos endometriais na pré e pós-menopausa
Abdalla Dib Chacur1, Antônio Mateus Henriques Nunes1, Carolina Maria Leal Rosas1
1Faculdade de Medicina de Campos
Introdução: Diante do diagnóstico de pólipo endometrial, seja na pré, seja na pós-menopausa, torna-se necessária a tomada de decisão no que tange a sua remoção. Busca-se ferramenta segura que permita a distinção entre os pólipos que devem ser retirados, tendo em vista o risco de evolução para patologias mais relevantes, e aqueles cuja remoção poderia ser desnecessária ou facultativa. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar se a presença de sangramento uterino anormal (SUA), na pré e na pós-menopausa, pode ser utilizada como critério de triagem para a indicação da ressecção de pólipos endometriais. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 481 casos de ressecção histeroscópica de pólipos endometriais na pré e na pós- menopausa. Considerou-se SUA, no menacme, a ocorrência de ciclos com hipermenorreia ou metrorragia e, na pós-menopausa, qualquer perda sanguínea após os 45 anos e um ano de amenorreia espontânea. Para efeito deste estudo, foram agrupados os casos de pólipos com atipias e outros sem atipias. Obtiveram-se os valores preditivos positivos (VPP) e os valores preditivos negativos (VPN) do SUA em predizer, respectivamente, presença e ausência de pólipos com atipias na pré e pós-menopausa. Resultados: Dos 481 casos analisados, 211 estavam no menacme e 270 na pós-menopausa. Na pré-menopausa, o VPP foi de 2,99% e o VPN de 97,73%, enquanto os valores obtidos na pós-menopausa foram 8,00 e 91,82%, respectivamente. Tanto na pré quanto na pós-menopausa foram verificados VPP baixos e VPN altos. Os VPP baixos nos dois grupos de pacientes analisados foram resultantes do elevado número de casos falso-positivos, isto é, pacientes com SUA cujos pólipos não possuíam atipias. Por outro lado, as elevadas taxas de VPN verificadas tanto na pré quanto na pós-menopausa decorreram da escassez de casos falso-negativos, refletindo a situação infrequente de pacientes sem SUA e com pólipos atípicos. Conclusão: Os resultados corroboram as premissas de que, tanto na pré quanto na pós-menopausa, o SUA não se relaciona necessariamente com a ocorrência de pólipos atípicos e é possível predizer ausência de pólipos atípicos em pacientes sem SUA. Dessa forma, o SUA demostrou ser um critério clínico relevante na triagem de pacientes, permitindo distinguir aquelas com real indicação para realizar a ressecção de pólipos daquelas cujo procedimento cirúrgico se mostra facultativo.
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311100
Vantagens e desvantagens da implementação da captura híbrida norastreio do câncer de colo de útero: uma revisão de literatura.
Victhoria Haira Barbosa1, Vanessa Bezerra dos Santos2, Letícia Marchioro Leandro da Costa3, Carlos Augusto Ferreira Neto4, Julia Radicetti de Siqueira Paiva e Silva5, Camila Zanetti Machado6
1Estacio de Sá
2Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
3Centro Universitário de Volta Redonda
4Escola de Medicina Souza Marques
5UniversidadeFederal do Rio de Janeiro
6Universidade Iguaçu
Introdução: Estima-se que, no Brasil, ocorreram 16 mil novos casos de câncer de colo uterino em 2020. Esse tipo de câncer representa, entre as mulheres, o terceiro tumor maligno mais frequente e a quarta causa de morte por câncer no país. Atualmente, preconiza-se o exame de colpocitologia para o rastreio da doença; contudo, o exame de captura híbrida II (CH2) tem demonstrado eficácia para diagnóstico e acompanhamento. Por isso, é necessária a avaliação de vantagens e desvantagens de cada método para uma possível implementação nacional. Objetivo: Avaliar as diferenças entre a colpocitologia e a CH2 no rastreamento das lesões intraepiteliais cervicais causadoras de câncer de colo uterino no Brasil. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura nas plataformas Google Acadêmico,
Palavras-chave:
https://doi.org/10.5327/JBG-0368-1416-20211311101
Brenda Maria Loureiro de Melo1, Roberto de Azevedo Antunes1,2, Maria do Carmo Borges de Souza2, Marcelo Marinho de Souza2, Ana Cristina Mancebo2, Afrânio Coelho de Oliveira1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro
2Clínica Fertipraxis
Introdução: A vitamina D é reconhecida pelo papel de manter o equilíbrio mineral-ósseo. Contudo, ela desempenha outras ações, como na fertilidade humana. Corrobora esse fato a presença de seus receptores no trato reprodutor feminino, principalmente no ovário e endométrio. Objetivo: Analisar arelação entre os níveis plasmáticos de vitamina D e os folículos obtidos após a indução da ovulação para fertilização
Palavras-chave: